Oscar 2022: o que esperar da primeira edição da nossa nova era

Por Nathalia Molinari

A principal premiação do cinema acontece nesse domingo, 27 de março, no Teatro Dolby, em Los Angeles (EUA). Com apresentação das atrizes Regina Hall, Amy Schumer e Wanda Sykes, a cerimônia volta ao seu formato integralmente presencial e recheado de celebridades, depois de acontecer em 2021 com público reduzido e sem eventos paralelos, como o almoço dos indicados e o badalado jantar de fechamento.

Tentando se recuperar do índice catastrófico de audiência na última edição, a proposta para 2022 é que o Oscar não seja exclusivamente uma festa do cinema, mas uma experiência de entretenimento. A estratégia fica clara com a escalação de três comediantes em alta como âncoras e a promessa do maior número musical já visto na história da premiação. Para isso, algumas adaptações precisaram ser feitas e não foram unanimidade no setor. A medida mais controversa foi o conflito de horários entre a chegada das estrelas no tapete vermelho e a premiação de oito categorias que não serão transmitidas ao vivo, o que automaticamente força alguns artistas a escolherem entre prestigiar seus filmes nas disputas ou posar para fotos e entrevistas. Dessa maneira, fica ainda mais gritante a existência de uma subcategoria de premiações na cerimônia, não tão valorizada assim pela academia.

O que esperar da disputa?
O Oscar 2022 traz uma disputa de bastidores muito interessante. A maior aposta da Netflix, Ataque dos Cães, desponta na liderança de indicações, concorrendo a doze estatuetas. Parecia que a líder do streaming teria tranquilidade na temporada, até que silenciosamente, CODA foi ganhando espaço no coração do público e da crítica.

No Ritmo do Coração, como o longa foi nomeado no Brasil, tem uma fórmula universal bem executada, mesclando drama familiar e comédia de forma humanizada, imperfeita e altamente conectiva, mostrando a rotina de uma menina ouvinte dentro de uma família de surdos. Troy Kortsu, um dos protagonistas do filme e cria da Deaf West Theatre (companhia teatral que trabalha com atores surdos), já abocanhou o SAG, Critics Choice e Bafta esse ano.

CODA teve seus direitos comprados pela Apple, por US$25 milhões e corre sérios riscos de entregar pra turma da maçã na sua histórica primeira aparição na cerimônia, o cobiçado prêmio de melhor filme, que a Netflix está perseguindo há três anos.

Outro acontecimento marcante é a indicação de “Be Alive” em melhor canção original, dando a Beyonce, vencedora de 28 Grammys, sua primeira chance de levar para casa o prêmio mais importante do cinema.

Fica também minha dica para que deem atenção as categorias de melhor animação, com a disputa A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas (Netflix) x Encanto (Disney), melhor ator, onde Will Smith pode receber sua primeira estatueta e melhor atriz, que está mega disputada com nomes fortíssimos como Jessica Chastain, Olívia Colman e Kristen Stewart.

Você pode assistir a premiação no canal TNT e pela Globoplay (de forma gratuita, sem necessidade de assinatura do serviço).

• Nathalia Molinari é produtora de conteúdo, ilustradora e roteirista. @nathmolinari.

---

Leia mais:
» Cinema e Fé Cristã
» Engolidos Pela Cultura Pop