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“Manso e suave eis Jesus nos chamando”
Parceria Ultimato e Igreja Cristã Maranata
História dos hinos
Contando e Cantando - Volume 2
Por Henriqueta Rosa F. Braga
Por Henriqueta Rosa F. Braga
“Manso e suave eis Jesus nos chamando” (“Softly and tenderly Jesus is calling”) é considerado um dos mais belos e expressivos hinos evangelísticos.
Foi composto (letra e música) por Will Lamartine Thompson e traduzido para o português pelo reverendo Francisco Caetano Borges da Silva, pastor da Igreja Portuguesa de New Bedford, Massachusetts, Estados Unidos. Nascido em 1863 na Ilha de São Miguel, Açores, Portugal, o reverendo Francisco Caetano morou nos Estados Unidos onde publicou em 1898, em português, incluindo essa tradução, uma coletânea de Cânticos Cristãos realmente alentadora para aquela época: reunia 316 hinos e 31 coros.
Will Lamartine Thompson, o “bardo de Ohio”, como era chamado, embora nascido em Beaver County, Pa., em 7 de novembro de 1847 e aí falecido, em 20 de setembro de 1909, morou a maior parte dos seus 66 anos em East Liverpool, Ohio. Graduou-se no Mount Union College, Alliance, Ohio, e estudou depois no Conservatório Musical da Nova Inglaterra, em Boston. Filho de pai escocês e mãe irlandesa, ambos presbiterianos, revelou cedo sua vocação musical. Começou a compor aos 16 anos de idade, mas somente aos 28 resolveu apresentar suas composições a um editor. Isso ocorreu em 1875. Aperfeiçoou quatro peças e ofereceu-as a uma firma musical em Cleveland por 100 dólares. Como na época a pretensão de tal quantia fosse absurda para um compositor ainda novato e nada conhecido nos meios editoriais, o editor fez-lhe uma contraproposta de 25 dólares, advertindo-o de que composições daquele nível ele as tinha em abundância sem pagar nada. Thompson recolheu os manuscritos, recusou a “generosa oferta” e aguardou nova oportunidade, que se apresentou numa viagem de negócios à cidade de Nova York, feita a serviço do seu pai, Josiah Thompson, dono de uma loja de artigos finos em East Liverpool. Conseguiu publicar suas peças por conta própria, com grande sucesso. Eram músicas populares que lhe renderam o suficiente para fundar sua própria editora musical, em Chicago. Esta lhe permitiu publicar, também, cânticos patrióticos e religiosos populares, assim como hinários, antífonas e peças de concerto em geral. Além disso, abriu em East Liverpool uma loja de músicas que pessoalmente dirigiu durante cerca de 25 anos e na qual vendia pianos, órgãos e outros instrumentos musicais, não só na cidade, como também nas redondezas. Possuía tino comercial e fez fortuna, ganhando de muitos o cognome de “compositor milionário”. Conta-se que, diante um freguês indeciso, cantava e tocava em surdina durante horas, se necessário, até que o cliente se resolvesse a efetuar a compra.
Thompson era republicano. Casou-se com Elizabeth, filha do reverendo Robert Johnson, de Wellsville, Ohio. Tiveram um único filho – Leland.
Quando Will Thompson se converteu, dedicou-se à composição de música religiosa, revelando-se tão inspirado quanto o fora na música popular.
O dom maravilhoso da conversão pode ser concedido notoriamente, como ocorreu a Saulo de Tarso, no caminho para Damasco (At 9.1-19), transformando-o no apóstolo Paulo; ou silenciosamente, no recôndito do coração. Este, ao receber a luminosa dádiva, enche-se do amor divino que lhe concede plena paz e segurança, até mesmo através das frequentes tempestades da vida.
A conversão de Will Thompson foi desse último tipo: silenciosa, profunda, comunicada mediante suas produções sempre transbordantes do supremo amor que tudo perdoa, redime o pecador arrependido e não cessa de apelar ao coração endurecido. Geralmente ele próprio escrevia a letra e a música dos seus hinos.
“Manso e suave eis Jesus nos chamando” representa o clímax da sua obra de compositor evangélico. Tem sido e continua a ser constante apelo às almas indecisas, recordando-lhes o Pai amoroso, cujo chamado ao Lar celestial nunca cessa.
Em 1899, Dwight Lyman Moody, o grande evangelista mundialmente conhecido, no seu leito de morte em Northfield, Massachusetts, com as visitas proibidas, ao ouvir a voz de Thompson que ali havia ido para obter notícias suas, chamou-o insistentemente, pedindo que o deixassem entrar. Segurando-lhe a mão, Moody disse: “Will, preferia ter sido o autor de ‘Manso e Suave’ a tudo quanto consegui realizar na minha vida”.
Esse hino pode ser encontrado em Salmos e Hinos com Músicas Sacras sob o nº 282; no Cantor Cristão nº 222 e no Hinário Evangélico nº 231.
Eis a letra:
Manso e suave eis Jesus nos chamando.
Chama por ti e por mim.
Eis que ele às portas espera velando.
Vela por ti e por mim!
Vem já! Vem já! Alma cansada, vem já!
Manso e suave, Jesus, convidando,
Chama: “Vem, pecador; vem!”
Com paciência, ele está esperando
Hoje por ti e por mim.
Oh, não desprezes a quem, convidando,
Chama por ti e por mim!
Correm os dias, as horas se passam,
Passam por ti e por mim.
Transes de morte, por fim, vão chegando
Tanto por ti e por mim!
Oh, quanto amor que Jesus nos tem dado!
Tudo por ti e por mim!
Seu sangue foi sobre a cruz derramado,
Sim, foi por ti e por mim!
Domingos Alberto Teixeira dos Santos, neto do saudoso pastor congregacional reverendo Domingos Corrêa Lage e presbítero da Igreja Evangélica Congregacional de Magé, filho do diácono da mesma Igreja, Manoel Teixeira dos Santos, em belo testemunho cristão, tem narrado em várias igrejas a sua conversão pelo poder de Deus, usando a instrumentalidade desse hino.
Nascido e criado em lar evangélico, na cidade de Magé, RJ, embora desde cedo frequentasse a Escola Dominical e a igreja, desviou-se aos 13 anos de idade dos caminhos do Senhor e enveredou em cheio pelos caminhos do vício em todas as suas modalidades – drogas e, por efeito destas, roubos e outros atos condenáveis. Aos 17 anos teve o seu primeiro problema judicial: foi algemado e colocado em cela solitária para confessar os seus crimes. Conseguiu ser absolvido por respeito à sua família, muito correta, distinta e bem conceituada no lugar. Ele foi condenado mais três vezes pelos mesmos delitos. Cada vez que saía da prisão resolvia corrigir-se, estudar, viver uma vida digna e continuar a trabalhar como prático de farmácia, como havia sido iniciado pelo seu bondoso pai. Porém, sempre voltava ao estado anterior. O uso de drogas de toda a espécie foi-lhe arruinando a saúde, antes perfeita, e levando-o à loucura, sendo considerado pelos médicos caso irrecuperável. Contudo, as orações dos seus familiares continuavam a subir ardentemente ao trono da Graça, em seu favor. E o milagre aconteceu.
O Departamento de Evangelismo da Igreja Evangélica Congregacional de Magé realizava sua primeira campanha evangelística do ano. A pedido da sua mãe e irmãos, no dia 7 de março de 1976, data que para ele se tornou memorável, resolveu ir à igreja. O trabalho desenvolveu-se sob a orientação dos seminaristas do Seminário Teológico Congregacional do Rio de Janeiro. Terminada a mensagem, veio o apelo ao cantar do hino “Manso e suave”. Naquele momento Domingos Alberto sentiu que Cristo estava transformando sua vida espiritual e física. O hino prosseguia – “Transes de morte, por fim, vão chegando [...]”. Sentia-se cansado e sem forças para continuar a viver; pressentia a morte que o rodeava. Sentado como estava, clamou pela misericórdia divina, confessou seus pecados, pediu perdão e rogou por saúde espiritual. E Deus o atendeu com abundância. Perdoou-lhe os pecados, tornou-o uma nova criatura, restaurou-lhe a saúde física, para enorme surpresa dos médicos que tratavam dele, e reabilitou-o socialmente. Inteiramente recuperado, Domingos Alberto cursou o Seminário Teológico do Recife, PE, onde se preparou para comunicar a outros a maravilhosa mensagem do perdão divino.
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