Sete conselhos de Calvino para a igreja evangélica brasileira em tempos de crise

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A Igreja Evangélica Brasileira atravessa um tempo delicado. À medida que as crises políticas e econômicas se intensificam, a liberdade de expressão e de fé sofre pressões silenciosas, o pecado é cada vez mais normalizado, e a injustiça social avança em diversas formas. Em meio a esse cenário solicitado, é necessário ouvir vozes que nos chamam de volta à essência do Evangelho. Uma dessas vozes é a de João Calvino – reformador que, em tempos igualmente conturbados, orientava para a fidelidade bíblica como resposta à decadência moral e espiritual do seu tempo.

O primeiro conselho que podemos extrair de sua visão é o chamado à confiança plena em Deus. Ainda que tudo ao redor pareça fora de controle, o Senhor continua governando todas as coisas. Essa certeza sustenta a fé, fortalece a Igreja e nos impede de sermos arrastados pelo medo ou desespero. Não há crise que possa anular os planos eternos de Deus.

O segundo conselho é a fidelidade na pregação da Palavra. A Igreja precisa resistir à tentativa de adaptar sua mensagem para agradar o mundo. A pregação deve confrontar o pecado, anunciar a graça e convidar ao arrependimento – ainda que isso custe a exclusão das multidões.

O terceiro ponto é a importância da disciplina espiritual. Quando a Igreja tolera o pecado no seu meio, ela perde autoridade diante do mundo. A correção amorosa, a busca pela santidade e a coerência de vida são marcas de uma comunidade que leva Cristo a sério. Não se trata de legalismo, mas de zelo pela saúde espiritual do Corpo de Cristo.

Outro conselho vital é a valorização da oração. Ela é mais do que um costume religioso: é o clamor de um povo que regulariza sua total dependência de Deus. A Igreja precisa se ajoelhar mais do que se expor, interceder mais do que opinar.

Calvino também nos lembra que a fé verdadeira gera frutos de justiça. Não há separação entre espiritualidade e responsabilidade social. A Igreja deve levantar a sua voz contra a fome, a corrupção, o racismo, o abandono dos pobres e toda forma de opressão. O Evangelho é vida transformada, mas também é vida entregue ao próximo.

A Igreja precisa manter os olhos fixos na eternidade. Este mundo, com todos os seus sistemas falhos, corrupções e dores, não é o nosso destino final. A esperança do cristão não está em governos, movimentos ou ideologias humanas, mas no Reino de Deus que há de se manifestar em glória. Essa visão eterna nos dá força para perseverar, mesmo quando tudo ao redor parece desabar.

Por fim, em tempos de crise, a Igreja não precisa de novas estrelas, mas de corações quebrados. Não precisa de popularidade, mas de profundidade. Não precisa correr atrás de expectativas humanas, mas buscar, acima de tudo, agradar ao Senhor. A fidelidade a Cristo sempre será mais importante do que qualquer conquista terrena.

Que este chamado à fidelidade nos encontre vigilantes, comprometidos com o evangelho e desejosos de viver, servir e sofrer por amor à verdade.

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Opinião do leitor