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Opinião

"Em tudo dai graças", como assim?

Por William Lane

Por que agradecer por algo ainda não recebido?
O crente está desempregado. Pede oração para o pastor, participa das reuniões de oração ou campanhas da igreja. Deus atende à oração e o irmão ou irmã recebe a oferta de um novo emprego. Em seguida, dá seu testemunho de como Deus respondeu sua oração. Depois disso quase não se vê mais o irmão nas atividades da igreja e muito menos na reunião de oração. O que aconteceu? A oração nesse caso foi o meio para se alcançar um objetivo pessoal. Uma vez alcançado, a oração se torna secundária ou supérflua. Vista desse modo, a ação de graças é outra maneira de dizer a Deus ‘muito obrigado!’.

Muito do que se diz e escreve ultimamente a respeito da oração está relacionado a ter fé, poder, perseverança, obter respostas e etc. Pouco se fala a respeito da adoração, da gratidão ou ação de graças, do lamento, da confissão e da entrega ou renúncia. Mesmo quando se fala de ação de graças, ela é entendida como gratidão por uma bênção recebida, por uma vitória ou conquista. Isto é, ação de graças é vista como posterior a um fato ou resposta de Deus. Enquanto não obtemos essa resposta, não temos o porquê agradecer.

Ação de graças é mais que um simples “muito obrigado”
Em seu livro Oração: o refúgio da alma, Richard Foster, que tem escrito muito sobre oração, meditação e formação espiritual, descreve vários tipos de oração. A primeira vista, não encontramos um capítulo específico sobre a oração de ação de graças ou de gratidão. Isso porque ele a trata no capítulo sobre adoração. Ele diz que embora seja comum distinguir a ação de graças do louvor – o primeiro diz respeito ao que Deus faz e o segundo ao que ele é – na verdade, a ação de graças e o louvor são dois lados da adoração. E a adoração é um anseio espontâneo do coração por adorar, magnificar e bendizer a Deus.

Compreendida nesses termos, a ação de graças não é um simples ‘muito obrigado’. Não se resume a reconhecer que Deus atendeu a um pedido e súplica. Ação de graças é muito mais do que isso. Paulo fala aos Tessalonicenses que regozijem sempre, orem sem cessar e em tudo deem graças (1Ts 5.16-18). A expressão “em tudo” é frequentemente traduzida “em todas as circunstâncias”. O sentido é esse mesmo. Paulo exorta os cristãos a darem graças em todas as situações. Mais do que uma forma de oração ou um testemunho por uma oração respondida, a ação de graças é um modo de oração incessante, isto é, uma atitude de vida, uma disposição de constante gratidão e exaltação diante das diversas circunstâncias da vida.

Como dar graças quando tudo vai mal?
Mas como dar graças quando tudo vai mal? Não seria uma forma de negação, de apatia e de ilusão agradecer a Deus em meio ao sofrimento e a dor? É verdade que a Bíblia, particularmente os Salmos, nos ensina também a oração de súplica ou lamento, oração em que o indivíduo abre seu coração e derrama diante de Deus sua dor e sua queixa. Mas como diz Foster a adoração é o ar que toda oração respira, o oceano em que toda oração nada. Todas essas formas ou modos de oração não deixam de exprimir a adoração a Deus.

Por isso, ação de graças tem muito mais a ver com uma disposição, uma atitude. Desse modo, ela não é apenas posterior ao fato concretizado, à resposta atendida. A ação de graças é uma disposição de submissão e adoração a Deus. Em meio ao sofrimento, a ação de graças nos coloca em atitude de devoção abnegada e nos conduz a Deus. Ela nos faz desviar nossos pensamentos de nós mesmos e nossos problemas para Deus, aquele que nos sustenta e nos fortalece.

Além disso, a ação de graças é uma forma de o indivíduo se submeter a Deus. Bunyan diz que o objetivo da oração é nos rendermos à vontade de Deus. Por isso, com a ação de graças reconhecemos a direção e o cuidado de Deus em nossa vida.

Dar graça em tudo implica, então, em reconhecer que nossa vida está nas mãos do Deus Pai, que vivemos sob o senhorio de Cristo e somos sustentados pelo Espírito Santo. Mesmo em meio a lutas podemos dar graças, não como meio de negar o sofrimento e a dor, mas como submissão a Deus e como meio de alcançarmos seu gracioso consolo e força, apesar das aflições.

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Foto: Pixabay.com.
Pastor presbiteriano e doutor em Antigo Testamento, é professor e capelão no Seminário Presbiteriano do Sul, e tradutor de obras teológicas. É autor do livro O propósito bíblico da missão.
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