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Palavra do leitor

Por que Deus abençoa estas "igrejas"?

Creio que passa pela cabeça de muitos evangélicos as razões pelas quais parece que Deus abençoa e abona igrejas que têm um comportamento visivelmente anti-cristão. Não sou, ou não fui, exceção.

O problema parece estar em que o parâmetro que geralmente usamos na avaliação é o sucesso ou o crescimento destas igrejas. Ou seja, as igrejas que crescem seriam as que Deus abençoa. Nesta ótica, as igrejas contextuais, como aqui tem sido comentado, seriam as que mais representariam a vontade de Deus. Porém, será mesmo? 

Quando vemos igrejas, cuja pregação é centralizada na prosperidade material e financeira, com seus templos lotados, chegamos a sonhar em que, um dia, nossas igrejinhas cheguem, pelo menos, a uma fração daquelas. O ímpeto, neste caso, é mudar a pregação e adotar a mesma receita de sucesso. Somos convencidos de que a fórmula dessas igrejas é que é a certa. Chegamos mesmo até a ter uma certa sensação de culpa por não estarmos pregando um evangelho tão eficiente que atinja as multidões.

A questão fundamental é: o crescimento dessas igrejas é, de fato, indicador de que Deus abona este evangelho "camaleão"? Creio (agora) firmemente que não!Conhecendo a Palavra não podemos ter dúvidas se Deus abona um evangelho que só fala em adquirir riquezas e não dá nenhuma ênfase ao arrependimento. Hoje João Batista, mais do que nunca, seria a "voz do que clama no deserto" pois não teria ouvintes!

Não podemos crer num evangelho que não prega que Jesus breve voltará pois a mensagem de fim dos tempos esvazia a mensagem materialista ao afirmar que o Reino de Deus não é deste mundo.

Mensageiros que oferecem água benta, cigarros ungidos, rosas para espantar olho grande, sabonete para limpeza espiritual, cornetinhas de Jericó, esponjas com o (pasmem!) sangue do cordeiro (!), oração no monte Sinai (que até hoje não se sabe ao certo onde é), água do rio Jordão, e sei lá mais o quê, não podem ser mensageiros do Deus da Bíblia.

Por que crescem? Por que tantos testemunhos de bênçãos? A verdade é que estas "igrejas" não são igrejas, mas empresas e, como empresas, têm mostrado que sabem usar os recursos que qualquer empresa secular usa para ter sucesso. Com uma ressalva importante: o "cliente" da empresa secular tem um Código de Defesa do Consumidor a defendê-los! Mas, e os "clientes" destas "igrejas", qual código os defende? Quando muito, em casos extremos, aparece a polícia. Nesta situação, quando há divulgação pela mídia, os danos não se fixam apenas nos autores (ou autoras) mas respinga tragicamente no conjunto das igrejas, sérias ou não. Daí a desmoralização que se vê, injustamente, ao meio evangélico.

Coincidentemente esta onda de desmoralização principiou há cerca de trinta anos, quando apareceu em nosso meio tais igrejas. Portanto, seria ilógico se não houvesse este crescimento vertiginoso desde que obedecem às mais agressivas regras de marketing e contam ainda com a ajuda de uma receita de milhões de reais não declarada, isenção de impostos, total falta de fiscalização de sua ética mercantilista e absoluta ausência de proteção aos seus consumidores.

Nem mesmo existe a coibição à propaganda enganosa. Propaganda enganosa?! Exatamente. A ética na propaganda ensina que não se pode afirmar que um determinado chazinho de ervas fará todo mundo emagrecer, pois não existe evidência científica para isto, a despeito dos vários testemunhos que se possa apresentar na mídia. Da mesma forma, alguns testemunhos de sucesso e bênçãos nestas igrejas não deveriam induzir à idéia de que isto é regra geral. Num contexto de três milhões de fiéis, se houver apenas 0,01 por cento que possa abonar a mensagem serão cerca de trezentas pessoas que poderão testemunhar, dando a impressão de que há unanimidade. Este percentual seria ridículo e não convincente em termos de produto secular! Ninguém compraria um produto que falha em 99,99% das vezes! No entanto, para a mensagem da prosperidade isto não é problema. 

Jesus nunca quis publicidade. O que importava era a conversão real e sincera; a verdade e não a aparência da verdade.

Mas, e os que, sinceramente, são abençoados mesmo ouvindo tais mensagens? É que Deus cumpre sua Palavra e abençoa a quem tem fé, independentemente, de onde esta pessoa está. 

A questão, portanto, é se este evangelho salva o pecador. Desde que não dá para imaginar Jesus pregando o mesmo evangelho que é pregado por estas igrejas vê-se que o número não abona o resultado espiritual. Tal evangelho, ao contrário de salvar, cega o pecador, desviando-o da mensagem de arrependimento dos pecados para uma mensagem utilitarista e biblicamente mentirosa, prestando um desserviço ao Reino.    

A estes mensageiros cabe o alerta de Jesus em Mateus 7.22-23: "Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade."
Juiz De Fora - MG
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