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Palavra do leitor

Visitem os velhos

Quando visitamos os velhos, temos muito a aprender.

A princípio, vamos esclarecer que ao falarmos "velhos" não o fazemos na forma pejorativa, ao contrário, queremos enfatizar o valor que há em ouvir aqueles que já viveram mais e, por isso, experimentaram mais a vida que os mais novos.

Uma pessoa mais velha, quando sensata e humilde, vai sempre saber dizer dos erros e acertos da vida. Ela terá profundidade no dizer, "faça isso", ou "não faça aquilo". Já viveu muito, já viu muitas coisas iniciarem e terminarem, sabe como são terríveis as consequências de ações mal empreendidas. Os mais velhos conhecem as alegrias da vida, mas também compreendem bem as dores.

Já vi velhinhos com os olhos caídos, perdidos no vazio, aguardando o desfecho da vida que já os cansa. Sem esperança no olhar, seguem com o peso do arrependimento daqueles que não conseguem mais recomeçar, voltar ao erro, pois os anos se foram e agora pouco resta.

Mas também já vi velhinhos com um sorriso quase infantil nos rostos, com palavras inocentes e simples, contudo, cheias de paz, de contentamento, de esperança, como se a vida não estivesse chagando ao fim, mas apenas caminhando para um descanso final e natural. São pessoas cujas presenças exalam a sabedoria de quem soube caminhar bem e não temem o futuro.

Minha avó paterna dormia no leito do hospital, nos últimos dias de sua vida terrena, quando passei uma daquelas noites de internação ao seu lado. Ela não falava, não abria os olhos, parecia não ouvir, mas seu semblante era sereno no alto dos seus mais de oitenta anos. Pela madrugada, sem sono, resolvi conversar lembrando de algumas passagens de nossas vidas. Ela parecia sorrir e acompanhar minha fala. Depois, cantei-lhe um hino que dizia, "oh, oh, não temas, pois eu contigo sempre serei...". Foi quando ela sorriu, apenas sorriu, sem falar, sem nenhum movimento, a não ser dos lábios, e continuou quieta.

Depois daquela noite eu só ouvi a notícia de sua morte, porém, ficaram os seus conselhos gravados em minha mente, e a lembrança do seu inquestionável amor pelos que a cercavam.

Conversava bastante com minha avó, mais até do que com meus pais, nem sei por qual motivo, mas era assim. Minha avó jamais negou-me contar seus erros, suas lágrimas e decepções. Chorava fácil. Sempre me falava tudo, os erros e acertos. Havia em minha avó um sincero e profundo desejo de ver os netos realizados e felizes, então, nos mostrava caminhos sempre melhores e jamais vividos por ela mesma. Realizava-se em somente imaginar onde poderíamos chegar. Sabia dizer essas coisas porque era mais velha. E eu ouvia.

Os velhos já viveram o que ainda vamos viver. Chegue perto de um deles, há sempre um por perto, e pergunte sobre a vida, o que se deve ou não fazer. Pergunte sobre o que faz bem e o que faz mal à vida. Pergunte sobre o que causa arrependimento e dor. Procure enxergar-se neles, o hoje e o que será amanhã, mas não deixe de visitar os velhinhos, ele falam muito e ensinam sem palavras sobre a vida de cada um de nós.

Alguns desses velhinhos chegam ao final da vida com lágrimas e mágoas, outros, com alegria e realizações. Seja qual for o caso, todos têm algo a dizer.

Visitemos os velhos e lembremos que mais cedo ou mais tarde chegaremos lá também, e teremos histórias para contar. Que histórias serão?

Tomara que sejam lindas histórias, construídas na obediência a Deus, na perseverança nos caminhos da fé.

Que sejam lindos os dias finais da velhice, e que a lembrança de toda uma vida nos leve a suspirar, bem baixinho, "ah, como foi bom caminhar com Deus!".

"Ensina-nos a contar os nossos dias..." (Salmo 90.12)
BrasÍlia - DF
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