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Minoria engajada

O pastor Silas Marchiori Tostes é um missionário experiente. Está envolvido com a obra missionária desde 1983. Esteve entre os líderes da comitiva brasileira que foi ao 3º Congresso Lausanne na África do Sul, ocorrido em outubro de 2010. Atualmente é professor de missões e presidente da Missão Antioquia e da AMTB (Associação de Missões Transculturais Brasileiras).

Silas é o coordenador do 6º Congresso Brasileiro de Missões (CBM) que começa hoje e vai até sexta-feira, com a presença de cerca de 1.500 pessoas, em Caldas Novas (GO). Na entrevista abaixo, Tostes fala sobre o atual momento missionário da igreja brasileira e sobre a proposta do 6º CBM.

Ultimato - Será o 6º CBM (Congresso Brasileiro de Missões), e você confirma que já há 1.400 inscritos. Isso pode significar uma nova onda de interesse da igreja brasileira pelo tema (missões)? Ou ainda é cedo para concluir algo?
Silas - Os CBM’s são somente uma ferramenta de mobilização, despertamento e divulgação de temas e causas missionárias. Não substituem os esforços das igrejas e agências enviadoras. No dia a dia, precisam sempre informar, orar, envolver, visitar os campos, acompanhar os missionários, treinar os vocacionados. Evidentemente que os CBM’s testemunham para o fato de que há no Brasil muitas organizações e igrejas engajadas. Estão envolvidas na evangelização mundial e com compromisso. Claro que há aqui e ali expressões de decepção, pois muitos não se envolvem com a causa. Contudo, a história dos primeiros países enviadores mostra que missões sempre foi a causa de uma minoria engajada. E a isso podemos testemunhar no Brasil, ou seja, aqui também temos uma minoria engajada. Esperamos que por meio dela, mais e mais igrejas envolvam-se com a evangelização das áreas onde Cristo não é proclamado e nem demonstrado.

Em princípio grandes eventos são ao meu ver ferramentas de mobilização e conscientização. Não substituem as reflexões mais profundas das consultas teológicas e missiológicas.
Podemos concluir que há no Brasil uma minoria engajada, e se a história se repetir, será por meio dela que Deus usará brasileiros nas áreas mais carentes do mundo. Essa minoria poderá ser aumentada, poderá ser maior, mas dificilmente toda a Igreja Brasileira será mesmo bem missionária. Normalmente, não foi isso que aconteceu nos primeiros países enviadores.

Ultimato - Por que o 6º CBM escolheu o tema “A Missão Transformadora Diante da Realidade Mundial”?
Silas - Isso teve a ver com as considerações sobre os desafios atuais, do nosso contexto mundial. Penso que a nossa evangelização, centrada na redenção de Jesus, engloba sim a redenção de pessoas bem como da criação. Como essa redenção divina proposta em Cristo traz transformação; definiu-se, portanto, o tema como resultado dessas considerações. Espera-se que pela redenção de Jesus, pessoas e culturas nas trevas venham para à luz do reino de Deus. A manifestação deste Reino por meio da obra evangelizadora da Igreja, tanto por palavra como por obra, propiciará a transformação de um mundo nas trevas. Mas não acreditamos mesmo em transformação sem a redenção de Jesus, por isso, nos CBMs, o primeiro período nas manhãs é de fundamentação bíblica.

Ultimato - A metodologia do evento, com a escolha de vários temas e preletores, pretende alcançar que resultados junto ao participante?
Silas - Estamos falando de um congresso de quatro dias. Não tem como esgotar todos os assuntos e causas. Mas esperamos que o 6º CBM leve a Igreja Brasileira a se envolver mais em missões (nossa participação na Missio Dei - obra redentora de Deus), tanto pela proclamação da Palavra, como pela demonstração de que o reino de Deus chegou através de nossas obras.

Esperamos que a Igreja Brasileira envolva-se na tarefa de fazer discípulos de todas as nações, mas entendendo que um verdadeiro discípulo não só está salvo em Jesus, mas deve ter todas as áreas de sua vida transformadas pelos princípios do reino de Deus. Sendo assim, nossa realidade estaria em estado de constante transformação: seus relacionamentos, seu contexto familiar, negócios, trabalho... à luz das Escrituras. No processo de viver esse verdadeiro discipulado, haverá sim transformação social como resultado. Por exemplo, pense num diretor de escola trabalhando e planejando à luz dos princípios do reino de Deus. Imagine o mesmo processo ocorrendo por meio de outros profissionais... Agora imagine essa realidade toda de um verdadeiro discipulado transformando pessoas e realidades não só no Brasil, como nas áreas menos evangelizadas do mundo?

Agora, se o verdadeiro discipulado envolve mexer e transformar todas as áreas de nossa vida, envolve também pensar na nossa responsabilidade quanto a qualidade de vida, o que engloba o ambiente onde vivemos, as leis que nos governam, a educação que recebemos ou provemos, saúde, moradia...

Poderíamos fazer discípulos de Jesus no Brasil e no mundo como descrito acima? O CBM acredita que sim. Acreditamos que Deus, em Jesus, quer nos livrar da ira vindoura, como demonstrar pela Igreja que o reino de Deus chegou. Proclamar e demonstrar a chegada do reino de Deus envolverá transformação pessoal e do mundo ao nosso redor.

Ultimato - O perfil dos participantes aponta para que características? Que tipo de gente teremos?
Silas - Teremos pastores, líderes, missionários, treinadores de missionários, cuidadores de missionários, membros de conselhos missionários e crentes, em geral, envolvidos com missões. Mas haverá também os de primeira vez, que nada sabem e querem aprender. A data não ajuda ter muitos jovens. O evento não ocorre nas férias e nem tem preços tão populares. O perfil esperado é de formadores de opinião.

Ultimato - Há exato um ano tivemos o 3º Congresso de Lausanne, do qual, inclusive, você participou e foi um dos líderes da delegação brasileira. Quais as semelhanças do CBM com o Congresso de Lausanne?
Silas - Houve entre os brasileiros certas frustrações: o não uso da expressão "missão integral"; a reflexão não era tão profunda, pois os preletores só falavam 20 minutos; o uso da língua inglesa era obrigatório, não funcionando como na ONU, onde cada um fala na sua língua, e os demais ouvem a tradução; principalmente a apresentação de um retrato distorcido da América Latina por meio de um vídeo mal supervisionado. Contudo, Lausanne estava preocupado com a evangelização mundial e mesmo sem usar a expressão "missão Integral", por meio de vídeos, testemunhos demonstrou que a evangelização que propunha era, de fato, integral.

O CBM difere de Lausanne em muitos aspectos:
1) Não se propõe a ser um congresso mundial. É um congresso brasileiro, para a realidade brasileira, apesar de termos vários observadores internacionais;

2) Não possui verbas internacionais e nem nacionais. É realizado pelos lucros poupados de CBMs anteriores. Gastamos em torno de quarenta mil dólares somente. Isso só é possível pelo trabalho voluntário com o qual contamos. E os importantes pregadores concordam em participar sabendo que não ganharão ofertas.

3) É realizado em quatro dias. Não podemos abordar todos os temas de Lausanne, mas mantemos um frequência de CBM a cada três anos.

4) Talvez, até por orçamento menor, teremos peças, mas não como Lausanne. Queremos de alguma forma demonstrar que as artes tem seu papel como formas de expressão, tanto de adoração a Deus quanto de evangelização.

Uma semelhança é que, como Lausanne, o CBM preocupa-se com a evangelização mundial por palavra e obra nas áreas mais carentes do mundo. E, nesse processo, temas como perseguição, restrições à fé cristã e desafios atuais estão na pauta do CBM e do engajamento missionário brasileiro.

Ultimato - Qual sua expectativa pessoal para o CBM?
Silas - Para mim é evidente que nada caminha sem a graça de Deus e que independe de quem quer ou corre, mas de Deus usar de misericórdia. Espero que Ele nos alcance com a sua graça, e que seja glorificado por meio do engajamento missionário da Igreja Brasileira.

Ultimato também estará presente no 6º CBM. Faremos o lançamento de dois livros: Estamos de Mudança e Criando Filhos entre Culturas. Teremos um estande de vendas e uma equipe para registrar o conteúdo discutido no evento. Acompanhe aqui a nossa cobertura jornalística.


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