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Palavra do leitor

O evangelho existencialista de Jesus

"Se a fé fosse uma certeza definitiva, não seria fé, porque nem sequer haveria vida’’.

Texto de Romanos 10.27

O movimento ora denominado de existencialista, a qual influenciou, tanto os caminhos da filosofia quanto da teologia e da própria leitura da vida, teve em Soren Kierkegaard um de seus expoentes, uma de suas figuras mais expressivas e, até, hoje, palco de elucubrações ou minuciosas reflexões. Ora, por enquanto, não ouso adentrar numa abordagem, em pormenores ao tema, por não ser a tencionalidade e muito menos a intenção sobre a maneira de efetuar uma leitura da situação concreta, sem rodeios, sem sublimações alguma, do ser humano. Ainda, em nossos tempos, não escapamos dessa dádiva e, em contrapartida, peso no que toca a essa busca por ser realizar e o receio daí advindo, com relação as nossas potencialidades, de não sermos aceitos, de nãos sermos considerados úteis, de sermos substituíveis, de sermos descartáveis. De certo, enfrentamos um estado de sermos culpados e um sentimento de culpa, com uma carga de condenação, com uma carga de alienação, de vazio. Presumidamente, quanto ao primeiro se refere a questão de lidarmos com escolhas e consequências erradas, inclusive, necessárias para não nos desumanizarmos, em nossa responsabilidade, referente ao outro e a nós mesmos; o segundo aponta para esse estado de culpa, esse sentimento de culpa, com efeitos profundamente deformadores, e, muitos, migram para culpas imaginárias, em vez de encarar sua honesta situação. Vou adiante, essas colocações nos levam a queda do homem, ao pecado, a dissensão, a dicotomia, ao distanciamento que não pode ser visto, como um mero desencontro entre a dimensão espiritual e humana, porque se assim fosse, adentraríamos nessa alienação, como se tivesse advindo de alguma coisa e, logo, não seria essa alienação, esse vazio, essa divergência, mas uma necessidade. A situação humana parece se encontrar, não somente na época do espertar existencialista, no Século XX, e nos dias atuais, distanciada, alienada e culpada. Não por menos, faço uma ligação e arrisco afirmar o evangelho existencialista de Jesus, pela maneira como se relacionou com Deus, por fazer e trazer algo ao ser humano, sem se limitar a oferecer conteúdos e ideias. Faz-se dizer, Jesus tampouco deixou manuscritos ou escreveu suas mensagens, embora com tais constatações, o Cristianismo, em todas suas vertentes, resulta do mesmo. Ao falar do evangelho existencialista de Jesus, enfoco um envolver intenso, com a situação a qual se encontra o ser humano. As palavras de Jesus não fugiram da situação existencial do homem e isto se dirige ao significado da vida e da preocupação última ou do fundamento do ser. É bem verdade, por uma questão de fé, a situação de o homem separado de Deus, pelo que chamamos de pecado ou alienação ou dissensão ou dicotomia ou deformação. Destarte, Deus vem até nós, até você, a todo ser humano (atentemos, a todo ser humano, não a uns e a outros ou muitos não), em Cristo. Valho-me de um termo de Soren Kierkegaard, Deus vem de fora de nós, trata-se de um salto, através do Filho do Homem, de Cristo, do Deus ser humano Jesus Cristo, ou seja, é nos dado, foi nos dado, é nos oferecido, foi nos oferecido, sem indulgências, sem sacrifícios, sem trocas, sem intermediários, simplesmente, foi nos dado o Salvador para restaurar e reconciliar os homens, um novo ser, uma nova realidade, que cria e transforma, cada um de nós, não para nos impor a nenhum legalismo institucional, de nenhum misticismo barateado, de nenhum curandeirismo de oportunista, de nenhuma liderança megalomaníaca, de nenhum apetrecho da terra santa (da água do Jordão, da areia do deserto, da pedra do Sinai, de me batizar ou não nas águas do rio Jordão e sei lá mais o que). Deveras, Deus enviou o Cristo, personificado em Jesus, ponto final, para sua e para minha, para a nossa salvação, transformação, restauração e reconciliação da humanidade. Dou mais uma ênfase, não dependo de nenhuma linha teológica (seja ortodoxa, neo-ortodoxa, pentecostal, neopentecostal, reforma, avivalista, liberal, conservadora); não dependo de subir ao monte, de fazer tantas e tantas campanhas, participar e participar de infindáveis libertações, de ir atrás de revelações e profecias. Simplesmente, sou chamado para esse salto, não uma certeza objetiva, acabada, finalizada, porque estou nos eventos da vida, com suas alternâncias e alteridades, levando-nos ao amor que rompe e irrompe com as barreiras, as trincheiras, os arames farpados de dogmas e doutrinas que escravizam, que subjugam, que demonizam, que desumanizam para nos libertar de o isolamento, de todo o distanciamento, de todo o abismo e, por sua vez, formar relações amorosas ou de se importar, de se atentar, de se fazer o que é certo, de se caminhar pela liberdade alcançada por meio da responsabilidade e do ser responsável. Por fim, em tempos de ataques ferrenhos e implacáveis de uns em face de outros, talvez, retornar a se debruçar em Cristo, fosse o salutar recomeçar de uma espiritualidade, de um evangelho que não fecha os olhos para situação humana.

Baruch Há Shem!
São Paulo - SP
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