Por que sou "batista"?

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Desde os seis anos de idade, minha caminhada cristã foi marcada por uma profunda imersão no ambiente pentecostal. Cresci num contexto de manifestações intensas da presença de Deus, com ênfase na busca pelo Espírito Santo, orações fervorosas e cultos vibrantes. Essa experiência de fé foi fundamental para a formação de meu caráter e o desenvolvimento de um amor genuíno por Cristo. No entanto, com o passar dos anos, percebi que minha jornada em direção ao entendimento de Deus estava apenas começando.

Aos 18 anos, entrei na faculdade para cursar Teologia. Era um momento de grandes descobertas e desafios intelectuais. Durante esse período, tive a oportunidade de me envolver com uma teologia interdenominacional que ampliou meu horizonte teológico e me fez refletir sobre a riqueza das diversas tradições cristãs. Foi, nesse cenário, que um professor presbiteriano, com uma abordagem rigorosa e sistemática das Escrituras, impactou profundamente meu pensamento.

Mas, à medida que avançava nos meus estudos, fui chamado de volta às raízes que sempre marcaram meu coração: as bases históricas e teológicas do movimento batista. Foi ali, nos princípios dos primeiros batistas, que encontrei uma fundamentação sólida para minha fé. O que mais me atraiu foi o compromisso batista com a liberdade de consciência, o valor da tolerância com outras religiões e a busca por uma relação direta e pessoal com Deus. Para os batistas, a Bíblia é a única regra de fé e prática, e não há outra autoridade que possa se sobrepor à Sua palavra revelada.

O princípio da liberdade religiosa, que sempre foi caro aos batistas, também me tocou profundamente. Eles não apenas defendem a liberdade de consciência em questões de fé, mas também respeitam a diversidade de crenças, algo que se alinha muito com o meu entendimento do cristianismo como um movimento respeitoso e acolhedor.

Além disso, a visão batista de uma Igreja local autônoma, onde cada congregação tem liberdade para se auto-organizar e administrar seus próprios assuntos, sem a intervenção direta de uma autoridade externa, fez sentido para mim. A ênfase no batismo de crentes é outro aspecto teológico que ressoou profundamente em meu coração, pois revela a convicção de que cada pessoa deve fazer uma profissão consciente de fé antes de se tornar membro do corpo de Cristo.

Eu sou batista, portanto, não por uma questão de tradição meramente cultural, mas por uma convicção pessoal que se fundamenta em um entendimento bíblico, histórico e teológico que me desafia e me inspira a viver uma fé comprometida com a Palavra de Deus e com a liberdade cristã. O legado dos batistas, com seu compromisso com a liberdade religiosa, a separação entre igreja e Estado, e a centralidade das Escrituras, continuam a ser a força motriz da minha caminhada com Cristo, e é por isso que, com alegria, afirmo: sou "batista".

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Opinião do leitor