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Palavra do leitor

Esperanças para o futuro

A expressão "você vale pelo que tem" se faz numa tônica, no discurso de muitas pessoas, com ênfase, devido a estarmos numa cultura submetida as leis de mercado, como status de um dogma a ser seguido. Cada vez mais, sou por aquilo que posso gerar de lucro, de rentabilidade e de retorno. Qual o perigo de tal leitura da realidade? Sem delongas, pessoas serem tratadas como meios, como meios de consumo, de aquisição e, por fim, descartáveis. Os valores pessoais serem e são e tem sido substituidos pela mera satisfação e falar de esperança, de espera, de esperanças para o futuro ou de referencias para as gerações futuras, depois de nós, não passa de perda de tempo. Vou adiante, a prevalência do que vou ganhar, do que vai me beneficiar, de se dá bem, faz-me lembrar de uma relato, referente a uma lenda sobre uma aldeia, a qual as pessoas se preparavam para participar do ano novo e todos foram chamados a doarem um garrafa de vinho, colocando o líquido num enorme tonel, com o propósito de todos beberem. Assim, fizeram os habitantes da aldeia, agora, ao pontuar do novo ano, quando abriram a torneira para serem servidos, somente, havia água. Em outras palavras, os habitantes acreditavam que a grande maioria levaria o vinho e ninguém notaria quem quis tirar vantagem, se beneficiar. Sem sombra de dúvida, aqueles habitantes não traziam, em si mesmos, nenhuma esperança para o futuro, e acreditavam de que se ganha, com os outros perdendo. Ora, o mês de janeiro, há uma direção para se abordar sobre a questão da esperança e aproveito para falar sobre as esperanças para o futuro.

Nessa linha de raciocínio, volto as atenções, novamente, para Jacó, que, durante parte de sua existência, se alinhava na tese de que para ganhar, outros tinham de perder (perder a primogenitura, como Esaú) e, ao término de sua existência, percebe que a maneira como vivemos, em nossa relação com o outro, define a nossa vida, o significado de estarmos, aqui, e, até, depois, em nossa eternidade. As esperanças para o futuro me remete as descrições fascinantes e desafiadoras feitas pelo poeta israelense Yeuda Amichai, quando declara que o nosso corpo pode armazenar todo o amor que recebeu durante a vida (o amor dos pais, dos filhos, dos amigos, do marido, da esposa) e, ao término de sua estadia, nesta realidade, despeja de volta todo esse amor e as pessoas são aquecidas.

Presumidamente, as pessoas passam, mas o amor, a maneira como se importaram, a maneira como ousaram se lembrar de pessoas, a maneira como arriscaram pela bondade e pela coragem, pela esperança e pela misericórdia, pela compaixão e pela alegria, pela justiça e pelo respeito não, permanecem, continuam a aquecer os corações de que ainda vale insistir nos encontros, porque somos aqueles, com os quais nos importamos. Então, como falar de esperança e uso o termo ‘’esperanças para o futuro’’, com o intuito de considerarmos o quanto sua vida tem importância, o quanto a realidade se tornou e se torna melhor, com sua vida, sem, necessariamente, sem se referir a sua conta bancária, aos seus títulos acadêmicos, as honrarias recebidas, aos aplausos obtidos. Se não escolhermos por essa decisão de ainda ser possível sermos pessoas de bondade, de bem, de boas notícias, de participarmos de comunidades arraigadas por uma moralidade de vida e não de opressão, de hostilidade, de ofensa, de ataques, cientes de que não somos perfeitos, não conseguiremos, jamais, interferir, intervir, influenciar e impactar o mundo, ao nosso redor. Semelhantemente a Jacó, também passamos por conquistas e decepções, por momentos de solidão e abandono, por inquietações e receios, por ouvir que não precisam mais de nós, que não somos mais úteis, por bons e maus eventos. Indo ao Salmos 90.15, o Salmista nos aproxima de um Deus, a qual não finge, esta a par das nossas mais duras perdas, dos vazios que não serão respondidos, na sua totalidade, das tristezas que batem, no recanto da nossa alma. Deveras, não ser nada fácil, não ser nada justificável, não ser nada cômodo, mesmo assim, como Jacó, abre-se para o fluir dessa força e dessa coragem, dessa esperança e desse se refazer, de ser alcançado por esse se importar ou esse amor, para mostrar a importância da sua, da minha e da nossa vida.

Destarte, em cada escolha diária, quando não abro mão da bondade, quando não fujo dos abalos, quando a dor da perda incomoda, quando as mudanças assustam, quando nem tudo saiu como o previsto, você pode viver a diferença do amor ou do se importar. Ademais, enquanto não compreendemos que um dos papéis da Graça Jesus Cristo quer nos fazer efetuar esse salto, o salto por um mundo melhor, a partir da nossa vida, tão cheia de controvérsias e contradições, falar de esperanças para o futuro será uma farsa.
São Paulo - SP
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