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Opinião

O racismo é antievangelho

Falar de racismo e agir em prol da restauração da dignidade do próximo é próprio da justiça bíblica, é próprio da ética cristã.

Por Jacira Monteiro

No documentário “Olhos azuis”, de Jane Elliott1, a palestrante perguntou ao seu público de maioria branca: se caso algum deles gostaria de ser tratado como o negro é tratado na sociedade, que ficasse de pé. Ninguém, evidentemente, se levantou ou sinalizou que queria. Os que veem as pessoas negras são plenamente capazes de perceber as condições particulares negativas às quais as pessoas de cor são submetidas. Há um estigma de cor, um estereótipo negativo, que põe as pessoas negras em desfavorecimento. Mas por que nós, cristãos, devemos nos importar com esse tema? O que esse tema tem a ver com o Evangelho de Jesus?

Por causa do pecado, o homem passou a tratar o seu semelhante com acepção - uns com favoritismo e outros com desprezo e discriminação negativa e, para a Bíblia, acepção de pessoas é pecado, é falha no amor ao próximo. Isso já nos dá motivos suficientes para, como cristãos, nos importarmos com a temática do racismo e discriminação, mas ainda existem duas outras questões: 1) O racista não vê o próximo como seu igual, mas como inferior; e isso é nocivo e destrutivo à vida comunitária para qual o Senhor Jesus nos chamou a viver. 2) não é porque somos iguais em valor perante Deus e – supostamente – perante a lei, isto é, somos todos humanos, que seremos tratados de forma igual. A espinha dorsal está bem aqui.


O apóstolo Tiago disse que, se fizermos acepção de pessoas, cometeremos pecado e seremos condenados pela lei como transgressores (Tg 2.9). O racismo é, portanto, transgressão da lei de Deus. Fazer uma hierarquia das pessoas por causa da cor de sua pele e de sua origem é pecado. O racismo é uma injustiça, uma profanação, uma aberração do mandato social do Senhor para suas criaturas. Colocar racismo como pecado é elevar o nível da discussão, ainda que você não seja preso ou receba uma multa por ter tido uma atitude ou pensamento racista, para o Senhor, ainda assim, já foi condenado e precisa se arrepender e se reconciliar com o seu próximo.

Falar de racismo é pôr luz sobre uma chaga, elucidando, assim, as nossas mentes para que o combate seja de fato efetivo. Tratar o tema e agir em prol da restauração da dignidade verdadeira do nosso próximo é próprio da justiça bíblica, é próprio da ética cristã. A omissão com relação ao tratamento dessa temática também é uma forma, direta ou indireta, de fazer a manutenção desse sistema injusto e desigual que está em nosso mundo. É um assunto bem sério para a Bíblia. A questão é: o quanto você individualmente e sua igreja local levam a sério esse assunto e o que você faz, diariamente, no combate a esse mal? O reino de Deus é o reino de paz e dos reconciliados, mas só haverá reconciliação se houver justiça e santificação. O pecado do racismo é a antítese do amor; o racismo é contra a justiça e a paz. O racismo é um pecado antirreino de Deus.

Pessoas serem tratadas, diariamente, com menos dignidade por causa de sua cor, é uma afronta direta ao Criador que as fez. É por isso que nós, cristãos, não podemos nos silenciar frente a esse assunto tão importante e urgente. Somos iguais sim, mas não somos tratados de forma igual. Isso é diabólico. O racismo é diabólico, é antievangelho de Cristo.

Nota
1. Disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=XUEAgbLIKeQ

Jacira Monteiro é autora de O Estigma da Cor. Mestranda em Educação, Arte e História da Cultura (Mackenzie). Pós-graduanda em Teologia Bíblica e Exegética do NT (Faculdade Internacional Cidade Viva). @jacirapvm.

RACISMO – A BÍBLIA, A IGREJA E UMA CONVERSA QUE NASCE DA DOR
 
A Igreja deve agir em duas direções. Ela deve voltar-se para si mesma e caminhar em direção à diversidade e unidade desejadas por Deus. Mas deve voltar-se também para a sociedade, a fim de enxergar e, intencionalmente, combater a injustiça contra as pessoas negras.

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Saiba mais:
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