Opinião
- 30 de junho de 2015
- Visualizações: 3249
- comente!
- +A
- -A
- compartilhar
Fé, cultura e símbolos
Era de tardinha quando minha mãe nos chamou do quintal onde brincávamos e nos reuniu ajoelhados na frente do crucifixo da sala. Meus irmãos pequenos não entenderam muito. Eu, a mais velha de sete, tinha acompanhado os passos frenéticos de minha mãe durante a tarde, entrando e saindo do quarto onde meu pai estava prostrado. Não tínhamos telefone e o ponto de ônibus mais próximo ficava a uns 20 minutos de caminhada. Meu pai estava inconsciente em coma na cama. A única saída que minha mãe viu para a situação foi reunir os filhos e pedir a misericórdia do Senhor.
O crucifixo, corpo de prata numa cruz de mogno, herdado dos avós, nos olhava circunspecto, mas irradiava esperança. A firmeza da madeira escura, o brilho da prata, refletiam dois milênios de tradição. Refletiam a jornada de uma fé a prova de perseguições, guerras, fogueiras, fornos crematórios, gulags, decapitações em massa.
Rezamos ali reunidos o Pai Nosso, com a consciência de que nosso desespero seria ouvido pelo Pai. Passados alguns minutos minha mãe ouviu meu pai se mexendo na cama pedindo um copo d’água. Foi o primeiro milagre que presenciei na vida, e marcou a minha fé de maneira indelével.
Hoje não sou mais católica mas não posso desprezar os símbolos que comunicam a mim e a outros os elementos da minha fé. A torrezinha da igreja missionária, algumas vezes com sino dentro, católica ou protestante, é significativa. Aponta para o céu, significa a transcendência da vida, do destino, da sociedade. “Não somos daqui” – a torre diz. O dízimo, atacado por tantos, é um símbolo da generosidade cristã: meu dinheiro não é meu, é maior do que eu, pertence ao Rei e ao Reino.
-- Leia este artigo completo no blog da Bráulia Ribeiro.
Leia também
Os cristãos e os desafios contemporâneos
Conflito de símbolos e mandato cultural
Imagem: freeimages.com/photo/1402068
O crucifixo, corpo de prata numa cruz de mogno, herdado dos avós, nos olhava circunspecto, mas irradiava esperança. A firmeza da madeira escura, o brilho da prata, refletiam dois milênios de tradição. Refletiam a jornada de uma fé a prova de perseguições, guerras, fogueiras, fornos crematórios, gulags, decapitações em massa.
Rezamos ali reunidos o Pai Nosso, com a consciência de que nosso desespero seria ouvido pelo Pai. Passados alguns minutos minha mãe ouviu meu pai se mexendo na cama pedindo um copo d’água. Foi o primeiro milagre que presenciei na vida, e marcou a minha fé de maneira indelével.
Hoje não sou mais católica mas não posso desprezar os símbolos que comunicam a mim e a outros os elementos da minha fé. A torrezinha da igreja missionária, algumas vezes com sino dentro, católica ou protestante, é significativa. Aponta para o céu, significa a transcendência da vida, do destino, da sociedade. “Não somos daqui” – a torre diz. O dízimo, atacado por tantos, é um símbolo da generosidade cristã: meu dinheiro não é meu, é maior do que eu, pertence ao Rei e ao Reino.
-- Leia este artigo completo no blog da Bráulia Ribeiro.
Leia também
Os cristãos e os desafios contemporâneos
Conflito de símbolos e mandato cultural
Imagem: freeimages.com/photo/1402068
Trabalhou como missionária na Amazônia durante trinta anos e no Pacífico por seis anos. Hoje é aluna de teologia na Universidade de Yale, Estados Unidos, e candidata ao doutorado pela Universidade de Aberdeen, Escócia. Mora em New Haven, CT, com sua família. É autora de Chamado Radical e Tem Alguém Aí em Cima?
Para saber mais, acesse: braulia.com.br
Para saber mais, acesse: braulia.com.br
- Textos publicados: 17 [ver]
- 30 de junho de 2015
- Visualizações: 3249
- comente!
- +A
- -A
- compartilhar
QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.
Ultimato quer falar com você.
A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.
PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.
Leia mais em Opinião
Opinião do leitor
Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Ainda não há comentários sobre este texto. Seja o primeiro a comentar!
Escreva um artigo em resposta
Para escrever uma resposta é necessário estar cadastrado no site. Clique aqui para fazer o login ou seu cadastro.
Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.
Assuntos em Últimas
- 500AnosReforma
- Aconteceu Comigo
- Aconteceu há...
- Agenda50anos
- Arte e Cultura
- Biografia e História
- Casamento e Família
- Ciência
- Devocionário
- Espiritualidade
- Estudo Bíblico
- Evangelização e Missões
- Ética e Comportamento
- Igreja e Liderança
- Igreja em ação
- Institucional
- Juventude
- Legado e Louvor
- Meio Ambiente
- Política e Sociedade
- Reportagem
- Resenha
- Série Ciência e Fé Cristã
- Teologia e Doutrina
- Testemunho
- Vida Cristã
Revista Ultimato
+ lidos
- Trabalho sob a perspectiva do reino de Deus
- A sucessão na liderança e o futuro da missão
- Hinos e cânticos – um presente de Deus para o seu povo
- C. S. Lewis, 126 anos
- Vem aí, de 29/11 a 1/12, a Business For Transformation Expo!
- Ultimato recebe prêmio Areté 2024
- Uma cidade sitiada - Uma abordagem literária do Salmo 31
- Paciência e determinação: virtudes essenciais para enfrentar a realidade da vida
- Eu – antes e depois de Cristo
- Não confunda o Natal com Papai Noel — Para celebrar o verdadeiro Natal