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Palavra do leitor

Por que o negro, ao redor da mesa?

"A Cruz de Cristo parte do vertical e se firma, no mesmo, entretanto, tão somente, adquire a finalidade da inclusão e da interação, quando se abre para o horizontal’’.

"O dia da consciência negra, nunca será uma unanimidade, reconheço, mas serve para sempre nos lembrar sobre caminhos a não serem feitos, seja por negros, seja por brancos, seja por mestiços, seja por índios, seja por eu, seja por você, seja por nós’’.

Sou um cristão, não nego, ou, melhor dito, sou um discípulo de Jesus, o Cristo, e isto não me faz dispor de uma condição, a qual esteja acima de ninguém. Vou adiante, a cada dia, caminho por esse ato de responder, chamado de oração, sem desprezar a tradição, os valores, a adoração e, de forma alguma, sou dono de verdades voltadas a rebaixar, a desfigurar, a diminuir, a retirar do outro, aquilo que nos faz humanos, imagem e semelhança de Deus, seres de consciência, de imaginação, de criação, de lágrimas, de paixão, de alegria, de perdas. Sou, sim e sim, um ser de existência histórico temporal, de liberdade e responsabilidade, parte dessa verticalidade e dessa horizontalidade.

As palavras de Jesus, o Cristo, não deixam nenhuma fagulha de dúvida, em Mateus 22: 37 – 39, com o fluir e confluir desse encontro entre o vertical, que me ajuda a uma saudável autocrítica e não de repudio, e o horizontal, como a maneira pela qual escrevemos nossas vidas. Eis aí e aqui a questão, a partir da Epístola de 1 João 4: 20, no que se refere a como tenho escrito, porque não seremos, necessariamente, lembrados, por nossos discursos, por nossas teologias, por nossas profecias, por nossas revelações, por nossos idealismos, por nossa fé, por nossa crença, por nossa racionalidade, mas sim pelo que escolhemos ou não fazer, com cada um dos atributos que carregamos e portamos, em nosso ser, no palco dos eventos da vida e de suas situações reais e não fictícias. Ora, em 20 de novembro de 2020, comemora-se o dia da consciência negra, e sempre realço essa data, sem a finalidade de divinizar uns e demonizar muitos, porque se, verdadeiramente, tive e tenho um encontro com Jesus, o Cristo, se, verdadeiramente, a leitura da bíblia me ajuda a me ler (desculpem-me pela redundância), se, verdadeiramente, creio, no que falo e escrevo, não posso escapar, me esconder, fechar os olhos, fazer vistas grossas, para situações que desfiguram pessoas, por causa de sua pele, de sua cor, de sua dimensão social e demais categorizações. Logo, estranha-me toda e qualquer oposição entre sagrado e secular, entre espiritual e humano, entre transcendente e relacional, em função de seguir não um fragmento religioso, não participar de um gueto doutrinário, não defender uma fé exclusivista. Afinal de contas, sou impelido a escolher entre essa fé compromissada com o faminto, com o doente, com o solitário, com o abastado, com o largado, nas ruas, com o mendigo, com o desesperançado, com os condenados, com os bem sucedidos, com os mal sucedidos, enfim, com tudo que se constitui como a finalidade da Cruz, em sua verticalidade e horizontalidade: seres humanos.

O dia da consciência negra me leva a ilustração de não apenas o negro, ao redor da mesa, para partilhar a esperança e a gratidão pelo outro, para compartilhar a justiça preservadora dos princípios da vida, ou seja, da liberdade, da igualdade e da dignidade, como filhos e filhas de Deus, reconhecidos pelo Cordeiro Santo, pelo Kairós, pelo Deus ser humano Jesus Cristo. Faço um retrato da ceia, a ceia pelo qual todos estamos juntos, com identidade e individualidade, com diferenças e diversidades, com peculiaridades e particularidades, para vivermos o privilégio de sermos humanos, de sermos criados a imagem e semelhança de Deus. Isto nos apresenta uma verdade inquebrável, ou seja, não são as alternâncias e alteridades sociais, históricas, genéticas, biológicas, econômicas e, em suma, se valer da quantidade de melanina, em nossa pele, para nos filiarmos a esse ou aquele, firmar-se-á e afirmar-se-á como a mais notória e nítida presença diabólica, em nós. De anotar, vamos chorar pela restauração e reconciliação, não pela intolerância e pela arbitrariedade. Ouso dizer, se não professarmos e vivermos, o quanto esse Deus se dirige a toda a vida e sim só, com certos pontos ou aspectos, então, a Cruz deveria ser refeita e não passaria de um arremedo de madeira. Deveras, eu, você, todos, de outras raças, de outras tribos, de outros povos, de outras nações para não praticamos as palavras evocadas, segundo o texto de Isaías 58:3-8, a qual demonstra uma fé blasfema, iníqua, mesquinha, baixa, estúpida, movida por uma tola conceituação de ser possível manipular, subornar, fazer acordos sujos, com aquele que tudo precede.

Ora, quanta hipocrisia, quanta contradição, quanto cinismo, ao ouvir – Maranata, ora vem Senhor Jesus, mais como uma fuga da realidade, em vez de arriscar trazer as boas novas, entre nós, como posso dizer isso? Agora, sem vitimização, não devo olhar, com relação aos diminuídos, por causa de sua pele, de sua raça, de sua etnia? Cabe frisar, não reduzo o evangelho a uma horizontalidade, a um tempo sem fim, a um conformismo, em direção oposta, não alcançarei o céu, devido ao quanto orei, estive nos cultos, jejuei, li a bíblia, por ir além. O além de Lucas 10: 27, do faminto, do abatido, do atordoado, do doente, do banido. Ademais, o Deus descrito nas escrituras sagradas, transpõem – se, vem, até nós, com bondade, com justiça, com amor, tanto para negros ou para brancos, tanto para eu ou para você, traz a Cruz das boas novas, não por causa da pele, mas sim por sermos todos criados a imagem e semelhança de Deus.
São Paulo - SP
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