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Opinião

Filhos da batina

Por mera coincidência, na mesma cidade (Brasília) e quase na mesma semana, aconteceram duas coisas que se relacionam. Primeiro: Maria Helena de Aguiar, de 31 anos, funcionária da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência tornou público*, no dia 23 de outubro, um segredo guardado por 25 anos a pedido da mãe, que é filha de padre. Segundo, o falecimento, no dia 05 de novembro, do padre casado Raimundo Nonato Silva, da Ordem dos Capuchinhos, ordenado há 69 anos e casado nove anos depois. Nonato é autor do pequeno livro “Filhos da Batina” (na Europa se fala “Enfants Du Silence”).

Além de citar o nome de alguns brasileiros notáveis que eram filhos de sacerdotes, como Clóvis Beviláqua (o maior jurista brasileiro), José do Patrocínio (célebre abolicionista) e José de Alencar (notável romancista), Nonato Silva explica que no passado havia padres que geravam filhos em pleno exercício sacerdotal, como pároco e vigário sem que a população os censurasse e as autoridades eclesiásticas os molestassem. Nesse tempo (séculos 17, 18, 19 e primórdios do século 20), para muitos padres a lei do celibato era como que inócua. Depois, as coisas mudaram sob o ponto ético: os padres afastavam-se das funções sacerdotais por vontade própria ou por imposição episcopal e casavam-se no civil ou viviam maritalmente.

Depois do Vaticano II, eles se desincompatibilizavam do múnus sacerdotal e casavam-se, ora no civil ora no religioso. No ano em que escreveu o seu “Filhos da Batina” (2000), o recém falecido padre Nonato (os padres casados continuaram padres mas não podem exercer o sacerdócio) estimava que haveria cerca de 100 mil padres casados no mundo e 300 mil filhos de padres (no caso de haver três por casal). Maria Helena, de Brasília, é uma delas.

* Em entrevista à seção Cotidiano, do jornal Folha de S. Paulo, do dia 23/10/2014.

Nota:
Este texto foi escrito – mas não publicado – para a seção “Mais do que notícias” da revista Ultimato. Leia pequenos textos desta seção em edições anteriores de Ultimato.

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Elben Magalhães Lenz César foi o fundador da Editora Ultimato e redator da revista Ultimato até a sua morte, em outubro de 2016. Fundador do Centro Evangélico de Missões e pastor emérito da Igreja Presbiteriana de Viçosa (IPV), é autor de, entre outros, Por Que (Sempre) Faço o Que Não Quero?, Refeições Diárias com Jesus, Mochila nas Costas e Diário na Mão, Para (Melhor) Enfrentar o Sofrimento, Conversas com Lutero, Refeições Diárias com os Profetas Menores, A Pessoa Mais Importante do Mundo, História da Evangelização do Brasil e Práticas Devocionais. Foi casado por sessenta anos com Djanira Momesso César, com quem teve cinco filhas, dez netos e quatro bisnetos.
  • Textos publicados: 115 [ver]

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