Opinião
09 de julho de 2024- Visualizações: 3319
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O excesso e a negligência
Se o orgulho é o pecado que orienta o excesso, o egoísmo é normalmente o pecado que orienta a negligência
Por Ronaldo Lidório
Vivemos em uma geração de pessoas cansadas, desanimadas, enfrentando frequentes crises pessoais ou de trabalho. O esgotamento, estresse e depressão ganharam dimensões epidêmicas. Um dos fatores desse adoecimento é não vivermos e não trabalharmos na medida certa, na medida de Deus.
Em 2 Timóteo 2:15 Paulo ensina: “Procure apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”.
A expressão “aprovado”, em grego dokimos, apontava para pessoas íntegras, especialmente no comércio. Falsários comumente reduziam as bordas das moedas, de forma quase imperceptível, utilizando o metal restante para outros fins. As moedas adulteradas eram usadas livremente no comércio, sendo de difícil identificação. Havia, porém, homens que utilizavam apenas as moedas originais e eram chamados de dokimos – aprovados. O termo era também usado para aqueles que vendiam grãos. Em muitos mercados os grãos eram vendidos por cabaça, um recipiente que indicava a medida correta a ser paga. Alguns mercadores possuíam uma técnica que evitava encher totalmente a cabaça de grãos, enganando os desprevenidos. Havia, entretanto, mercadores que enchiam totalmente a cabaça até deixá-la transbordar e, com uma régua de madeira, a nivelava na frente do cliente. Vendiam a medida certa e eram conhecidos como dokimos – aprovados.
Entendo que o termo “aprovado” é usado com dois significados próximos: de fidelidade e de medida. A fidelidade em todas as coisas, mesmo naquelas que não são conhecidas por outros; e também a medida certa ao apresentar o trabalho a Deus: nem mais, nem menos.

Há dois grandes riscos quanto à medida que trabalhamos: o excesso e a negligência. O excesso se dá quando fazemos além do que deveríamos, especialmente quando impulsionados por motivações pecaminosas, como o orgulho. É o desejo de ser superior, se destacar, chegar sempre em primeiro lugar e impressionar a outros. Por sua vez, a negligência se dá quando fazemos aquém do que deveríamos, normalmente motivados pela preguiça ou falta de disposição de sair da nossa zona de conforto.
Se o orgulho é o pecado que orienta o excesso, o egoísmo é normalmente o pecado que orienta a negligência. Tanto o excesso quanto a negligência são medidas equivocadas. A medida certa é a medida de Deus.
Que Deus nos ajude a sermos aprovados e tudo fazer na medida do Senhor: nem mais, nem menos.
Artigo publicado originalmente no perfil de Ronaldo Lidório no Instagram. Reproduzido com permissão.
REVISTA ULTIMATO | PARA QUE SERVE A TEOLOGIA?
A resposta à pergunta “Para que serve a teologia?” revela que ela serve a Deus, exaltando-o como Senhor. Serve a igreja, ajudando-a a conhecer e a adorar seu Deus. Serve o mundo, revelando a verdadeira fonte de sabedoria, beleza, sentido e salvação.
A teologia é resultado de esforço acadêmico e também do convívio singular entre cristãos; envolve profundo estudo, mas também ocorre na singela e comprometida leitura das Escrituras. Depende do Espírito, por isso implica humildade. Ajuda a conhecer a Deus e a amá-lo.
É disso que trata a matéria de capa da edição 408 da revista Ultimato. Para assinar, clique aqui.
Saiba mais:
» Cristianismo Antigo para Tempos Novos, Paul Freston
» Por que (Sempre) Faço o que não Quero?, Elben Magalhães Lenz César
Por Ronaldo Lidório
Vivemos em uma geração de pessoas cansadas, desanimadas, enfrentando frequentes crises pessoais ou de trabalho. O esgotamento, estresse e depressão ganharam dimensões epidêmicas. Um dos fatores desse adoecimento é não vivermos e não trabalharmos na medida certa, na medida de Deus.Em 2 Timóteo 2:15 Paulo ensina: “Procure apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”.
A expressão “aprovado”, em grego dokimos, apontava para pessoas íntegras, especialmente no comércio. Falsários comumente reduziam as bordas das moedas, de forma quase imperceptível, utilizando o metal restante para outros fins. As moedas adulteradas eram usadas livremente no comércio, sendo de difícil identificação. Havia, porém, homens que utilizavam apenas as moedas originais e eram chamados de dokimos – aprovados. O termo era também usado para aqueles que vendiam grãos. Em muitos mercados os grãos eram vendidos por cabaça, um recipiente que indicava a medida correta a ser paga. Alguns mercadores possuíam uma técnica que evitava encher totalmente a cabaça de grãos, enganando os desprevenidos. Havia, entretanto, mercadores que enchiam totalmente a cabaça até deixá-la transbordar e, com uma régua de madeira, a nivelava na frente do cliente. Vendiam a medida certa e eram conhecidos como dokimos – aprovados.
Entendo que o termo “aprovado” é usado com dois significados próximos: de fidelidade e de medida. A fidelidade em todas as coisas, mesmo naquelas que não são conhecidas por outros; e também a medida certa ao apresentar o trabalho a Deus: nem mais, nem menos.

Há dois grandes riscos quanto à medida que trabalhamos: o excesso e a negligência. O excesso se dá quando fazemos além do que deveríamos, especialmente quando impulsionados por motivações pecaminosas, como o orgulho. É o desejo de ser superior, se destacar, chegar sempre em primeiro lugar e impressionar a outros. Por sua vez, a negligência se dá quando fazemos aquém do que deveríamos, normalmente motivados pela preguiça ou falta de disposição de sair da nossa zona de conforto.
Se o orgulho é o pecado que orienta o excesso, o egoísmo é normalmente o pecado que orienta a negligência. Tanto o excesso quanto a negligência são medidas equivocadas. A medida certa é a medida de Deus.
Que Deus nos ajude a sermos aprovados e tudo fazer na medida do Senhor: nem mais, nem menos.
Artigo publicado originalmente no perfil de Ronaldo Lidório no Instagram. Reproduzido com permissão.
REVISTA ULTIMATO | PARA QUE SERVE A TEOLOGIA?A resposta à pergunta “Para que serve a teologia?” revela que ela serve a Deus, exaltando-o como Senhor. Serve a igreja, ajudando-a a conhecer e a adorar seu Deus. Serve o mundo, revelando a verdadeira fonte de sabedoria, beleza, sentido e salvação.
A teologia é resultado de esforço acadêmico e também do convívio singular entre cristãos; envolve profundo estudo, mas também ocorre na singela e comprometida leitura das Escrituras. Depende do Espírito, por isso implica humildade. Ajuda a conhecer a Deus e a amá-lo.
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» Cristianismo Antigo para Tempos Novos, Paul Freston
» Por que (Sempre) Faço o que não Quero?, Elben Magalhães Lenz César
Ronaldo Lidório é teólogo e antropólogo, missionário (APMT e WEC) entre grupos pouco ou não evangelizados. É organizador de Indígenas do Brasil -- avaliando a missão da igreja e A Questão Indígena -- Uma Luta Desigual.
- Textos publicados: 57 [ver]
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