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Feijão com arroz. Veneno e amargura

Por Marcelo Renan D. Santos

O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo. A agropecuária é uma das grandes alavancas da nossa economia, responsável por 24% do produto interno bruto (PIB). É, sem dúvida, uma atividade imprescindível para a sobrevivência da humanidade em um planeta no qual a comida não chega à mesa de todos por igual. Após a Segunda Guerra Mundial, a produção agrícola avançou muito devido ao desenvolvimento de novas tecnologias, aos fertilizantes químicos e também aos produtos utilizados para combater a pragas, chamados pesticidas, agrotóxicos, ou defensivos agrícolas.

O Brasil é o maior consumidor mundial de pesticidas, absorvendo um quinto de todo o veneno produzido no planeta. Todo esse veneno é lançado nas plantações com o uso de aviões, tratores ou tanques nas costas dos trabalhadores. De maneira geral, os pesticidas atuam sobre as plantas, os insetos e microrganismos que afetam as plantas e os animais sem causar danos visíveis à plantação ou ao rebanho. Porém, os efeitos tóxicos dessas substâncias, assim como a sua capacidade de acumular ao longo da vida nos organismos que consomem os alimentos produzidos com agrotóxicos, são conhecidos há muito tempo.

Há inúmeros relatos de mortes causadas por agrotóxicos. Segundo dados do Ministério da Saúde, morreram oito pessoas intoxicadas por dia no Brasil entre 2007 e 2014, totalizando 25 mil mortes. Porém, esse número pode chegar a 1,25 milhão de pessoas, pois os casos na maioria das vezes não são notificados. Nos últimos anos, a agricultura orgânica – sem pesticidas – vem crescendo e tornando-se mais acessível, mas para a maior parte da população o custo ainda é elevado. Além disso, a produção orgânica ainda não alcança níveis capazes de alimentar os 200 milhões de comedores diários de arroz com feijão. Assim, somos envenenados pela boca todos os dias.

Na Dinamarca, 97% da população está consciente dos benefícios da alimentação orgânica. O governo pretende estimular a produção, fornecendo produtos orgânicos para creches, escolas e hospitais de todo o país. A União Europeia proíbe desde 2002 o uso de trinta agrotóxicos dos 121 que são liberados no Brasil. Proíbem lá, mas vendem pra cá.

Enquanto isso, em Brasília, o Congresso Nacional discute a modificação da Lei dos Agrotóxicos para torná-la mais flexível para o uso de novos produtos (Projeto de Lei 6299, conhecido como o PL do Veneno). Com a nova lei, o uso de qualquer agrotóxico será permitido, mesmo sem o registro oficial no Brasil, desde que já seja usado em outros três países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Além disso, pretende modificar o termo agrotóxico para defensivos fitossanitários e retirar da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA) a influência na fiscalização e liberação de agrotóxicos, centralizando tudo no Ministério da Agricultura.

Assim, seguimos sendo envenenados lentamente e com chances de piorar. Precisamos ouvir Moisés referindo-se a fúria divina: “A vinha deles é de Sodoma e das lavouras de Gomorra. Suas uvas estão cheias de veneno, e seus cachos, de amargura” (Dt 32.32).

Nota
Publicado originalmente na seção Mais Que Notícias da edição 
372 da revista Ultimato.

• Marcelo Renan D. Santos, médico veterinário e ecólogo, congrega na Igreja Batista da Praia do Canto, Vitória, ES.

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