Palavra do leitor
05 de setembro de 2025- Visualizações: 640
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A história que me levou à cruz
"Então disse Jesus: "Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas"." (Mateus 19.14)
Ainda criança, por volta dos seis ou sete anos, tive uma experiência que marcou profundamente a minha vida – e não foi algo que eu vivi, mas algo que ouvi. Foi numa aula da escolinha dominical, daquelas que a gente nunca esquece.
A professora se chamava irmã Neide. Quem a conheceu, sabe: ela era uma mulher de Deus, simples, cheia do Espírito Santo, e tinha uma forma muito especial de falar ao coração das crianças. Ela sempre aparecia com seu acordeon nos braços e uma gravura da cruz nas mãos – de um lado preta, do outro vermelha. Cada aula era como uma pequena viagem, e naquele domingo em especial, ela contou uma história que carrego comigo até hoje.
Era sobre duas crianças, um menino e uma menina, que moravam com seus pais em um farol à beira-mar. O lugar era isolado, cercado por águas perigosas e rochedos. O farol tinha uma missão fundamental: sua luz servia de guia para os navios durante a noite, evitando que se chocassem contra as pedras. Os pais das crianças eram os responsáveis por acender essa luz todos os dias ao entardecer. O interruptor, por segurança, ficava no alto da torre, fora do alcance dos pequenos.
Um dia, tudo saiu do esperado. A mãe adoeceu repentinamente, e o pai, sem outra escolha, precisou sair às pressas para buscar ajuda, deixando os filhos sozinhos. O tempo passou, o sol se pôs, e a noite caiu. O sinalizador não foi aceso.
Foi quando as crianças ouviram ao longe o som de um navio se aproximando. Era uma embarcação enorme, cheia de passageiros, navegando sem saber que se dirigia diretamente para os rochedos. A luz estava apagada, e o perigo era real.
As crianças, apavoradas, sabiam que algo precisava ser feito. Mas como? O interruptor estava fora de alcance. A tensão aumentava a cada sinal do navio se aproximando da costa. Então, a menina teve uma ideia. Mesmo sendo menor que o irmão, disse que ele poderia subir em seus ombros para alcançar o interruptor. Era a única chance.
Com esforço, ele subiu. Esticou o braço o máximo que pôde, até que finalmente conseguiu acender o farol. A luz rompeu a escuridão, iluminando o mar e permitindo que o navio desviasse a tempo. A tragédia foi evitada, e todas aquelas vidas foram salvas.
O alívio, porém, durou pouco. Quando o menino desceu dos ombros da irmã, percebeu que algo estava errado. Sangue escorria do ouvido, da boca e do nariz dela. Seu corpo havia chegado ao limite. Ela havia se entregado tanto, com tanta força, que não resistiu. Morreu ali mesmo, depois de cumprir sua missão.
Lembro-me bem do silêncio que ficou na sala depois que a irmã Neide terminou de contar. Ela então nos disse algo que ficou gravado no meu coração:
"A atitude daquela menina foi linda. Ela deu a vida para salvar outras. Mas maior ainda foi o sacrifício de Jesus. Ele morreu por mim e por você. Não salvou apenas um navio, mas o mundo inteiro."
Naquele dia, mesmo sem compreender tudo, eu entendi o essencial. A história da cruz, o amor que se entrega, o sangue que salva... tudo isso começou a fazer sentido. Aquela narrativa foi como uma semente plantada no meu coração. E ela continuou crescendo, silenciosamente, até o dia em que compreendi, de verdade, o que Cristo fez por mim no calvário.
Aquela história me levou até lá – à cruz – onde tudo começou de novo.
Mas isso, meus irmãos, já é uma outra história.
Abraços fraternos.
Ainda criança, por volta dos seis ou sete anos, tive uma experiência que marcou profundamente a minha vida – e não foi algo que eu vivi, mas algo que ouvi. Foi numa aula da escolinha dominical, daquelas que a gente nunca esquece.
A professora se chamava irmã Neide. Quem a conheceu, sabe: ela era uma mulher de Deus, simples, cheia do Espírito Santo, e tinha uma forma muito especial de falar ao coração das crianças. Ela sempre aparecia com seu acordeon nos braços e uma gravura da cruz nas mãos – de um lado preta, do outro vermelha. Cada aula era como uma pequena viagem, e naquele domingo em especial, ela contou uma história que carrego comigo até hoje.
Era sobre duas crianças, um menino e uma menina, que moravam com seus pais em um farol à beira-mar. O lugar era isolado, cercado por águas perigosas e rochedos. O farol tinha uma missão fundamental: sua luz servia de guia para os navios durante a noite, evitando que se chocassem contra as pedras. Os pais das crianças eram os responsáveis por acender essa luz todos os dias ao entardecer. O interruptor, por segurança, ficava no alto da torre, fora do alcance dos pequenos.
Um dia, tudo saiu do esperado. A mãe adoeceu repentinamente, e o pai, sem outra escolha, precisou sair às pressas para buscar ajuda, deixando os filhos sozinhos. O tempo passou, o sol se pôs, e a noite caiu. O sinalizador não foi aceso.
Foi quando as crianças ouviram ao longe o som de um navio se aproximando. Era uma embarcação enorme, cheia de passageiros, navegando sem saber que se dirigia diretamente para os rochedos. A luz estava apagada, e o perigo era real.
As crianças, apavoradas, sabiam que algo precisava ser feito. Mas como? O interruptor estava fora de alcance. A tensão aumentava a cada sinal do navio se aproximando da costa. Então, a menina teve uma ideia. Mesmo sendo menor que o irmão, disse que ele poderia subir em seus ombros para alcançar o interruptor. Era a única chance.
Com esforço, ele subiu. Esticou o braço o máximo que pôde, até que finalmente conseguiu acender o farol. A luz rompeu a escuridão, iluminando o mar e permitindo que o navio desviasse a tempo. A tragédia foi evitada, e todas aquelas vidas foram salvas.
O alívio, porém, durou pouco. Quando o menino desceu dos ombros da irmã, percebeu que algo estava errado. Sangue escorria do ouvido, da boca e do nariz dela. Seu corpo havia chegado ao limite. Ela havia se entregado tanto, com tanta força, que não resistiu. Morreu ali mesmo, depois de cumprir sua missão.
Lembro-me bem do silêncio que ficou na sala depois que a irmã Neide terminou de contar. Ela então nos disse algo que ficou gravado no meu coração:
"A atitude daquela menina foi linda. Ela deu a vida para salvar outras. Mas maior ainda foi o sacrifício de Jesus. Ele morreu por mim e por você. Não salvou apenas um navio, mas o mundo inteiro."
Naquele dia, mesmo sem compreender tudo, eu entendi o essencial. A história da cruz, o amor que se entrega, o sangue que salva... tudo isso começou a fazer sentido. Aquela narrativa foi como uma semente plantada no meu coração. E ela continuou crescendo, silenciosamente, até o dia em que compreendi, de verdade, o que Cristo fez por mim no calvário.
Aquela história me levou até lá – à cruz – onde tudo começou de novo.
Mas isso, meus irmãos, já é uma outra história.
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