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Por Escrito

Um dia em Moçambique

Um dia de cada vez
Por Lilian Rodrigues
 
Acordo com o cantar dos passarinhos, em meio a uma vegetação de grandes árvores com muitos ninhos de pássaros bem diferentes dos do Brasil: um pássaro de azul deslumbrante, outro lindo que parece um pica-pau, e os cantos, nem se fala...todos bem incomuns aos meus ouvidos sensíveis. O calor bate na janela às 5 horas da manhã. É primavera! Muito lindo o desabrochar das flores, desde as acácias até os flamboyants.
 
Depois do mata bicho (café da manhã) começamos meu marido e eu com nossa devocional. O primeiro momento do dia é depositar nossas ansiedades, sonhos, futuro e gratidão aos pés daquele que nos trouxe aqui.
 
Escrevo estas linhas voltadas para uma janela com uma grande figueira a minha frente, talvez a maior árvore do campus onde vivemos. À noite ela é morada de muitos morcegos herbívoros.
 
Hoje é dia de visita às crianças com necessidades especiais. Ao mesmo tempo que é um privilégio, não deixa de ser um desafio muito grande em meio a condições difíceis de vida. Hoje visitamos uma menina, Julieta*, com 5 anos de idade. Ao chegarmos em sua casa, um ambiente insólito e no mínimo, curioso. Sentamos em círculo: o pai da menina, um líder da comunidade e nós (duas missionárias e um irmão que nos acompanha nas visitas). 
 
Num passar de olhos percebemos que Julieta está com as pernas enterradas na terra. Não entendemos muito bem o porquê, (a primeira impressão é que não tinha as perninhas), talvez ela não tivesse mesmo como algumas crianças moçambicanas. Mas o pai nos explica que acredita poder ajudar a criança com sua dificuldade de mobilidade. Quando o pai nos traz a menina e coloca na esteira (lugar onde geralmente se sentam as mulheres e as crianças moçambicanas), percebemos que ela tem sim as pernas, possuindo dificuldades de movimentos.
 
Então passamos um tempo ali conversando, tentando entender a situação da criança para que possamos ajudar de alguma forma. Aproveitamos para compartilhar a Palavra de Deus dando um conforto e mostrando o grande amor de Deus que se estende a todos, inclusive àquela família.
 
A outra missionária explica como os irmãozinhos podem ajudar a irmãzinha com brincadeiras e exercícios para a pequena Julieta melhorar. O pai ouve que ele também pode protagonizar a situação e colaborar.
 
Depois saímos dali, o líder da comunidade pede para acompanhar-nos e fazemos mais duas visitas.
 
A tarde chega, depois do almoço o sol já a queimar, temos de descansar um pouco por causa do forte calor. No final da tarde prosseguimos com reuniões de oração ou ao lado de outros irmãos temos que preparar-nos para os estudos bíblicos ou pregações durante a semana. A noite chega rapidamente trazendo um céu estrelado e outros barulhos no mato: o som de uma coruja, o som do vento que sopra ao redor ou a manga que cai no telhado de casa.
 
O final do dia traz uma reflexão (e talvez outros dias ainda): Julieta é uma entre milhares de crianças que precisam de ajuda neste país. Como ajudar essa criança e as outras que estamos a conhecer? Como aliviar o sofrimento e levar esperança para essas pessoas?
 
Em quase dois anos na África, percebemos quão limitados somos e o quanto precisamos ouvir a voz de Deus para compartilhar do amor de Cristo com essas pessoas. 
 
Hoje foi apenas um dia, outros já vieram e outros vão chegar, mas o que sobressai em meio aos imensos desafios daqui é o sorriso que cada criança traz, independente de sua circunstância. E isso já faz valer a pena estarmos aqui.  
 
• Lilian Rodrigues, missionária em Moçambique, esposa de Leandro dos Santos, servindo com a Sepal e OMS (One Mission Society). Se quiser saber mais sobre nosso ministério, escreva para lilicass@hotmail.com

*o nome foi mudado para preservar a identidade da criança

Crédito da foto: Leandro dos Santos

 

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