Apoie com um cafezinho
Olá visitante!
Cadastre-se

Esqueci minha senha

  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.
Seja bem-vindo Visitante!
  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.

Palavra do leitor

Graça barata?

Por sugestão do autor de "Está Cristo dividido?", de 13-09-2007, topei com a entrevista que comecei a ler na intenção de "beber" o máximo, dadas as referenciais do entrevistado. No entanto, causaram-me espanto algumas de suas colocações, talvez influenciadas pelo clima da entrevista. É com o máximo respeito e temor que tecerei estes comentários. Não fosse o incômodo que me causou, deixaria "pra lá".

À pergunta se "a falta de convicção é um outro grave problema na igreja hoje" veio a resposta de que "Este é o problema do mundo livre. Justamente porque não nos custa nada ser cristão. Logo, não custa nada abandonar o cristianismo, daí termos muitas pessoas que são ex-cristãos."

À outra pergunta "Esta falta de convicção, passa pela ausência de pregadores da graça de Deus?" seguiu-se outra resposta mais preocupante ainda: "Talvez haja pregação de graça barata. Deus é um Deus de leis. Toda a criação se baseia em leis, leis, leis, naturais, morais e espirituais. O que é a graça? É escapar do efeito da lei. Em vez de receber punição, castigo e morte, alguém vai me perdoar. Se eu pregar esta idéia com muita veemência e não colocar nada sobre a lei de Deus na criação, o que a pessoa vai pensar? Que Deus leva todo mundo para o céu. Não tem inferno, o purgatório já quase desapareceu - risos. O inferno também está desaparecendo, e daqui alguns anos ninguém mais vai falar no inferno."

Complementando a exposição da revista de que "O cidadão vem do jeito que está, não se trata, não se cura, vem baseado somente na graça" repetiu-se a colocação estonteante: "Exatamente, é a graça barata."

Até aceito as preocupações subentendidas na entrevista. Realmente algumas igrejas têm pregado o Evangelho de uma forma distorcida, causando escândalo e vexames às igrejas evangélicas mais cuidadosas. Encher igrejas não significa encher o Céu. Porém o contrário também não é verdade, ou seja, igrejas mais vazias não indica estarem vivendo o evangelho. Quantidade não acompanha qualidade e nem vice-versa. Em razão disso, é perigoso generalizar que está havendo uma pregação de "graça barata". Este termo chega a me dar arrepios!

Mas, não existe, da parte de Deus, graça barata! Aliás, o que seria graça barata? Seria aquela graça que aceitamos sem ter que pagar nada? Ora! Esta é exatamente a verdadeira e maravilhosa graça! Não termos condições de dar nada em troca. Nada do que fizermos poderá tornar "menos barata" ou "mais valiosa" a graça de Deus! Ele nos aceita como estamos. Em certa ocasião "Vendo os escribas dos fariseus que (Jesus) comia com os publicanos e pecadores, perguntavam aos discípulos: Por que é que ele come com os publicanos e pecadores? Jesus, porém, ouvindo isso, disse-lhes: "Não necessitam de médico os sãos, mas sim os enfermos; eu não vim chamar justos, mas pecadores" (Mc 2.16-17).

"Ora, ao que trabalha não se lhe conta a recompensa como dádiva, mas sim como dívida; porém ao que não trabalha, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é contada como justiça;" (Rm 4.4-5). E, ainda: "Mas agora, sem lei, tem-se manifestado a justiça de Deus, que é atestada pela lei e pelos profetas; concluímos pois que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei" (Rm 3.21;28). Portanto, cobrar o cumprimento de leis, para que a graça de Deus não seja barata está em dessintonia com a mensagem do evangelho.

Parece-me, porém, que a preocupação é comum no meio da liderança evangélica séria. Como, então, acertar este descompasso: pregar a salvação gratuita (graça abundante de Deus) e, ao mesmo tempo, assegurar-se de que os novos (e os velhos) convertidos não abandonem a fé, achando que está "tudo resolvido" e que não é preciso mais "esquentar a cabeça"? Creio, sinceramente que, responder a esta questão é o fundamento que pode balizar o comportamento da liderança preocupada com o rebanho.

Penso que possamos resumir, nossa resposta nos seguintes pontos: o processo de salvação engloba três passos fundamentais, ou seja, "salvação", "disciplina", "santificação". Normalmente só se trata do primeiro passo e, quando muito, também do terceiro e da forma errada, impositiva, pois, santificação não é meio, mas, fim.

Apesar do grande perigo do líder vender a idéia de que o fiel deve seguir as ordenanças próprias de sua igreja, muitas vezes, invenções não bíblicas, está faltando que o mesmo mostre ao salvo que, embora já livre do inferno, ele não está livre das conseqüências de optar por viver no erro e sofrer, aqui mesmo, as correções, às vezes duras, de um Pai que o ama e que lhe quer aperfeiçoar na santificação. Ou seja, não se trata de uma punição futura, no "além", mas, uma correção que irá lhe pegar, aqui e agora.

"Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, nem te desanimes quando por ele és repreendido; pois o Senhor corrige ao que ama, e açoita a todo o que recebe por filho. É para disciplina que sofreis; Deus vos trata como a filhos; pois qual é o filho a quem o pai não corrija?" (Hb 12.4-7)
Juiz De Fora - MG
Textos publicados: 14 [ver]

Os artigos e comentários publicados na seção Palavra do Leitor são de única e exclusiva responsabilidade
dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.

Ultimato quer falar com você.

A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.

PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.


Opinião do leitor

Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Ainda não há comentários sobre este texto. Seja o primeiro a comentar!
Escreva um artigo em resposta

Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.