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Opinião

Brexit: uma oportunidade para a igreja?

Como a igreja pode usar a saída do Reino Unido da União Europeia para mostrar como é a identidade, a unidade e a esperança que todos procuramos

Por Kieran Turner

E então finalmente estamos aqui. Depois de todas as negociações e debates dos últimos anos, e 1.316 dias após o referendo do Brexit, às 23h de 1º de fevereiro de 2020, o Reino Unido deixará a União Europeia.

Esteja você celebrando apaixonadamente, ou convencido de que estamos cometendo um erro terrível, ou simplesmente farto desta coisa toda, não há dúvida de que este é um momento significativo em nossa recente história nacional. Brexit, ao que parece, de fato significa Brexit.

Depois de tantas considerações feitas sobre esse tema, pode ser difícil acrescentar mais alguma coisa. De fato, uma das características da semana que passou tem sido a natureza discreta da partida. Exceto pelas declarações de amor no Parlamento Europeu e pela fracassada arrecadação de fundos para "eliminar um bong do Big Ben", parece que a maioria das pessoas já seguiu em frente com a vida. Após os grandes dramas de 2019, parece que 2020 (pelo menos por enquanto) começou com a percepção coletiva de que há vida após o Brexit.

Seria tolice, entretanto, ignorar a luz que o debate sobre o Brexit tem lançado em nossa sociedade e também em nossa política. Agora é um momento para refletir. Os debates nas mídias sociais sugerem que nossa sociedade está profundamente dividida, social, econômica e politicamente, e que ainda não encontramos uma maneira equilibrada de discordar.

Embora, sem dúvida, precisemos de um senso de perspectiva sobre toda essa raiva, parece haver uma característica comum subjacente aos pontos de vista que estão sendo expressos: o eu – nossa própria força e nossas próprias ideias. Continuamos a olhar para nós mesmos em busca de nossa salvação nacional, enquanto esquecemos o fato de que nossa rejeição aos valores do cristianismo em nossa vida pública é um fator primário na fragmentação e divisão que vemos.

Sem Deus no centro da nossa sociedade, perdemos o valor da verdade. Como cristãos, isso deve nos fazer refletir sobre algumas verdades antigas – verdades que são cada vez mais ignoradas em nossa vida nacional fragmentada. Quando não há verdade pública, todos os pontos de vista opostos podem ser notícias falsas. Quando não reconhecemos a imagem de Deus em nossos semelhantes, nosso oponente se torna um inimigo a ser destruído, em vez de uma pessoa a ser amada.

Mas é nesse contexto que somos chamados a viver nossa identidade, oferecendo unidade e esperança. Uma das características dos últimos anos tem sido o calor dos argumentos – mais calor do que luz, um sinal talvez de que esses argumentos estejam tocando a identidade central das pessoas. Mas, embora um debate robusto seja um sinal de uma cultura política saudável, também pode nos distrair da verdade de que a política, embora importante, nunca foi destinada a fornecer todas as nossas respostas. Como cristãos, estamos livres de nossas vidas serem definidas pelo que acontece politicamente. Em vez disso, somos filhos de Deus, e é a partir dessa identidade primária que nos envolvemos com a vida pública – a partir de vidas construídas na rocha sólida que é Cristo.

Em uma sociedade dividida, a igreja tem um chamado para curar e para testemunhar. A metáfora do corpo de 1 Coríntios 12 mostra como devemos viver juntos nossa identidade, modelando a unidade dentro de nossa diversidade. “Cristo é como um corpo, o qual tem muitas partes. E todas as partes, mesmo sendo muitas, formam um só corpo” (v. 12).

Onde houver divisão em nossas comunidades (e famílias), podemos mostrar como deve ser a unidade dentro de uma comunidade saudável. Onde existem relacionamentos rompidos, podemos modelar a restauração. Onde houver desespero, podemos trazer esperança. Às vezes, pode parecer que as divisões dentro da igreja são tão intratáveis quanto as externas. No entanto, é essa unidade que somos chamados a mostrar, e devemos confiar que onde Deus nos chama, Deus nos capacita.

Em 1 Pedro 1, vemos como deve ser essa esperança. O povo de Deus, agredido, ferido e sendo marginalizado, é chamado para ser um povo de uma esperança viva – uma esperança radical, sólida, transformadora e certa. Esperança com um nome: Jesus. “Ele foi escolhido por Deus antes da criação do mundo e foi revelado nestes últimos tempos em benefício de vocês. Por meio dele vocês creem em Deus, que o ressuscitou e o glorificou. Assim a fé e esperança que vocês têm estão firmadas em Deus” (vv. 20-21).

Somos chamados a falar, proclamar, viver e modelar tudo isso. Essa não é uma esperança ingênua ou superficial, mas uma esperança baseada na transformação que nós mesmos experimentamos através do poder do evangelho, o que significa que não somos atordoados pelo caos que nos cerca. Graças a Deus podemos oferecer essa esperança ao mundo.

Assim, embora o Big Ben possa não estar tão animado às 23h de 31 de janeiro, enquanto marcamos esse momento significativo, podemos avançar para a próxima fase de nossa vida nacional como aqueles que contam uma história diferente - confiantes em nossa identidade, resolutos em nossa unidade e modelando a esperança. E quando este novo capítulo da história de nossas nações começar, comecemos a perguntar: que tipo de sociedade queremos nos tornar?

Kieran Turner ingressou na equipe da Aliança Evangélica do Reino Unido (Evangelical Alliance Scotland) em 2012. Antes disso, ele foi membro do parlamento escocês por três anos. Kieran ajuda a Aliança Evangélica a se conectar com políticos da região de Holyrood, na Escócia, e do governo local. Ele também se relaciona com a mídia nacional e local, oferece apoio e incentivo a igrejas, organizações e cristãos que desejam envolver-se com a sociedade escocesa em geral.

Publicado originalmente no site da Aliança Evangélica do Reino Unido, no dia 30/01/20.

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