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Opinião

A Amiga de C. S. Lewis, Chesterton e Tolkien

ENTREVISTA
 
“ELA FOI APRENDER MAIS SOBRE O CÉU DO QUE O “PARAÍSO” PODERIA DIZER-LHE”.
 
É assim que C. S. Lewis fala sobre a amiga, Dorothy Sayers — que traduzia A Divina Comédia, de Dante Alighieri, quando faleceu —, referindo-se à última parte do livro, “O Paraíso”.
 
Ultimato acaba de lançar, no formato digital, nas melhores livrarias virtuais do país, Dorothy L. Sayers & C. S. Lewis — Biografia, amizade e vida, que mostra a caminhada cristã dos dois intelectuais, gigantes da literatura e da fé cristã, com semelhanças, desafios e legado que marcaram as suas vidas e ainda hoje influenciam os cristãos ao redor do mundo.
 
Ultimato conversou com o autor, o psicólogo e escritor, Igor Gaspar sobre o livro.
 
Dorothy Sayers é bem pouco conhecida no Brasil. O que o levou a se interessar pela vida e obra dessa autora e porque o pararelo com C. S. Lewis?
 
Conheci Dorothy L. Sayers logo no início de minha juventude. Li "A Mente do Criador", e encontrei nessa leitura uma grande escritora. Anos depois, quando comecei a estudar C. S. Lewis, descobri que os dois eram amigos, e nasceu ali o paralelo entre eles. Então, meu interesse por Dorothy aumentou; passei a estudá-la e comecei a escrever sua biografia.
 
Por que é importante que o leitor brasileiro conheça Dorothy Sayers e por onde ele deve começar?
 
Dorothy L. Sayers pode ser considerada uma autora de clássicos, como Veneno Fatal, A Mente do Criador e O Homem Nascido para ser Rei. Ler os seus livros é se ligar-se aos clássicos. E, infelizmente, boa parte dos leitores cristãos brasileiros tem pouco contato com os clássicos. Há escritores de ficção cristã que nunca leram Boccaccio ou Tchekhov; outros que escreveram romances que nunca leram Dostoiévski — o maior romancista cristão. Talvez, de forma inconsciente, as pessoas estão lendo autores ligados ao modernismo, e não aos clássicos. A leitura de Dorothy (e de uma longa fila de autores apontados por ela) pode servir como uma resolução a esse problema.
 
Dorothy escreveu de quase tudo um pouco: de redação publicitária a crítica literária, da dramaturgia a peças para o rádio, romances policiais e publicações teológicas, além da tradução de A Divina Comédia de Dante. Você ficou surpreso ao encontrar tanta variedade e o que o leitor pode esperar da leitura do livro?
 
Em seu panegírico a Dorothy, Lewis cita Pascal: "Não mostramos nossa grandeza ficando numa extremidade, mas tocando as duas ao mesmo tempo e enchendo todo o espaço entre uma e outra". Em termos literários, Dorothy "encheu" todo o espaço que poderia com sua ampla abordagem — às vezes, essa abordagem pode ser característica de um grande escritor, como era o caso de Dorothy, Púchkin e outros. Isso certamente chamou minha atenção.
 
Em Dorothy L. Sayers & C. S. Lewis — Biografia, amizade e vida, o leitor vai encontrar uma boa introdução a vida de Dorothy bem como a seus romances, peças e livros teológicos. Não é uma biografia exaustiva. É a obra de um leigo que visa trazer uma boa introdução.
 
Bem, ela é mais conhecida por seus romances policiais. Até mesmo a placa colocada em sua residência sugere isto. Por quê?
 
O romance policial é um dos gêneros mais populares do mundo. Agatha Christie é, junto com Shakespeare, uma das autoras mais vendidas de todos os tempos. Conan Doyle criou Sherlock Holmes, mas este cresceu de tal forma que, na capa dos seus livros, o nome de seu personagem sempre aparece maior que o seu. Há pessoas que nem sabem quem é Conan Doyle, mas certamente conhecem Sherlock Holmes. Isso mostra a força do romance policial e de seus personagens. É um gênero que envolve curiosidade, drama, crime e, ao mesmo tempo, é leve; bom de se ler nas férias ou em qualquer outro tempo. Por outro lado, os livros acadêmicos e teológicos têm menos adesão dos leitores. É por isso que Dorothy é mais lembrada como romancista do que teóloga ou acadêmica.
 
Dorothy Sayers (1883) era 5 anos mais velha que C. S. Lewis e morreu 6 anos antes dele, em 1957. Como eles se conheceram e como aconteceu essa amizade entre os dois?
 
Dorothy teve o primeiro contato com Lewis quando leu Cartas de um Diabo a seu Aprendiz, por volta de 1942. Ela, então, o convidou para escrever um livro para uma série que estava elaborando. Lewis não aceitou o convite, mas daí nasceu uma longa e duradoura amizade.
 
As convicções cristãs de Lewis e Sayers eram semelhantes, mas a forma como chegaram à fé foi diferente. A trajetória do autor de O Regresso do Peregrino é conhecida. Conte um pouco mais sobre a caminhada de fé de Dorothy.
 
A jornada de Lewis é mais dramática que a de Dorothy. Ela nunca passou por um período de ateísmo ou coisa semelhante — embora tenha enfrentado tentações. Seu pai era sacerdote, e ela sempre foi anglicana. Passou por situações conturbadas na década de 1920, como uma gravidez antes do casamento, mas depois se casou e seguiu a vida. Sua fé foi especialmente fortalecida a partir da década de 1930, quando começou a escrever peças para o Festival da Cantuária e também cartas teológicas a correspondentes em dúvida.
 
Gabriele Greggersen, na apresentação de seu livro, apresenta Dorothy como alguém que ocupou espaços raramente ocupados por mulheres da sua época e acrescenta que ela escreveu um livro importante para a causa das mulheres: Are Women Human? [São as mulheres humanas?]. O seu livro fala sobre isso? Dorothy pode ser considerada uma feminista?
 
Dorothy foi pioneira em várias áreas, como a escrita de romance policial, e também foi uma das primeiras mulheres a se graduar em Oxford. Por ser mulher, ela enfrentou dificuldades maiores que os homens, mas, como a própria Gabriele Greggersen observa em sua tese de Doutorado, isso não faz de Dorothy uma feminista. Ela não estava ligada a nenhum movimento social ou ideológico nesse sentido. Mas tinha consciência do preconceito contra as mulheres e se preocupava com isso. Dessa preocupação, nasceu Are Women Human?
 
Parece que uma das primeiras biografias escritas após a sua morte (Such a Strange Lady: a Biography of Dorothy L. Sayers, de Janet Hitchman) ressaltou as suas excentricidades. Que excentricidades são estas?
 
Dorothy era, de fato, uma mulher excêntrica. Usava chapéu, às vezes gravata, fumava (uma prática aceita na Igreja Anglicana), sustentava a casa. Em seu panegírico, Lewis diz que algumas de suas características lembravam um ogro. Algumas dessas excentricidades estão no livro.
 
Que outros escritores, além de Lewis, exerceram influência na obra de Dorothy?
 
Dorothy era amiga do poeta T. S. Eliot e do romancista Charles Williams, bem como de G. K. Chesterton e de Agatha Christie, que decerto exerceram influência em sua vida e obra. Da antiguidade, apreciava todo o cânone da literatura — Homero, Virgílio, etc  —, e gostava especialmente dos clássicos da literatura italiana, como A Divina Comédia, de Dante, e Orlando Furioso, de Ariosto, ambos traduzidas por ela para o inglês.
 
Que lugar a Bíblia ocupou na vida e na obra de Sayers?
 
A Bíblia ocupava um lugar fundamental na vida de Dorothy. Ela era anglicana e o Livro de Oração Comum e os credos também ocupavam um lugar importante.
 
A The Dorothy L Sayers Society, fundada em 1976 continua ativa até hoje? Que trabalhos desenvolve? The Dorothy L. Sayers Society 
 
Sim, sua aluna, Barbara Reynolds (1914-2015), foi fundamental para a fundação da sociedade. É uma sociedade britânica simples, que se reúne ocasionalmente para discutir sobre Dorothy. Parece ser bastante animada e divertida. A sociedade também aceita membros online.

A BÍBLIA NÃO ERRA. OS LEITORES, NEM TANTO | REVISTA ULTIMATO
 
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