Palavra do leitor
- 14 de março de 2008
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O pregador como um semeador interativo
Procure entender a parábola do semeador, imaginando o pregador como um trabalhador que espalha suas sementes. O que leva a semente a germinar? Qual a responsabilidade do semeador contemporâneo para alcançar com eficácia a sua geração? Confira a terceira parte deste intrigante artigo.
A arte de contextualizar
Antes de você torcer o nariz, deixe-me explicar bem. O verbo "contextualizar" é uma derivação do substantivo "contexto", que veio da palavra latina contextus. O significado é bem interessante: entrelaçar, reunir tecendo. Em seu sentido original, portanto, contextualizar significa retirar uma informação qualquer e entrelaçá-la em um texto fora dela, dando o sentido mais correto a esse texto. Se a informação fosse observada fora do texto, por exemplo, ela perderia uma parte substancial do seu significado.
Das definições do dicionário Houaiss, a que mais me chamou atenção pela forma como se adéqua ao tema é a seguinte: "integrar (algo) num contexto". Ou seja, a pregação/semeadura eficaz deve sempre estar integrada com o contexto sócio-cultural do público participante.
Observe agora o que um livro de homilética publicado em 1939 já apontava sobre a contextualização:"Nunca houve no momento social a intensidade que há em nossos dias. Tem havido durante poucos anos transformações formidáveis na sociedade, especialmente depois do começo da guerra mundial. Essas transformações afetam radicalmente a pregação".
Observe que o autor se referia às transformações da industrialização e produção armamentista da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). O que ele escreveria se já tivesse visto a loucura da Segunda Grande Guerra (1939-1945) e as freqüentes revoluções tecnológicas da informática que testemunhamos hoje em dia?
Assim, se você for um pregador/semeador interessado em se comunicar de forma contextualizada fará muito bem em estar "antenado" com as novidades culturais e tecnológicas de sua geração. É claro que não precisará ser um expert em ciências da computação, por exemplo, para pregar uma mensagem contextualizada, mas ter noções básicas de como as coisas funcionam na presente era da informação processada por máquinas trará muita ajuda a você que, gostando disto ou não, é um mensageiro/semeador da pós-modernidade.
A pregação interativa
Observe ainda que, em certo sentido, contextualizar é também um ato de provocar. Quando uma mensagem evangélica é apresentada numa linguagem acessível, com conexões coerentes com os diversos saberes dos ouvintes, há o envolvimento a ponto de eles serem provocados para uma atitude. O desafio lançado é entendido e isso exigirá uma resposta. Aqui acontece um fenômeno muito comum e antigo, que sofreu mudanças e é muito enfatizado na atualidade: a interação.
Mas a interação que quero destacar aqui vai mais além do que a noção de mera adaptação ao nível cultural do público. Segundo o dicionário Houaiss, a palavra interação significa, dentre outras coisas: "atividade ou trabalho compartilhado, em que existem trocas e influências recíprocas. Comunicação entre pessoas que convivem; diálogo, trato, contato". É, na verdade, uma conexão cultural e emocional que determinado pregador interativo realiza com o seu público.
Os exemplos bíblicos, mais antigos e contundentes, de pregação contextualizada e interativa estão nas mensagens do Senhor Jesus, especialmente nas parábolas que ele nos legou como preciosa herança.
Por agora fique com um exemplo também contundente. Com a palavra o maior dos apóstolos da igreja primitiva (At 17.17-28). Paulo, quando pregou no Areópago, fez uma conexão impensável para os judeus de sua geração. Ele aproveitou um "gancho" deixado pelos religiosos atenienses para entrelaçar ali a noção do Deus cristão. Com criatividade, farto conhecimento teórico-bíblico e muita unção, o apóstolo aos gentios provocou três reações no seu público. Alguns concordaram com ele, outros discordaram e outros ainda preferiram esperar para obter mais esclarecimento. Observe que não houve aqui o desdém pela mensagem pregada. Diferente da reação que você pode verificar em muitas mensagens proferidas atualmente, que não conseguem desafiar de forma clara e objetiva o público participante.
Quer saber qual o problema atual para os pregadores/semeadores? Veja na última parte.
Paz e bênção!
Leia a 4ª parte desse artigo.
A arte de contextualizar
Antes de você torcer o nariz, deixe-me explicar bem. O verbo "contextualizar" é uma derivação do substantivo "contexto", que veio da palavra latina contextus. O significado é bem interessante: entrelaçar, reunir tecendo. Em seu sentido original, portanto, contextualizar significa retirar uma informação qualquer e entrelaçá-la em um texto fora dela, dando o sentido mais correto a esse texto. Se a informação fosse observada fora do texto, por exemplo, ela perderia uma parte substancial do seu significado.
Das definições do dicionário Houaiss, a que mais me chamou atenção pela forma como se adéqua ao tema é a seguinte: "integrar (algo) num contexto". Ou seja, a pregação/semeadura eficaz deve sempre estar integrada com o contexto sócio-cultural do público participante.
Observe agora o que um livro de homilética publicado em 1939 já apontava sobre a contextualização:"Nunca houve no momento social a intensidade que há em nossos dias. Tem havido durante poucos anos transformações formidáveis na sociedade, especialmente depois do começo da guerra mundial. Essas transformações afetam radicalmente a pregação".
Observe que o autor se referia às transformações da industrialização e produção armamentista da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). O que ele escreveria se já tivesse visto a loucura da Segunda Grande Guerra (1939-1945) e as freqüentes revoluções tecnológicas da informática que testemunhamos hoje em dia?
Assim, se você for um pregador/semeador interessado em se comunicar de forma contextualizada fará muito bem em estar "antenado" com as novidades culturais e tecnológicas de sua geração. É claro que não precisará ser um expert em ciências da computação, por exemplo, para pregar uma mensagem contextualizada, mas ter noções básicas de como as coisas funcionam na presente era da informação processada por máquinas trará muita ajuda a você que, gostando disto ou não, é um mensageiro/semeador da pós-modernidade.
A pregação interativa
Observe ainda que, em certo sentido, contextualizar é também um ato de provocar. Quando uma mensagem evangélica é apresentada numa linguagem acessível, com conexões coerentes com os diversos saberes dos ouvintes, há o envolvimento a ponto de eles serem provocados para uma atitude. O desafio lançado é entendido e isso exigirá uma resposta. Aqui acontece um fenômeno muito comum e antigo, que sofreu mudanças e é muito enfatizado na atualidade: a interação.
Mas a interação que quero destacar aqui vai mais além do que a noção de mera adaptação ao nível cultural do público. Segundo o dicionário Houaiss, a palavra interação significa, dentre outras coisas: "atividade ou trabalho compartilhado, em que existem trocas e influências recíprocas. Comunicação entre pessoas que convivem; diálogo, trato, contato". É, na verdade, uma conexão cultural e emocional que determinado pregador interativo realiza com o seu público.
Os exemplos bíblicos, mais antigos e contundentes, de pregação contextualizada e interativa estão nas mensagens do Senhor Jesus, especialmente nas parábolas que ele nos legou como preciosa herança.
Por agora fique com um exemplo também contundente. Com a palavra o maior dos apóstolos da igreja primitiva (At 17.17-28). Paulo, quando pregou no Areópago, fez uma conexão impensável para os judeus de sua geração. Ele aproveitou um "gancho" deixado pelos religiosos atenienses para entrelaçar ali a noção do Deus cristão. Com criatividade, farto conhecimento teórico-bíblico e muita unção, o apóstolo aos gentios provocou três reações no seu público. Alguns concordaram com ele, outros discordaram e outros ainda preferiram esperar para obter mais esclarecimento. Observe que não houve aqui o desdém pela mensagem pregada. Diferente da reação que você pode verificar em muitas mensagens proferidas atualmente, que não conseguem desafiar de forma clara e objetiva o público participante.
Quer saber qual o problema atual para os pregadores/semeadores? Veja na última parte.
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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