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Opinião

Pandemia, futuro incerto, juízo: o que podemos aprender da Bíblia para enfrentar crises?

Por Erní Walter Seibert

Estamos vivendo em meio a uma pandemia há mais de um ano. Fala-se de um tempo prolongado de crise. Juntamente com a crise na área da saúde, também chamada de crise sanitária, estão vindo de carona outras crises: política, econômica, nos meios de produção e assim por diante.
 
Será que a Bíblia fala em crise? O que podemos aprender sobre isso?
 
É curioso notar que, no Novo Testamento, a palavra grega krísis traduz o conceito de “julgamento” ou “juízo”. Na expressão “Dia do Juízo” (Mateus 10.15; 11.22, 24), o Novo Testamento grego traz “Dia da krísis”. A origem da palavra portuguesa “crise” se encontra exatamente no grego. Em outras palavras, “juízo”, em grego, é crise.
 
Hoje em dia, na literatura de autoajuda, muitos autores afirmam que o ideograma chinês para “crise” é composto por dois elementos: perigo e oportunidade. A crise seria um momento de perigo e ameaça de derrota, e uma oportunidade de vitória e superação. Embora alguns estudiosos tentem mostrar que não é bem isso que o ideograma quer dizer, a mensagem é provocadora. Tempos de crise são tempos decisivos, nos quais ou se pode ir para a ruína ou para a vitória. Como nosso propósito neste artigo é mostrar o que a Bíblia tem a dizer sobre o assunto, deixemos o ideograma chinês de lado e nos debrucemos sobre o ensino bíblico.
 
O dia da “crise”
 
Na ideia de crise, na verdade, dois elementos sempre estão presentes. Na crise, o futuro é incerto. Este é o primeiro elemento. Se pensamos na crise da pandemia, um dos aspectos mais nítidos que se viu foi o da incerteza sobre o futuro. O vírus é desconhecido. Não se sabe como ele se desenvolve em cada pessoa. Não se conhece um remédio que indiscutivelmente possa curar alguém dele. Sua multiplicação é muito rápida. Muitas pessoas morrem por causa da infecção. Esse é um dos elementos da crise: a incerteza quanto ao futuro.
 
O segundo elemento da crise é o juízo. Quando a crise se apresenta, as pessoas começam a julgar. E nunca se sabe, antes do julgamento, qual o resultado. Quem é o culpado pela crise da pandemia? Ao longo de um ano, já foram apontados muitos. Já foi dito que o vírus é chinês. A culpa seria dos chineses. Já foi dito que a culpa pela pandemia era de políticos. E muitos começaram a discutir se o vírus veio por obra de Deus ou do diabo. Vejam o tamanho da crise! Estamos diante do Dia do Juízo (dia da crise)?
 
Como Deus resolve a crise, ou como Deus julga?
 
Voltemos para a Bíblia. A proximidade entre crise e juízo não é somente etimológica, embora aí ela seja muito evidente. A raiz da palavra crise é a mesma das palavras critério e crítica. O critério é o princípio a partir do qual um julgamento será feito. Se vamos julgar o desentendimento de um casal a partir do código penal, poderemos ter um resultado diferente do que se formos julgar o mesmo caso a partir do longo relacionamento amoroso que tiveram. O critério de julgamento interfere no resultado do julgamento. Na palavra crítica encontramos a mesma situação. “Crítica” tem origem na mesma raiz de “critério” e “crise”. Se um crítico de arte avalia criticamente uma obra a partir de conceitos clássicos puramente estéticos, ele pode ter um resultado muito diferente do que se ele for julgar a mesma obra a partir do efeito que ela produz nas pessoas. As pessoas podem gostar de uma obra sem que ela seja bela a partir de critérios clássicos.
 
Na Bíblia, aprendemos que Deus tem um critério de juízo. Ele tem sua maneira de solucionar a crise. Seu critério é sua graça, sua bondade, seu amor para com a humanidade (Salmo 25.11; Isaías 48.9-11). Embora a lei continue válida e mostre que o ser humano é merecedor de condenação, Deus, por seu critério, por amor, decide que vai nos julgar a partir de seu Filho Jesus Cristo. Quem crer em Jesus Cristo será salvo (Marcos 16.16). Quem crê em Cristo tem nova vida e, pelos méritos de Cristo, será salvo. É a maneira divina de resolver as crises. Se não fosse pelos critérios especiais de juízo que Deus estabeleceu, todos seriam condenados.
 
Lições a serem aprendidas na crise
 
A lição da humildade. As crises são maiores do que nós. Se algum ser humano tivesse o poder de resolver as crises, possivelmente elas não aconteceriam. A Bíblia mostra que desde um acontecimento lá nos primórdios da história da humanidade – que chamamos de “queda em pecado” –, as crises continuam acontecendo. Estudando a história, vemos várias epidemias e tantas outras situações de crise que a humanidade teve de enfrentar. Aprendemos também que a vida humana é muito frágil. Embora seja tentador encontrar “salvadores da pátria”, na prática, eles não aparecem. Humildade é um bom conselho bíblico para a vida. Somos seres limitados, frágeis. Não há ninguém além de Deus que seja todo-poderoso. Sejamos humildes diante das crises, reconhecendo nossos limites e nossas fragilidades. Nessa crise, já aprendemos que, apesar do grande valor da ciência, ela tem limites. Aprendemos também que, mesmo sendo muito importantes, os políticos não conseguem resolver tudo. Aprendemos que, como cristãos, também não temos todo o poder. Todos temos de nos humilhar diante de Deus e pedir a sua ajuda.
 
A lição da fé em Deus. A Bíblia mostra que a intenção última de Deus é salvar a humanidade. Ele deu até o seu Filho Unigênito para nos salvar. Confiar em Deus é o bom remédio para enfrentar crises. A fé em Deus é remédio contra a ansiedade e o medo – inclusive o medo da morte. Ela nos dá tranquilidade para continuar vivendo na certeza de que, nas mãos de Deus, sempre estamos bem. Confiemos em Deus. Aí a crise já não vai parecer tão grande. O que nós podemos fazer para nos proteger da pandemia é muito útil, mas também muito limitado. Façamos o que está ao nosso alcance, mas confiemos sempre em Deus.
 
A lição da esperança. Quando o povo de Israel estava no deserto e foi atacado por serpentes, Deus orientou o líder a levantar numa haste uma serpente de bronze (Números 21.4-9). Quem olhasse para ela seria salvo. Em João 3, um pouco antes do famoso versículo 16, esse texto é lembrado. E o evangelista diz que Deus amou o mundo e deu o seu Filho para que todo o que nele crê não pereça. Quando estamos inseguros quanto ao futuro, quando temos medo de ser infectados, ou de não achar saída para nossos problemas, podemos lembrar que Deus amou o mundo. Há esperança.
 
A Bíblia nos ensina que, confiando em Deus, podemos enfrentar o dia da crise. Na parábola do juiz iníquo, aquele que só atendeu a mulher para não ser importunado por ela, Jesus nos traz uma palavra consoladora: “Será que Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça demorado em defendê-los?” (Lucas 18.7). Depois de um ano de pandemia, quando tudo parece demorado para ser resolvido, lembremos que Deus nos ajuda. Louvemos a Deus pelo seu amor em todo o tempo, especialmente nos dias de crise.

• Erní Walter Seibert é doutor em Ciências da Religião, mestre em Teologia e tem MBA em Marketing de Serviços. É autor de cinco livros e tem trabalhos sobre Teologia e Ciências da Religião publicadas em várias revistas especializadas, tanto no Brasil como no exterior. Atualmente, ocupa o cargo de diretor-executivo da Sociedade Bíblica do Brasil.


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