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Opinião

É razoável pensar que Deus atende a orações específicas?

Por Arthur Henrique Soares dos Santos
 
Lembro de quando estava assistindo ao jogo do Brasil contra os Países Baixos, na Copa do Mundo de 2010, no qual o Brasil foi eliminado. Quando os Países Baixos fizeram seu primeiro gol contra o Brasil, vi uma pessoa orando pela vitória do Brasil. Eu pensei: os neerlandeses também devem estar orando pela vitória dos Países Baixos; então como Deus decide que oração ele vai atender? Quando me fiz essa pergunta, na época, não imaginava que eu faria a revisão técnica da tradução de Oração de Petição: Uma investigação filosófica, de Scott Davison – mais um título da série Filosofia e Fé Cristã, publicada pela Editora Ultimato em parceria com a Associação Brasileira de Cristãos na Ciência (ABC2), sendo mais um livro da série Filosofia e Fé Cristã.
 
Em termos bem diretos, a obra de Davison não pretende responder a uma pergunta desse tipo. Na verdade, ele nem pretendia fazer isso. O autor, um filósofo profissional, deixa claro que seu objetivo original era o de elaborar uma crítica filosófica à utilidade da oração de petição. Mas, ao longo da pesquisa e escrita do livro, isso muda, de modo que Davison é forçado a admitir que ele não consegue provar a inutilidade das orações de petição.
 
Isso não significa que ele prova a utilidade das orações de petição. Na realidade, talvez sua posição seja melhor descrita como agnóstica: existem bons argumentos a favor da oração de petição e existem bons argumentos contra a oração de petição, por isso não é possível ainda dar uma resposta bem definida sobre a questão. Embora possamos discordar de Davison, o filósofo cristão pode, a partir da leitura da obra, tentar ver as coisas com mais clareza e buscar respostas que o próprio Davison talvez tenha deixado passar - como ele correta e humildemente reconhece. Afinal, é justamente esta a importância do livro: ele mapeia, de maneira filosoficamente rigorosa, os principais argumentos contra e a favor da oração de petição que estão presentes na literatura filosófica contemporânea, além de desenvolver novos argumentos que aprimoram a discussão. Por isso, a investigação de Davison é uma leitura obrigatória para aqueles que querem refletir filosoficamente sobre este tema.

 
Dito isto, devemos agora compreender um pouco do conteúdo trazido pelo livro. A questão central que Davison busca responder é a seguinte: é razoável pensar que Deus atende a orações de petição específicas? A fim de possibilitar uma resposta bem informada a essa pergunta, Davison passa a considerar vários desafios e defesas relacionados à oração de petição. 
 
O livro é dividido em dez capítulos. Os dois primeiros capítulos elaboram a estrutura teórica utilizada ao longo de todo o livro, fazendo discussões sobre a natureza dos desafios e defesas da oração de petição e sobre os elementos constituintes de tal oração. Os capítulos 3 a 5 discutem os principais desafios à oração de petição, particularmente aqueles relacionados à liberdade divina e ao conhecimento humano. Os capítulos 6 a 9 são dedicados à discussão das defesas da oração de petição, considerando temas como a oração por si mesmo e por outros. Curiosamente, neste ponto Davison elabora uma nova defesa da oração de petição, mostrando a racionalidade de orar por si mesmo e por outros em alguns tipos específicos de casos. Por fim, ele elabora sua conclusão de que alguns tipos de oração de petição são mais defensáveis em termos filosóficos do que outros.
 
Embora possamos discordar parcialmente de sua conclusão, dois dos muitos méritos da obra que a tornam altamente recomendável precisam ser mencionados. Primeiro, existem muitas outras obras que tratam da oração de petição. Mas o que há de especial no livro de Davison é o fato de que ele cataloga e discute rigorosamente as principais defesas e desafios presentes na literatura filosófica contemporânea. Ou seja, mesmo que o leitor discorde do autor, a leitura do livro é de muito aprendizado acerca do tema, pois Davison direciona o leitor a muitos outros filósofos com variadas posições.
 
Segundo, o mapeamento de Davison permite ao leitor partir de seu livro para desenvolver novos argumentos. Isso significa que um cristão pode ver a investigação do autor não como um ponto de chegada, mas como um ponto de partida para fazer defesas eficazes da oração de petição. Afinal, uma boa defesa deve ser devidamente informada pelos mais diferentes argumentos. E trazer essa informação é algo que Davison faz muito bem.
 
Assim, as qualidades mencionadas mostram que o livro de Scott Davison é uma leitura importante e altamente recomendável a cristãos maduros que querem lidar com os argumentos filosóficos acerca da oração de petição.
 
  • Arthur Henrique Soares dos Santos é graduado e mestrando em filosofia na Universidade Federal do Pará (UFPA).

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