A parábola da mão que se achava corpo

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Certo dia, em um corpo saudável, a mão começou a se destacar. Era ágil, forte, habilidosa. Com o tempo, percebeu que podia fazer quase tudo sozinha. Aprendeu a se comunicar por gestos e pensou: "Quem precisa da boca?" Aprendeu a se arrastar no chão, apoiando-se nos dedos, e concluiu: "Pra que os pés?" Descobriu que, com um leve empurrão, podia virar a cabeça e controlar os olhos. Então exclamou: "Até a visão me obedece!"

Orgulhosa de sua capacidade, a mão se convenceu de que não precisava mais do corpo. E decidiu que, dali em diante, viveria por si mesma. No início, tudo parecia funcionar. A mão fazia, a mão resolvia, a mão era aplaudida. Mas, com o tempo, veio o desgaste. Sozinha, a mão não conseguia descansar. Não havia quem a alimentasse, quem a protegesse, quem a sustentasse. Os movimentos ficaram pesados. Os dedos doíam. A visão falhou. E a mão, antes cheia de si, caiu. Foi então que percebeu: por mais talentosa que fosse, jamais deixaria de ser apenas uma parte. Sozinha, não era corpo. Era apenas membro.

Assim é com a Igreja de Cristo. Muitos ministérios, dons e líderes — como aquela mão — se esquecem de que pertencem a um corpo. Pastores que só valorizam os que falam como eles. Ministérios que desprezam os tímidos, os intercessores, os servos do bastidor e os anciãos esquecidos no "sótão". Membros que, por se acharem autossuficientes, tornam-se independentes do corpo e acabam morrendo espiritualmente.

Mas o apóstolo Paulo já nos advertiu: "O olho não pode dizer à mão: ‘Não preciso de você’. Nem a cabeça pode dizer aos pés: ‘Não preciso de vocês’" (1Co 12.21). A diversidade de dons é obra do Espírito Santo, não do homem. Uniformidade não é unidade. A verdadeira unidade do corpo está na valorização das diferenças que o Espírito distribui.

Pastores e líderes, aprendam com o corpo: cada membro tem seu valor. Não despreze a mão, nem o pé, nem o olho — todos são necessários. E todos precisam estar debaixo da direção do Cabeça, que é Cristo.

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Opinião do leitor