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Opinião

Defenda princípios, não políticos!

Por Anderson Paz
 
Um dos principais motivos para o escândalo causado por cristãos que passam a opinar sobre política na esfera pública tem sido o comprometimento com a defesa de políticos em detrimento de princípios. Quando cristãos se prestam a defender – em nome de uma guerra cultural – determinados políticos, pode-se abandonar a postura de defesa e de testemunho de princípios bíblicos.
 
A Palavra de Deus ordena que o cristão defenda princípios e valores bíblicos. Para isso, é preciso assumir uma atitude profética que exige que – seja o governante Saul, seja o governante Davi – o pecado seja denunciado para que a glória do nome de Deus seja preservada. Contudo, quando cristãos passam a ter uma postura de defesa de determinados políticos, corre-se o risco de se manchar o testemunho da glória de Deus com os pecados públicos dos políticos defendidos. 
 
Os cristãos devem se comprometer com a defesa de princípios, e não de políticos, por pelo menos três motivos:
 
1) Políticos são pecadores: quando cristãos associam a fé cristã à pessoa de um político, o testemunho fica manchado pelos pecados públicos do político. Quando se afirma que determinado político representa os princípios cristãos, torna-se muito difícil separar seus erros e pecados daquilo que a Palavra de Deus realmente ensina. O testemunho cristão é violado.
 
2) Relativização de pecados: quando cristãos assumem a linguagem bélica de guerra cultural, é possível que incorram no erro de relativizar ou normalizar os pecados de determinados políticos. A urgência de ganhar uma eleição cega o cristão a ponto de ele suspender os princípios cristãos em sua atuação cidadã e se tornar conhecido como uma pessoa permeada de ódio político. 
 
3) Identidade manchada: na medida em que cristãos justificam os pecados de algum político, eles tendem a se parecer mais com o político do que com Cristo. Para muitos cristãos, as palavras “santidade”, “bondade”, misericórdia”, etc, não fazem parte do vocabulário político. Nesse cenário, o cristão assume a ética política de Maquiavel, em que o fim de alcançar e manter o poder justifica quaisquer meios. A política se torna um meio para negar a própria fé. 
 
Em contraponto legítimo, alguém pode perguntar se podemos, como cristãos, defender publicamente o voto em algum político? Sim, podemos. O cristão pode defender determinada escolha de forma comedida, reticente e mantendo a clara ressalva de que sua escolha não é uma defesa absoluta. Não se pode “mitificar” o político. Quem tem governantes como “mitos” é pagão. Esse é um espírito helênico, não bíblico.

 
Assim, o cristão pode defender, sem sentimento de ódio e destruição do próximo, que determinada escolha política é melhor ou menos pior. Contudo, ele deve manter a clareza de que sua escolha não se deve à pessoa do político, mas se baseia em determinados princípios e valores cristãos. E esses mesmos princípios serão aqueles que denunciarão os pecados do político eleito. 
 
O que pode acontecer se os cristãos não tiverem essa postura na esfera pública? Se os cristãos abandonarem seu papel de liderança espiritual, eles poderão acabar deixando o homem e a sociedade sem orientação em seu ímpeto por encontrar princípios e valores que lhe deem significado.
 
Se os cristãos se fecharem em um estrito comprometimento com políticos, perderão seu papel profético de defesa e pregação de princípios que estão acima da política. Quanto mais a fé cristã for comprometida com políticos, mais se perderá o sentido bíblico de catolicidade. Os cristãos poderão cair em uma profunda irrelevância pública ao falar apenas a “convertidos” aos princípios cristãos, deixando de demonstrar que a fé cristã tem propósito universal. 
 
  • Anderson Paz é advogado e doutorando em Ciência Política pela Universidade Federal de Pernambuco.

PARA QUE TODOS SEJAM UM – A UNIDADE DA IGREJA É POSSÍVEL?  | REVISTA ULTIMATO
 
Qual a melhor resposta para um mundo cada vez mais dividido e para uma igreja cada vez mais polarizada? Pode parecer estranho, mas a resposta bíblica é óbvia: a Unidade em Cristo. E a pergunta que se segue é: “Que unidade é essa?” Aquela pela qual Jesus orou (Jo 17.23). 

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