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Opinião

Do lado certo

Por Luiz Fernando dos Santos
 
“Mas os pobres nunca serão esquecidos, nem se frustrará a esperança dos necessitados” (Sl 9.18).

“Somente pediram que nos lembrássemos dos pobres, o que me esforcei por fazer” (Gl 2.10).

Durante muitos anos na América Latina, os cristãos católicos, luteranos, anglicanos e alguns pouquíssimos reformados e evangelicais, optaram por uma filosofia ministerial cujo tema central era: A Evangélica Opção Preferencial Pelos Pobres. Mais tarde, com os muitos desdobramentos da história e o ulterior progresso do pensamento e da práxis pastoral e missionária na América Latina, uma pequena, mas significativa modificação foi feita: A Evangélica Opção Preferencial e Não Excludente Pelos Pobres. Isso significava dizer que ninguém deveria ficar de fora do banquete da vida oferecido por Jesus e que todos os convertidos, não importando se ‘opressor’ de outrora, agora passando pelo processo de metanoia, seria bem-vindo à mesa.
 
Essa opção preferencial pelos pobres, evangélica em sua essência, viu-se mais tarde, grosso modo, comprometida quando as ideologias ‘das esquerdas’ e suas chaves hermenêuticas marxistas passaram a ditar e a formar a cosmovisão das comunidades e a visão do Reino foi sendo diluída. Então, a evangélica opção pelos pobres passou a ser falaciosamente identificada com os pressupostos de Marx e ‘Cia. Ltda.’ O transcendente Reino de Cristo, espiritual e meta-histórico, deu lugar à utópica tentativa de instaurar um paraíso terrestre por meio da revolução, e da implantação de uma comunidade planetária sob os signos do martelo e da foice. Cristo foi identificado como um subversivo mestre revolucionário e os seus discípulos soldados profetas de um novo mundo trazido à força para dentro da história.
 
Não demorou muito, não obstante o sonho ter sido sonhado por muitos, logo toda essa igreja inserida e comprometida com a luta dos pobres e a transformação da sociedade deu lugar a uma igreja mística, com uma espiritualidade desencarnada, aburguesada, passiva, moralista e autocentrada. Foi uma espécie de ressaca teológica ou missionária. A Igreja, então, fez Uma Opção Por Ela Mesma e dessa vez Excludente. Excluiu os pobres e as causas mais nobres e passou a fazer lobby, a cortejar o poder e caminhar ao lado dos poderosos.
 
Um remanescente dessa época permaneceu fiel em seu compromisso evangélico, diga-se, eminentemente evangélico e permaneceu ao lado dos fracos, são os que se envolvem com a assim chamada Missão Integral. Esses irmãos, teólogos, pastores, missionários e companheiros de jugo, permaneceram firmes em caminhar com os vulneráveis e os pobres da terra. São profetas da esperança e da resistência, semeiam um mundo novo não com um chamado a pegar em armas ou iniciar uma revolução. Mas, com um vigoroso chamado à conversão, com propostas intelectualmente honestas de leitura da realidade com os inegociáveis e irredutíveis pressupostos do Reino de Deus trazidos por Jesus Cristo no seu Evangelho eterno. São homens e mulheres animados pelo Espírito Santo, auxiliados pela graça e iluminados pela Palavra, enquanto denunciam as poderosas e nefastas estruturas do mal, que de maneira sistêmica e sistemática, operam com base no egoísmo e na busca do poder pelo poder, proclamam as excelências daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. Entretanto, se recusam a permanecer em um denuncismo vazio, que logo se configuraria legalismo e farisaísmo e tampouco esgotam a sua missão em palavrório religioso sem nenhuma incidência sobre a realidade. Isso seria alienação e crassa superstição.
 

Sua missão é chamada de integral porque além de exigir o compromisso de uma vida santa por uma ética transformadora, é integral também porque permite que o Reino de Jesus seja ‘chegante’ na história dos pobres levando pão, educação, resgate da dignidade humana, organizando e executando projetos de transformação social. Esses missionários (cristãos), consciente e intencionalmente convidam a todos indistintamente a tomarem parte no que Deus está fazendo no mundo por meio do seu povo, comunicando a sua ‘Shalom’, ofertando a sua amizade, concedendo perdão e reconciliação, derrubando os muros da inimizade por meio da Cruz do seu amado Filho e sublime Rei do Reino de justiça e luz. Convidam de maneira especial os marginalizados, os que vivem nas periferias existenciais, os pobres, os vulneráveis para virem e ocuparem o seu lugar à mesa no festim dos eleitos e assumirem o seu protagonismo na história, para que esteja próximo o dia em que: “Ninguém fará nenhum mal, nem destruirá coisa alguma em todo o meu santo monte, pois a terra se encherá do conhecimento do Senhor como as águas cobrem o mar” (Is 11.9) e “Ele julgará entre muitos povos e resolverá contendas entre nações poderosas e distantes. Das suas espadas, farão arados, e das suas lanças, foices. Nenhuma nação erguerá a espada contra outra, e não aprenderão mais a guerra” (Mq 4.3) e ainda: “O amor e a fidelidade se encontrarão; a justiça e a paz se beijarão” (Sl 85.10).

E você, escolhe ficar de que lado da história?

O QUE SERÁ DESTA CRIANÇA?| REVISTA ULTIMATO
 
Quem faz essa pergunta também tem os olhos abertos para as ameaças que cercam as crianças. Assim, não se trata de uma torcida apenas. É uma provisão de “cercas de proteção”, incentivos, ensino, cuidados, promoção; não sem preocupações, lutas e, acima de tudo, intercessão. Oramos por estas crianças expressando as nossas mais santas e nobres expectativas e contando que Deus vai guiá-las para que sejam, de fato, quem devem ser e para que ocupem o seu lugar na Grande História.

É disso que trata a matéria de capa da edição de 392 da revista Ultimato. Para assinar, clique aqui

Saiba mais
Luiz Fernando dos Santos (1970-2022), foi ministro presbiteriano e era casado com Regina, pai da Talita e professor de teologia no Seminário Presbiteriano do Sul e no Seminário Teológico Servo de Cristo.
  • Textos publicados: 105 [ver]

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