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Opinião

Uma perspectiva redentora sobre o dinheiro

Por Brian Heap

Nesses últimos dois anos tive o privilégio de participar de uma conferência chamada “Redeeming Money” (Redimindo Dinheiro), onde mais de duas mil pessoas reuniram-se na Flórida, Estados Unidos, para compartilhar aprendizados sobre mordomia cristã e inovadoras estratégias, processos e produtos do mercado financeiro, especificamente criadas pensando num público que se identifica com a cosmovisão bíblica sobre dinheiro. Ao andar pelos corredores do evento, conversar com os participantes e ouvir as palestras fico sonhando com como será quando esse movimento, que já chegou em terras brasileiras, realmente deslanchar. O sonho é grande, mas creio que extremamente pertinente para o mundo de hoje onde alguns argumentam que dinheiro é o motor principal de praticamente todas as grandes movimentações globais. Então, 
 
Na carta aos Romanos, o apóstolo Paulo humildemente nos motiva a permitir que Deus transforme o nosso jeito de pensar. Então qual será a nova perspectiva redentora sobre o dinheiro que nos permite experimentar a boa, perfeita e agradável vontade de Deus? Sugiro abaixo duas mudanças na forma de pensar sobre dinheiro:
1. De dono para mordomo
2. De focado em si para focado no reino
 
Mentalidade de dono para mentalidade de mordomo
A tentação de se posicionar como dono dos recursos é grande pelos benefícios que imaginamos: privilégio, poder, controle, segurança etc. Em contrapartida, ser mordomo muitas vezes é associado à falta ou diminuição desses mesmos benefícios. Pensamos em recursos como um jogo de soma zero onde toda a vantagem é do dono e o mordomo está a mercê da boa vontade do dono. Não gostamos dessa posição vulnerável, não gostamos da ideia de sermos mordomos porque imaginamos como seria servir alguém como nós. 
 
A fé cristã traz uma nova perspectiva sobre a relação de dono e mordomo. A parábola dos talentos conta de um dono que assume o risco (deu a cada um conforme sua capacidade), mas compartilha o sucesso (venha celebrar comigo). A parábola dos trabalhadores da vinha revela um dono que é radicalmente generoso, definindo o salário pelos seus critérios e não pelo o que o mercado impõe. A parábola do filho pródigo mostra a disposição do dono em redimir o fracassado e não somente considerá-lo servo, mas filho!
 
Quando conhecemos o caráter do dono de tudo percebemos como é libertador servir a Deus. Trabalhamos para aquele que assumiu todo o risco, é generoso, misericordioso e no final da história nos convida para participar da Sua celebração. Nessa condição, quem não quer ouvir “servo bom é fiel”?
 
De focado em si para focado no Reino
A preocupação com a nossa provisão é capaz de consumir todo o nosso ser: dinheiro, tempo, pensamento, energia, sentimentos, relacionamentos etc. O egocentrismo desenfreado não consegue ver além de si, pois sempre se considera ou o mais necessitado ou o mais indispensável. Quem vive nessa condição só consegue imaginar que o recurso financeiro em sua vida existe para cuidar das próprias necessidades, desejos e sonhos ou no máximo as necessidades, desejos e sonhos daqueles pelo qual tem algum tipo de afeto diferenciado.
 
Essa perspectiva do dinheiro leva-nos à uma condição que Agostinho chamou incurvatus in se (curvado para dentro de si mesmo). Se Agostinho falasse português teria dito na linguagem popular que é a pessoa que só olha para o próprio umbigo. Interessante refletir que C. S. Lewis no livro O Grande Abismo também se apropria do conceito incurvatus in se quando tenta explicar o que é uma alma condenada e o inferno. Lewis escreve “uma alma condenada é praticamente nada: ela é encolhida, fechada em si mesma... Seus dedos estão dobrados, seus dentes cerrados, seus olhos fechados”. E falando sobre o inferno Lewis escreve “O Inferno inteiro é menor do que um pedregulho do seu mundo terrestre: mas é ainda menor do que um átomo deste mundo, o Mundo Real [céu]”.
 
Não deve ser assim para os cristãos! Jesus chamou a atenção dos seus discípulos quando disse que a busca pela comida, bebida e roupa são o que ocupa os pensamentos dos pagãos (Mt 6.32). Ao invés disso ele instrui aos seus discípulos que busquem em primeiro lugar o reino dos céus. Quem busca um reino, não tem como ficar olhando somente para o próprio umbigo! Torna-se necessário levantar o semblante e olhar a sua volta e para o distante, dessa forma quebrando a prisão claustrofóbica do incurvatus in se e descobrindo que o reino dos céus é um plano muito maior, estabelecido por um rei e em qual somos um entre muitos súditos: amando mutuamente, trabalhando juntos, considerando os outros mais importantes que nós, se preocupando com os interesses alheios etc. (Fp 2.2-4). Nessa condição, quando priorizamos o reino dos céus no uso do dinheiro, colocamos em prática a oração “venha o teu reino, seja feita a tua vontade” e somos redimidos da prisão do egocentrismo para o reino de seu Filho amado (Cl 1.13).
 
A nossa perspectiva sobre dinheiro demonstra onde está o nosso coração. Aqui uso o termo coração no sentido que Jesus usou em Mateus 6:21, “Onde seu tesouro estiver, ali também estará seu coração”. Muito mais do que emoções ou sentimentos, coração aqui refere-se as nossas convicções ou crenças. E são nossas convicções e crenças que influenciam o nosso comportamento. Quando agimos no mundo como mordomos e com o olhar ampliado para contemplar todo o reino de Deus, demonstramos que é possível servir a Deus e não a Mamon.
 
  • Brian Heap é marido, pai, pastor, palestrante, fundador da O SUFICIENTE, sócio da Bridgen Planejamento Financeiro, membro de conselhos e aficionado por jogar tênis.
 

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