Uma carta de desabafo do apóstolo Paulo aos cristãos!

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"Fazer do evangelho um expediente para minhas convicções, expressamente, configura-se como imprimir uma leitura tola e tosca de Jesus Cristo’’.

Texto de Atos 20:7-12

Ao receber uma carta do apóstolo Paulo destinado aos cristãos brasileiros, com ênfase a um período de sedições e polaridades para todos os lados, somente, procurarei a transmitir e nada mais. O teor da carta, a qual tenho em minhas mãos, diz o seguinte e sem rodeios, com a visão aguçada e afiada Paulina.

Eu, ora denominado de apóstolo Paulo, servo de Jesus Cristo, mediante a vontade de Deus, dirijo-me a cada um de vocês, a qual se declaram cristãos (sejam protestantes, evangélicos, católicos, ortodoxos e todos os demais), que a graça e a paz de Deus Nosso Pai estejam com cada um de vocês, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.

Não era de hoje, ardia em meu coração redigir-lhes certas questões. As notícias recebidas são de que obtiveram um avanço exponencial e não são mais vistos como minorias. São disputados por diversos setores da sociedade. São como figuras a serem consideradas. São um dos nichos tidos como o fiel da balança destas eleições. Devo reconhecer, ao olhar para os seus templos, fico boquiaberto com os estilos de uma arquitetura portentosa, espelhada, confortável, aparatada com todas as instrumentalidades técnicas. Ah, chegaram aos meios de comunicação aberta e por assinatura, estão presentes nas redes digitais. Quem me dera tivesse essas ferramentas para propagar e enraizar a verdade, a liberdade e o conhecimento do Nosso Salvador. Seus pastores redigem peças eloquentes, com enredos de coaching(s), existenciais, motivacionais, antenados a cultura vigente, com efeitos sobrenaturais, como se fossem a própria complementação da Trindade. São profetas, são desveladores além do que está escrito nas sagradas escrituras e arrancam os aplausos de multidões. Seus cânticos impressionam, com ritmos e arranjos dignos de um Grammy.

Agora, em tudo isso, preocupa-me o quanto parecem que abandonaram, que se esqueceram ou que renunciaram mesmo o certo pelo errado, o santo pelo profano, a sabedoria pela estultícia. Nada os incomoda, com relação ao pecado ou a alienação do homem do seu Criador, curvaram-se aos mandamentos imperativos do progressismo cultural e das pautas do relativismo, do endeusamento do eu, do distanciamento da justiça e da integridade. Os escândalos pipocam de um lado para o outro. Os adultérios e as traições de muitos de seus pastores e pastoras são acobertados e permanecem nos púlpitos, como se nada tivesse acontecido. Decerto, valho-me das palavras do poeta Thoreau: "Melhorias nos meios sem melhorias nos fins’’. Não posso negar, suas marchas me deixam boquiaberto, seus simpósios, avivamentos, encontros, entretanto, cada vez mais, vivem a falência de viver um evangelho de transformação e restauração, de curas e salvação. Em meio a tantos avanços, não vivem em irmandade, em uma comunhão marcada pelo serviço, pelo discípulado, pela oração como resposta ao Deus que a todos e a tudo precede.

Vejo em vocês, cristãos brasileiros, que muitos não conseguem levantar as mãos em um louvor, se atentar para a palavra, durante a pregação, ir a um encontro de oração e, diametralmente oposto, ecoam, tanto fora quanto dentro da igreja: mito, mito, mito e isto deveria os fazer questionar. Vou adiante, não valido as ideias marxistas, a teologia da missão integral com os feixes do progressismo esquerdista, uma vez de rejeitarem uma realidade acima do homem e sendo este a realidade, por rejeitarem verdades objetivas e por rejeitarem a moralidade, por rejeitarem a liberdade do individuo. Desde já, rogo por mais um bocado de sua atenção, por esperar que sejam vocês cristãos brasileiros, verdadeiros caminhos de uma comunicação de participação na realidade das pessoas, dos povos, das raças, da etnias. Não posso negar, seja qual for o final das eleições, cristãos brasileiros, mantenham-se como atalaias da justiça, da integridade, da verdade, do respeito, da decência, apesar de que não estarão imunes de serem tachados de burlescos ou ridículos, de bobos, de paspalhos, de estarem numa perda de tempo, de serem alvos de sarcasmos e vilipendios ou desprezos.

Sim e sim, cristãos brasileiros sejam inundados por esse amor chamado Jesus Cristo, o Nosso Salvador, por ser o lastro do cosmo e tudo o mais, por ser aquilo que unifica toda a vida, a minha vida e as suas vidas (cristãos brasileiros). Olhem, olhem, olhem, cristãos brasileiros, a partir das lentes da Cruz do Ressurecto, e percebam e se lancem ao amor do Deus que a tudo e a todos precede, a qual rompe e irrompe no universo, no cosmo, no tempo e no espaço, neste lugar comum da humanidade, por causa da vida humana. Ademais, chego ao fim dessa narrativa, agradecido por lerem essas desalinhavadas palavras, os saúdo, cristãos brasileiros, e espero os encontrar na eternidade de Deus. Amém.

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Opinião do leitor