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Por Escrito

Resenha - Jonathan Edwards Para Todos

Resenha
Por Heber Campos Jr.
 
James Byrd
Viçosa: Ultimato, 2021
 
Jonathan Edwards Para Todos é o terceiro livro publicado pela Editora Ultimato da série “Grandes Teólogos Para Todos” que visa trazer uma introdução de grandes vultos do cristianismo para o público leigo. A originalidade da série se dá em contar a história e o legado desses homens com linguagem agradável e acessível, muita contextualização e ilustrações bem-humoradas. O autor do livro de Edwards, James Byrd, não é um principiante no assunto já que é professor de história religiosa americana. Todavia, ele se preocupa em explicar as crenças e o contexto do século 18 (por exemplo, p. 17, 46, 52-53, 83-84), abordar difíceis discussões teológico-filosóficas sem terminologia técnica (por exemplo, preparacionismo na p. 50, ocasionalismo nas p. 130-132), e fazer paralelos esclarecedores com situações de nossos dias (por exemplo, p. 71, 174-175). Para quem quiser se aprofundar academicamente, o livro ainda conta com uma listra bibliográfica de leitura complementar (p. 184-191). Por todas essas razões, este livro é uma verdadeira introdução ao iniciante.
 
O livro é composto de sete capítulos, que poderiam ser divididos em três partes: biografia (capítulos 1 a 3), principais obras (capítulos 4 a 6), e legado (capítulo 7). Os três primeiros capítulos lidam com a vida de Edwards entrelaçando suas experiências pessoais e ministeriais com algumas de suas contribuições literárias. No primeiro capítulo, o autor introduz o lar piedoso puritano no qual Edwards cresceu, sua personalidade introspectiva e investigativa, seu intelecto privilegiado e estudos em Yale, com destaque para a filosofia e para as ciências naturais (ele mergulhou em autores como John Locke e Isaac Newton) sempre fazendo conexões religiosas. Esse é o período em que ele começa o seu diário, escreve suas famosas resoluções e inicia suas importantes “Miscelâneas”, que eram anotações em cadernos e pedaços de papel sobre diversos assuntos todas elas catalogadas com referência cruzada. No segundo capítulo, James Byrd investiga o envolvimento de Edwards com o avivamento, investigando desde a psicologia da conversão em sua Fiel Narrativa do avivamento mais local, até as circunstâncias polêmicas em torno do Grande Despertamento em nível nacional, período em que pregou o famoso “Pecadores nas Mãos de um Deus Irado”. Neste capítulo, ele explora o importantíssimo tratado de Edwards, Afeições Religiosas, que foi a análise mais profunda que o colono americano fez do maior avivamento. No terceiro capítulo, Byrd explora duas polêmicas eclesiásticas (uma disciplinar e outra eucarística, sobre as quais escreveu obras) enfrentadas por Edwards que culminaram na sua demissão do pastorado da igreja em Northampton, onde ficou 21 anos como pastor titular. Neste capítulo, o autor cobre os 7 anos finais da vida de Edwards quando esteve envolvido com missões a índios moicanos na cidade de Stockbridge, na fronteira de Massachussets com o território americano que até então não havia sido explorado.
 
Nesse período em que esteve no campo missionário, Edwards foi bem engajado na vida das famílias indígenas servidas pela missão, mas teve tempo para escrever quatro dos seus tratados mais densos e importantes de seu vasto corpo literário. Os capítulos quatro a seis tratam dessas quatro obras, todas elas escritas no contexto de combate à crescente influência arminiana na Nova Inglaterra. Quando Edwards se refere ao “arminianismo”, ele não só combate sua versão evangélica, mas também sua expressão deísta que ganhava muita força no período iluminista. Para Edwards, ambas as expressões abriam espaço para a autossuficiência humana e depreciavam a glória de Deus. A primeira dessas obras é Liberdade da Vontade, onde Edwards explica que a doutrina calvinista do arbítrio humano faz mais sentido tanto lógica quanto biblicamente (capítulo 4). A segunda dessas obras é Pecado Original, onde ele faz uma defesa da tradicional doutrina da transmissão do pecado de Adão de uma forma parcialmente inovadora (capítulo 5). As outras duas obras foram publicadas postumamente e são mais de cunho filosófico: O Fim para o Qual Deus Criou o Mundo e A Natureza da Verdadeira Virtude, esta última uma crítica à ética secularizada do Iluminismo (capítulo 6). O último capítulo é uma seleção de apenas dois tópicos onde o impacto de Edwards foi sentido na história americana: seus descendentes teológicos cooperaram com reformas que culminaram na abolição da escravatura e sua influência sobre evangélicos posteriores em seu avivalismo, piedade e missiologia (capítulo 7).
 
Algumas dificuldades culturais com um livro traduzido são quase sempre inevitáveis. O contexto da realidade americana não se aplica ao leitor brasileiro (por exemplo, p. 11-12) e por vezes o desafio da tradução dificultará o entendimento do leitor. Um exemplo dessa dificuldade de tradução é o ‘super-herói’ originalmente chamado de “Will” (tanto uma abreviação de ‘William’ como uma referência à ‘Vontade’ humana) que faz um jogo de palavras com o seu nome e o jeito americano (p. 85). Tais dificuldades, porém, não são suficientes para macular essa agradável introdução à vida e obra de Jonathan Edwards. Convido você a ser introduzido a esse notável cristão! 
 
• Heber Carlos de Campos Júnior, coordenador do Centro Jonathan Edwards Brasil - Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper.

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