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Palavra do leitor

A escravidão e o racismo: em nome de Jesus e de Alá!

Texto de Romanos 3.19-30

‘’Enquanto continuarmos a olhar para o ser humano, sem perceber que somos iguais na dimensão da existência, povos se valerão de inadmissíveis desculpas para desumanizar povos’’.

"Autopsia

na autoposia,
sou, o que?,
o que me define?;
estranha-me,
os órgãos não se classificam,
seja por raça, por cor, por etnia,
por crença, por fé, por cultura,
por ciência, por ideologia, por desejo;
tudo não passa de um complexo,
no mais completo silêncio:
o silêncio que nos olha, que nos olha como iguais:
iguais na vida, iguais na morte, iguais, iguais’’.

O discurso de a religião cristã ter sido aplicado como uma forma de justificação para escravatura dos povos da raça negra, sempre ganhou profunda ênfase e ainda hoje perdura. Sem sombra de dúvida, o evangelho das boas novas acabou por ser um meio para trazer uma fundamentação insólita, sem nenhuma solidez, para aceitar implacáveis atrocidades ora cometidas, em face dos negros e não há como fechar os olhos para isso. Não por menos, sempre percebi e ainda percebo o apregoar de apologistas da crença islâmica, a qual rotula a denominada religião do ocidente ou do cristianismo como a marca maléfica da opressão.

Ora, ultimamente, comecei a me debruçar na obra do antropólogo e economista franco-senegalês Tidiane N"Diaye, a qual estabelece a narrativa de os enredos do tráfico de escravos árabe-muçulmano, ocorrido por aproximadamente mil anos, teve proporções mais cruel e violenta, em face dos negros e tal questão permanece sem uma devida reflexão sobre suas implicações e seus impactos. Sempre é de bom parecer ressaltar, adentro na proposta de evitar polemizações ou posicionamentos voltados a defender este ou aquele, agora, como pode ser observado nos relatos da história, coube aos árabes-muçulmanos, na condição de participarem e efetuarem do evento impiedoso do tráfico e da escravatura, para não dizer desumanização do ser humano, ora praticado entre o século 7 ao século 20. Vamos adiante, ainda estribado nos dados do autor, entre sétimo ao décimo sexto século, por aproximadamente mil anos, estiveram como os únicos a praticar este comércio miserável. Atentemos sobre a importância de não demonizar os seguidores do islã, como também do cristianismo, entretanto, o sistema de escravatura, em proporções colossais, não há como negar, teve seu eclodir com os árabes muçulmanos e os negros eram considerados como animais (palavras evocadas pelo intelectual Ibn Khaldun). Destarte, não deve ser atribuído aos europeus a autoria do sistema de escravatura, em escala intensa e incessante, mas sim aos árabes muçulmanos.

Faz-se notar, malgrado haja um silêncio entre afroamericanos que escolheram trilhar pelos enredos do islamismo, como figuras de ponderação, dentro do cenário árabe, segundo as palavras do autor, a finalidade dessa obra objetiva quebrar o silêncio e, por meio dos instrumentos, tanto da história quanto da antropologia nos ajudam a conceder acontecimentos provados e comprovados, independentemente das questões de fé, de ideologia, de religiosidade que não podem estar acima do respeito e da dignidade ao ser humano.

Cabe salientar, seja em nome de Jesus ou de Alá ou até do ateísmo ou ou da ciência, observa-se, no século 19, a articulação e inclinação dos pensadores iluministas imbuídos por ideias racistas, com a instauração e promoção do racismo científico, inclusive com a adoção de um dos trabalhos científicos da época, de Charles Darwin, a qual definiu que o homem ascendeu da condição de grande macaco para o homem civilizado, passando pelas fases do homem primitivo e do homem selvagem, com a plenitude dessa evolução obtido pelo homem branco. Nessas amostragens, não podemos nos esquecer de como essas teorias formaram e influenciaram genocídios, tais como o apartheid, na África do Sul, pelo qual os denominados brancos protestantes e descendentes de europeus se concebiam numa estado de superioridade e legitimavam isso, através de textos bíblicos, obviamente, deformados para interesses insanos e pérfidos. Então, a escravidão teve seus argumentos, vergonhosos e covardes, cínicos e desprezíveis, não somente em Jesus, numa alusão da escravatura praticada por aqueles que se declaravam cristãos, como também a dos árabes muçulmanos.

Presumidamente, não abomino a crença, a fé, a religião, a ciência, a cultura, a história; em direção oposta, a forma como os homens deturpam meios que deveriam desencadear vida para alicerçar seus anseios de ganância e estupidez. Ademais, como seguidor de Jesus, o Cristo, não posso me furtar sobre as torpezas perpetradas e protagonizadas por aqueles, as quais tinham a incumbência de levar as boas novas e não as usar para desumanizar e se constitui na condição irrevogável de que nem cristãos, nem muçulmanos, nem judeus, nem ateus, nem gnósticos, nem liberais, nem conservadores, nem negros, nem brancos, nem índios, nem homens, nem mulheres, nem homossexuais e etc.
São Paulo - SP
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