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Por Escrito

Por trás dos números da Covid-19

Por Ivan Abreu Figueiredo
 
À semelhança de calos que se desenvolvem na pele agredida e lhe diminuem a sensibilidade, a repetição diária de centenas de mortes divulgadas encontra uma sociedade indiferente, ou no mínimo pouco solidária. 
 
Triste perceber uma anestesia no ar, uma insensatez composta de negação da gravidade dos fatos com um materialismo do tipo "o show tem que continuar".
 
Lembro do primo levado pela Covid, do ex-aluno ainda nos seus 40, do filho cuja ausência tingiu de dor o resto da vida da mãe que chorou na minha frente. 
 
Por trás de cada registro, uma vida, relacionamentos, afetos. Como ter e cultivar a indiferença numa situação trágica dessas?
 
Parece não haver limites para a insensatez humana, para pessoas (especialmente líderes) que não hesitam em expor outros a riscos, para as festas que ocorrem em meio à dor de tantos. 
 
Pedaços da Palavra, discursos duros, passeiam na mente: "Você diz: "Estou rico, adquiri riquezas e não preciso de nada". Não reconhece, porém, que é miserável, digno de compaixão, pobre, cego e que está nu". Palavras do Apocalipse (3.17), denunciando cristãos mornos, iludidos em uma bolha de fé alienante que coloca sua segurança no ter e não no ser
 
Corre-se da lamentação com tanto potencial terapêutico, condutora ao arrependimento restaurador,  na direção da ilusão de que o pior já passou em nível mundial. 
 
É preciso resgatar a palavra e a atitude de contrição, substantivo feminino, como explicado no dicionário: "sentimento pungente de arrependimento por pecados cometidos e pela ofensa a Deus, menos pelo receio do castigo do que pelo amor e gratidão à divindade".
 
Não se trata de nadar de braçada na piscina da autopiedade. Trata-se de coragem, lucidez, fibra. Sim, a situação é difícil, mas nunca sem esperança. Não adianta apelar para palavras de ordem e pensamentos mágicos. Aí me lembro do apóstolo Paulo em meio a lutas e perseguições, dizendo: "De todos os lados somos pressionados, mas não desanimados; ficamos perplexos, mas não desesperados; somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos” (2 Coríntios 4.8-9).
 
A melhor resposta em tempos de tristeza é chorar com quem chora, assumir-se parte da raça humana que sofre e luta, recusar os falsos consolos da negação e indiferença. 
 
Por trás de cada um que se foi, uma ausência doída demais. Chance de sermos resgatados da insensibilidade egoísta e covarde. Chance de abraço de gente, de amigo, de irmão que ajuda a carregar o fardo. 
 
Mais uma vez recorro à frase certeira do saudoso pastor Elben César: “precisamos de ajuda do alto e não de auto ajuda”. 

>> Confira a edição de julho-agosto da revista Ultimato: A igreja e a (pós) pandemia

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Ivan Abreu Figueiredo, médico, professor universitário, membro da Igreja Batista Plenitude, São Luís, MA.
  • Textos publicados: 14 [ver]

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