Palavra do leitor
22 de outubro de 2025- Visualizações: 602
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Este mundo: um lugar de lazer ou um campo de batalha
"O que quero dizer é que o tempo é curto. De agora em diante, aqueles que têm esposa, vivam como se não tivessem; aqueles que choram, como se não chorassem; os que estão felizes, como se não estivessem; os que compram algo, como se nada possuíssem; os que usam as coisas do mundo, como se não as usassem; porque a forma presente deste mundo está passando." 1 Coríntios 7:29-31.
Tomei emprestado o título e a primeira frase deste texto de A. W. Tozer, não por acaso, mas porque expressam com precisão uma verdade profunda: as coisas são para nós não apenas o que elas são – elas são o que achamos que elas são. Essa frase serve como ponto de partida para refletir sobre como, ao longo dos anos, tem mudado a percepção dos crentes a respeito do mundo, do pecado e do inferno. Algumas décadas atrás, a visão predominante entre os cristãos era a de que vivíamos em um campo de guerra espiritual: o mundo era visto como território inimigo, onde forças malignas – os inimigos de Deus – agiam constantemente para tragar aqueles que caminhavam rumo à Canaã Celestial, seduzindo-os com os prazeres passageiros desta vida. Nesse cenário, os crentes ansiavam pelo retorno de Jesus como soldados desejando o fim de uma longa e árdua batalha, como quem clama por paz em meio ao caos. E diziam: "Ah, esse mundo... campo de batalha, e não lugar de diversão!"
Mas hoje, entre muitos cristãos, parece ganhar força uma visão bem diferente: o mundo já não é visto como um campo de batalha, mas como um espaço legítimo de entretenimento, onde o foco é desfrutar ao máximo os prazeres que a vida oferece. A antiga vigilância espiritual dá lugar a uma filosofia disfarçada de liberdade, mas enraizada no velho princípio do carpe diem – viver o agora, buscar o máximo de satisfação pessoal, como se a plenitude estivesse nos momentos de prazer carnal e nas experiências sensoriais desta vida passageira. Contudo, essa mentalidade traz um perigo sutil, porém profundo: o risco de tentar conciliar dois senhores, dois altares, dois amores – Cristo e o mundo. E aqui, honestamente, parece-me que não há compatibilidade possível. Ou cultuamos a Deus, ou a Baal. A proposta do evangelho envolve cruz, renúncia e transformação – elementos cada vez mais evitados quando se busca uma fé confortável, que não exige sacrifícios, apenas promessas. O mais difícil, hoje, não é encontrar quem fale de graça ou de amor, mas quem questione o valor da renúncia ao divertimento como estilo de vida. Criticar o excesso de lazer, o hedonismo disfarçado de "liberdade cristã", é quase um tabu – mas é exatamente esse silêncio que tem permitido uma fé rasa, moldada à imagem do mundo, e não à do Evangelho de Cristo.
Assim, uma visão correta do mundo, à luz da Bíblia, como diz Tozer, nos fará reexaminar a nossa filosofia de vida. E é disso que tanto necessitamos em nossos dias: discernimento espiritual para ver o mundo como ele realmente é, não pelo filtro do prazer, mas pela ótica da eternidade. Libertos das "casas de diversões noturnas santificadas" – lugares e práticas que tentam vestir o espírito deste século com uma aparência de piedade – poderemos, enfim, andar no caminho da salvação. Um caminho marcado por renúncia, vigilância e fidelidade, onde desfrutar a Cristo exclui qualquer tentativa de desfrutar o mundo.
Tomei emprestado o título e a primeira frase deste texto de A. W. Tozer, não por acaso, mas porque expressam com precisão uma verdade profunda: as coisas são para nós não apenas o que elas são – elas são o que achamos que elas são. Essa frase serve como ponto de partida para refletir sobre como, ao longo dos anos, tem mudado a percepção dos crentes a respeito do mundo, do pecado e do inferno. Algumas décadas atrás, a visão predominante entre os cristãos era a de que vivíamos em um campo de guerra espiritual: o mundo era visto como território inimigo, onde forças malignas – os inimigos de Deus – agiam constantemente para tragar aqueles que caminhavam rumo à Canaã Celestial, seduzindo-os com os prazeres passageiros desta vida. Nesse cenário, os crentes ansiavam pelo retorno de Jesus como soldados desejando o fim de uma longa e árdua batalha, como quem clama por paz em meio ao caos. E diziam: "Ah, esse mundo... campo de batalha, e não lugar de diversão!"
Mas hoje, entre muitos cristãos, parece ganhar força uma visão bem diferente: o mundo já não é visto como um campo de batalha, mas como um espaço legítimo de entretenimento, onde o foco é desfrutar ao máximo os prazeres que a vida oferece. A antiga vigilância espiritual dá lugar a uma filosofia disfarçada de liberdade, mas enraizada no velho princípio do carpe diem – viver o agora, buscar o máximo de satisfação pessoal, como se a plenitude estivesse nos momentos de prazer carnal e nas experiências sensoriais desta vida passageira. Contudo, essa mentalidade traz um perigo sutil, porém profundo: o risco de tentar conciliar dois senhores, dois altares, dois amores – Cristo e o mundo. E aqui, honestamente, parece-me que não há compatibilidade possível. Ou cultuamos a Deus, ou a Baal. A proposta do evangelho envolve cruz, renúncia e transformação – elementos cada vez mais evitados quando se busca uma fé confortável, que não exige sacrifícios, apenas promessas. O mais difícil, hoje, não é encontrar quem fale de graça ou de amor, mas quem questione o valor da renúncia ao divertimento como estilo de vida. Criticar o excesso de lazer, o hedonismo disfarçado de "liberdade cristã", é quase um tabu – mas é exatamente esse silêncio que tem permitido uma fé rasa, moldada à imagem do mundo, e não à do Evangelho de Cristo.
Assim, uma visão correta do mundo, à luz da Bíblia, como diz Tozer, nos fará reexaminar a nossa filosofia de vida. E é disso que tanto necessitamos em nossos dias: discernimento espiritual para ver o mundo como ele realmente é, não pelo filtro do prazer, mas pela ótica da eternidade. Libertos das "casas de diversões noturnas santificadas" – lugares e práticas que tentam vestir o espírito deste século com uma aparência de piedade – poderemos, enfim, andar no caminho da salvação. Um caminho marcado por renúncia, vigilância e fidelidade, onde desfrutar a Cristo exclui qualquer tentativa de desfrutar o mundo.
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