Heróis sem aplauso

Há pessoas que mudam o mundo… sem que o mundo perceba.

Por Artur Mendes

Johann Sebastian Bach é um grande exemplo. Entre partituras rabiscadas à mão, ensaios noturnos e domingos de culto, ele compôs como quem respira — com disciplina, devoção e entrega. Durante a vida, seu nome mal ultrapassou os muros das igrejas onde serviu. Morreu como um simples organista de Leipzig. Nenhuma ovação, nenhum grande concerto em sua homenagem. Em toda sua vida, Bach nunca sentiu o calor de um aplauso. Sua música atravessou séculos, como se o céu tivesse guardado cada nota até que estivéssemos prontos para ouvi-la.

Bach é o retrato do que os americanos chamam de “Unsung Hero” — um herói não celebrado. Assim como tantos pais e mães que se sacrificam em silêncio. Como professores, cuidadores, cientistas, trabalhadores invisíveis, gente comum… que faz o extraordinário sem pedir crédito.

A verdade é que muitos dos maiores heróis do mundo não estão nos palcos. Estão nas cozinhas, nas salas de aula, nos laboratórios, nos hospitais, nas redações dos jornais, nos bastidores da vida. E é por causa deles que a história continua harmônica… mesmo quando parece dissonante.



Jesus sempre valorizou os servos anônimos. Talvez o mundo não tenha te aplaudido ainda. Talvez a sua música, como a de Bach, ainda esteja esperando o tempo preciso para ser ouvida. Porém uma coisa é certa: o Senhor, nunca oculta seu aplauso. Porque, como disse Jesus: “Teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.” (Mt 6.4).

Os verdadeiros heróis nem sempre estão na ribalta, mas trabalham no silêncio da coxia.

• Artur Mendes é jornalista e publicitário (LPC / COMEV), produtor de RTV e membro da Igreja Presbiteriana de Barão Geraldo, em Campinas, SP.

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