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Palavra do leitor

Pode me enviar sua localização?

Essa é uma das perguntas mais frequentes que fazemos nestes dias intensos de alta demanda tecnológica em que não podemos mais perder tempo procurando um determinado endereço. Quer seja num veículo de aplicativo ou em nossos próprios carros, o computador de bordo traça a rota para nos levar ao nosso destino final baseado nos dados do sistema de posicionamento global – GPS, uma complexa rede de satélites orbitados em volta da Terra que praticamente controlam todos os nossos movimentos. Assim, economizamos tempo e não ficamos mais perdidos como nos áureos e bons tempos analógicos.

Num dos trechos mais enigmáticos e paradoxais da Bíblia, o livro de Gênesis nos apresenta a primeira pergunta que Deus faz para a humanidade. Após criar o primeiro casal e deixá-los cuidando da natureza como verdadeiros mordomos, o Senhor, que os visitava todos os dias ao entardecer, indaga: "Adão, onde estás"? (Gn 3.9). Atualizando a pergunta para nossa linguagem hodierna, seria o mesmo que dizer: "Adão, você pode me enviar sua localização?" Aquela indagação vinda da voz retumbante do Altíssimo alcançou o coração rebelde do companheiro de Eva que não respondeu à pergunta corretamente, se limitando a dizer: "ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me". (Gn 3.10)

"E assim, esconder-se de Deus tem sido uma prática de todos nós quando saímos do caminho, quando tiramos os olhos do céu!"

Teólogos tentam ao longo dos séculos decifrar este grande mistério relacionado aos atributos divinos. Estaria Deus, de fato, desconhecendo o paradeiro de um dos dois únicos seres humanos existentes até então? Como Ele, conhecedor de bilhões de estrelas, de cada galáxia, mantenedor de todos os universos possíveis e de todos os seres existentes, poderia estar ausente de algum espaço físico e não saber por onde andava uma de suas criaturas? Teria o Senhor tido alguma crise momentânea de amnésia ou demência? O grande Eu Sou teria perdido sua onisciência e entrado num "apagão" existencial? Sem querer aqui criar uma tese mirabolante, trago algumas possíveis respostas a esta aparente incógnita teontológica.

Primeiramente, entre os vários atributos de Deus, que são suas características próprias que o definem como tal, alguns deles nos são comunicáveis, como amor, bondade e justiça. Assim, a comunicabilidade é algo inerente ao ser divino. É natural da sua pessoa se comunicar. Não que ele dependa disso para ser Deus, mas é que seu amor se manifesta integralmente quando se comunica, quando declara suas misericórdias. É, portanto, um Deus falante, alguém que sabe como ninguém o poder das palavras. "E disse Deus: haja luz; e houve luz"; "Assim diz o Senhor". Estas são frases que reverberam nas Escrituras mostrando-nos a força e a beleza da atividade comunicativa de Deus. E por consequência, comunicar-se tornou-se uma das primeiras necessidades do ser humano.

Em segundo lugar, Deus é um ser relacional. Desde a eternidade, Ele mantém um relacionamento íntimo com as pessoas da Trindade. Assim sendo, Ele transmite toda a graça que lhe é própria para aqueles a quem ele ama e quer perto de si. Como o sol, que não depende dos planetas, mas encontra seu propósito em levar-lhes luz e energia, assim é o Todo-Poderoso quando se aproxima de nós estabelecendo e mantendo alianças com o ser criado.

Por fim, Deus fez a interrogação ao primeiro morador da Terra não por não saber sua real localização física, mas para provocar nele uma reflexão sobre a sua condição espiritual após pecar (errar o alvo) e tentar se esconder, por vergonha, por medo, ou pelos dois motivos. A pergunta fez Adão confrontar a si mesmo, perceber seu estado de nudez e pobreza espirituais e se aproximar novamente do Criador, demonstrando a iniciativa divina em buscar o ser humano para restaurá-lo, mesmo diante da desobediência e da tentativa de viver dissoluta e deliberadamente.

Esta mesma pergunta o SENHOR nos faz hoje. Por várias vezes durante nossa caminhada planejamos andar sozinhos, sem Ele; tentamos viver longe da sua presença protetora, dos seus raios graciosos, do seu amparo paterno. Se for para esconder-se, que seja então no "esconderijo do Altíssimo e lá habitar à sombra do Onipotente". (Salmos 91.1)

Portanto, esteja atento e vigilante para não se perder nos labirintos e atalhos da caminhada. Contudo, caso esteja perdido, ainda há uma solução. A qualquer hora e em qualquer lugar, a seguinte mensagem pode chegar do alto ao seu coração pedindo uma resposta urgente do interlocutor: "Você pode me enviar sua localização?"

Tony Oliveira - Autor dos livros "Pingos da Graça" e "Cartas do Atlântico".
Para outros textos do autor, acesse: https://pingosdagraca.wordpress.com/
Contato: faos.ead@gmail.com INSTAGRAM: @tonyoliveira_69
Brasília - DF
Textos publicados: 92 [ver]
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