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Por Escrito

A Graça é uma invasão do reino de Deus na Terra

Um Dia de Cada Vez
Por Thomas Hahn
 
Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste. (Colossenses 1.16-17)
 
No dia 2 de março de 2021, minha esposa e eu nos levantamos, tomamos nosso café e rumamos para o estacionamento da prefeitura de nossa cidade (Cotia, SP), onde eu seria vacinado na turma entre os 80 e os 84. A primeira opção, drive-thru, mostrou-se inviável: seguimos a fila de carros até, praticamente, os limites da cidade. Voltamos, estacionamos pertinho de onde se vacinavam pedestres – e entramos num milagre de Deus.
 
Não me refiro à vacinação em si, que é um ato mecânico, rápido e impessoal. O que me deixou maravilhado foi a forma carinhosa, alegre e amorosa com que a equipe nos recebeu. Nada a ver com a imagem que geralmente se faz do serviço público: lento, desinteressado, quase hostil. Não: éramos vô e vó dos que nos recebiam, paparicados e auxiliados em tudo e por todos. Foi um derramamento da Graça de Deus.
 
E aí comecei a matutar sobre a forma pela qual fazemos questão de separar o espiritual do material. Ouço pessoas dizerem que cresceram espiritualmente durante o último ano, mas ninguém me confidencia que evoluiu materialmente. Persiste, em nossa cultura cristã, um certo antagonismo entre o espiritual e o material que remonta à época de Cristo. Nesta época o pensamento dominante era a filosofia grega, e esta – simplificando muito – dizia, basicamente, que o material não presta, que o que sobrevive eternamente é o espírito do homem. Corpo condenado, espírito enaltecido.
 
Este pensamento provocou graves contendas, e alguns estragos, desde o início da Igreja. A Palavra deveria ser espiritualizada até seu limite. Exemplo de vida cristã era o eremita que se retirava para o deserto para estar só com Deus e longe dos homens e mulheres pecaminosos. Muito bonito, mas estéril, e Deus não se agrada de uma vida cristã que não dê fruto.
 
O passar do tempo não fez com que a teologia sob a influência da filosofia grega se desse conta de seu erro fundamental. Ao contrário: durante a Idade Média, Tomás de Aquino deu nova vida à filosofia, separando, por exemplo, o mundo material do espiritual, ensinando que o espiritual é assunto exclusivo de Deus, e o material cabe ao homem tocar. O cristianismo deixou de ser motivo de alegria, passando a ser um festival de pecados a serem confessados e punidos. Muito do protestantismo é assim até hoje – recebe o nome de legalismo – fazendo com que julguemos constantemente uns aos outros (mas, claro, não a nós mesmos) e vivamos vidas voltadas unicamente para o Deus invisível, ignorando as necessidades dos próximos materiais e visíveis.
 
Creio que uma vida cristã abundante é resultado da nossa conscientização de que precisamos integrar, em nossas mentes, os dois mundos. Ambos pertencem a Deus. Seu Reino já está estabelecido na terra, fato anunciado por Seu Filho; e, é claro, o reino invisível a Ele pertence. Foi o reino invisível – o espiritual – que criou o material, e, ao término da obra, classificou-o como bom, muito bom! Se o Criador acha que é bom, como ousaríamos contradizê-lo? Sim, a criação está contaminada pelo pecado, mas estamos em pleno processo de re-criação: primeiro nós, seres humanos. Através do novo nascimento em Cristo e no recebimento de um novo e eterno corpo após a morte desta vida; depois, o resto da criação, na Nova Jerusalém. Jesus morreu pela redenção da matéria, da criação; não apenas pelo espírito.
 
Naquela manhã, no simples ato de ser vacinado, Deus ministrou a mim de maneira completa: matéria e espírito. Materialmente, provendo uma eventual defesa contra uma doença terrível e devastadora; espiritualmente, cercando-me de amor e de alegria. A Graça, quando percebida, é uma invasão do Reino de Deus na Terra pelo Reino de Deus nos Céus (a recíproca não existe). Perceber Deus em ação nos traz uma imensa alegria de vida, capaz de nos permitir não só suportar suas agruras e tribulações como também celebrar as boas coisas que Ele nos dá.

• Thomas Hahn, 84 anos, casado com Christine há 56, membro da Igreja Batista da Granja Viana, em Cotia, SP, e presbítero.

>> Conheça o livro A Espiritualidade na Prática, de R. Paul Stevens

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