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29 de outubro de 2021
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Série de estudos bíblicos reúne cristãos interessados em defesa de direitos, oração, consumo, generosidade, relacionamentos e cuidado da criação

Por Erica Neves

No início de 2020 cristãos de várias partes do Brasil passaram a se reunir semanalmente para estudar o livro Viva com Justiça. O estudo, que já está na quarta turma, começou com o objetivo de reunir localmente membros de uma pequena igreja da cidade do Recife (PE), mas, surpreendentemente, culminou na criação de grupos de estudo online que vem juntando pessoas localizadas em contextos geográficos e denominacionais distintos, do Brasil e até de outros países, cujo objetivo comum é aprender sobre a justiça bíblica e como desenvolvemos um estilo de vida pautado nos valores da Justiça do Reino de Deus.

Viva com justiça é fruto de uma parceria entre a rede Miqueias EUA e a Tearfund. O material é composto por uma série de estudos que estimulam a reflexão sobre como podemos viver com justiça em seis diferentes áreas da vida: defesa de direitos, oração, consumo, generosidade, relacionamentos e cuidado da criação. Cada estudo inclui uma análise aprofundada da teologia relacionada com uma determinada questão, um incentivo à oração e uma sugestão de trabalho em grupo ou individual como resposta. Viva com Justiça foi publicado pela primeira vez nos Estados Unidos em 2014. O recurso foi amplamente usado por centenas de grupos e inspirou milhares de pessoas a viverem de forma justa.

O quarto grupo de estudos Viva com Justiça no Brasil começou em setembro de 2021 e conta hoje com a participação de 109 pessoas oriundas de 13 estados brasileiros representando 58 denominações. Tales Messias Ferreira, membro da Igreja Sinal do Reino no Recife, contou como surgiu a ideia de estudar esse material e destacou o que tem sido mais impactante na experiência até hoje.

Meu nome é Tales Ferreira, tenho 46 anos, sou servidor público, teólogo e cientista social. Moro em Recife, e sou membro da Igreja Sinal do Reino. Conheci a Tearfund há bastante tempo. A Tearfund ajudou e apoiou algumas vezes um movimento que fundamos em Pernambuco: movimento PE de PAZ, que visava a diminuição da violência em nosso Estado. Daí em diante os laços foram se estreitando principalmente através do Alberto Lins que é assessor da Teardund.

Quantas turmas para estudo do Viva com Justiça fizeram até agora?

Quatro turmas: 1ª turma: 81 participantes. 2ª turma: 79 participantes. 3ª turma: 225 participantes, 4ª turma: 109 participantes.

Quais eram suas expectativas a princípio?

Tive o primeiro contato com o conteúdo do Viva com Justiça quando estive em um fórum da Tearfund na Guatemala. Fiquei encantado e solicitei à equipe da Tearfund Brasil (Alberto) o material em Português. Havia planejado iniciar ele, presencialmente, em 2020 na casa do projeto social de nossa igreja (Projeto Sinal). Foi quando veio a pandemia e todos os planos foram modificados. Decidimos, então, fazê-lo on-line, com a perspectiva de abençoar minha igreja local (uma igreja pequenininha, de 40 pessoas). Mas, fiz um convite simples (por vídeo) e postei nas redes sociais, convidando quem mais desejasse fazer parte desses encontros que teríamos semanalmente. Para nossa surpresa, a procura foi imediata e muito além do que esperávamos. Iniciamos então a primeira turma com 81 alunos, com pessoas de todo o Brasil.

Tem sido tão impactante que já estamos na quarta turma com uma representação maravilhosa: 58 grejas representadas; 13 Estados brasileiros e 2 países estrangeiros (Estados Unidos e Holanda).

Como avalia a experiência até agora?

Estamos encantados com tudo. E estamos desafiando igrejas que desejam ter turmas em suas próprias igrejas locais, paróquias e congregações a fim de podermos multiplicar o curso. Tivemos, na turma anterior um grupo de jovens que se encontrava na universidade e foi uma experiência linda de diálogo e aprofundamento a partir da juventude.

O que foi que te chamou a atenção no material do Viva com Justiça que impulsionou o desejo de iniciar os estudos a partir dele?

Ele é diferente de tudo o que eu conheço principalmente por uma questão: ele é simples. A maioria dos conteúdos que tenho e já tive contato são bons, mas possuem uma linguagem tão profunda e rebuscada que acaba dificultando a multiplicação deles para a população comum. O VCJ tem uma linguagem simples, um conteúdo que expõe muito da realidade acessível a todos e retrata bem o que encontramos na maioria das igrejas. Essa simplicidade e identificação impacta os participantes e, também, convida para uma vida pautada na justiça não a partir de grandes e eventuais projetos mas, sim, do ordinário da vida. É um convite à vivência da Justiça como um estilo diário de vida.

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