A máscara de Deus!

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"Os livros, ainda lidos, através do papel ou, agora, das alternativas da tecnologia digital, não substituem a manifestação do outro lado e isto, tão somente, pessoas podem fazer’’.

O título da presente proposta de parar e ponderar sobre a vida, leva-me a abordar sobre a máscara de Deus. Isso mesmo, sem delongas, a máscara de Deus. Em outras palavras, enquanto os homens se valem de máscaras para esconder quem, verdadeiramente, são, Deus tem uma para mostrar quem é. Sem sombra de dúvida, vivemos e convivemos num cenário de interrelações, diretas ou indiretas, movidos por interesses, por necessidades, por propósitos contagiados por ideias, por sentimentos, por afetos, por expectativas e nem sempre nos apresentamos, em nossa integralidade. São as máscaras das condutas, dos procedimentos, das respostas, dos posicionamentos, das conveniências. É bem verdade, como falar de algo tão esplendoroso, grandioso, não sujeito ao nosso conhecer? Vou adiante, ao adotar essa máscara, Deus se permite conhecer, revela-se, apresenta-se, despe todas nossas projeções equivocadas e deformadas do mesmo. Sempre se faz de bom parecer destacar, a teologia cristã assim define essa máscara como Revelação de Deus ao ser humano. Dou mais umas pinçadas, desce de toda dimensão de divindade, sem a perder, para estar com os homens, conviver conosco, porque, tão somente, assim, torna-se perceptível, em nossa realidade. Atentemos, não deixa de ser Deus, não perde sua autoridade, agora, vem, até nós, para se transparente, honesto e não fingido, irreal, farsante, fazer-se compreensível em nossa existência, linguagem, alma e nossa espiritualidade.

Deveras, o Deus das Escrituras, aquele que é continuamente, o Criador do universo, adentrou no cenário da vida e em forma humana, em Jesus Cristo. Indo aos pensadores gregos, o filosofo Heráclito destacava um Logos mediador e conciliador entre o universo e seu princípio gerador, a qual Aristóteles alcunhava de a Causa Primeira. Na mesma linha de raciocínio, o Apostolo João realça o princípio, o Logos, que formou a matéria, assume a forma humana, ou seja, o oleiro num vaso de sua criação.

Eis a máscara de Deus, põe os pés nos enredos de acontecimentos reais, de pessoas reais, de vidas reais, como eu e você. Presumidamente, se fez carne e habitou entre nós, para se fazer entre nós. Aliás, esse verbo, esse Jesus Cristo nos ajuda a sair de um mero credo, de um mero compêndio de dogmas e doutrinas, de um mero emaranhado de ritualismos e liturgias para nos oferecer um salto, um salto a fé relacional, a fé voltado a reconciliar e a conectar-nos com a linguagem de Deus, ou seja, a linguagem compromissada a fazer com que venhamos a exercer os atributos da compaixão, da misericórdia, da justiça, da paz, do amor, das boas novas e dos recomeços.

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Opinião do leitor