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03 de abril de 2024- Visualizações: 6582
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Ventos do norte: os evangélicos, o cuidado socioambiental e a COP 30
Por Phelipe Reis
Para alguns, a diferença representa muros, para outros se transforma em pontes, especialmente quando há uma causa comum no horizonte. A segunda conotação ilustra muito bem o encontro promovido pelo movimento Renovar Nosso Mundo e realizado nas dependências da Catedral Anglicana de Santa Maria, em Belém, capital do Pará, nos dias 15 e 16 de março do ano corrente. A causa comum é um assunto atual e urgente, que relaciona fé cristã, cuidado socioambiental, mudanças climáticas e COP 30. Costurando esses temas, vozes e ventos do norte ressoam e ecoam um ultimato: a crise climática é uma realidade e os seguidores de Jesus não podem cruzar os braços vendo a criação agonizar.
O público, multifacetado e riquíssimo, foi formado por cerca de 50 pessoas de variados grupos socioculturais, diversas profissões e diferentes vertentes evangélicas. Estavam presentes ribeirinhos, indígenas e quilombolas; professoras, pesquisadores e pastores; advogados, evangelistas, missionários e ativistas; presbiterianos, anglicanos, luteranos, batistas e outras comunidades de fé.
Sobre a Amazônia, ouçam as vozes amazônicas
O tom da conversa do encontro veio logo na primeira dinâmica de apresentação dos participantes: “Para discutirmos sobre a Amazônia é preciso primeiro escutar o que nós, amazônidas, temos a dizer”, enfatizou a jornalista Aline Rodrigues Brelaz, paraense, membra da Segunda Igreja Batista da Cidade Nova 5, em Ananindeua (PA), e integrante da Rede Profética em Defesa da Amazônia (Reda). A afirmação da jornalista é uma crítica a debates que têm a Amazônia como foco, mas que privilegiam vozes estrangeiras, em detrimento das vozes e saberes dos que vivem no chão da Amazônia. A crítica da comunicadora combinou muito bem com a diversidade das mesas e painéis, compostos em sua maioria por pessoas da região amazônica.
Mediada por Marciele Diniz, pedagoga e presbítera da Igreja Luterana de Belém, a primeira mesa abordou a conjuntura sociopolítica e ambiental da Amazônia, e teve participação de José Guilherme Carvalho, da ONG Fase, de Belém (PA), Maria do Socorro Chaves, pesquisadora e professora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), e membra da Igreja Cristo para Todos, de Manaus (AM), e Alberto Terena, pastor e representante da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).
A discussão da manhã apresentou as características e os desafios sociopolíticos e ambientais da região, provocou os participantes quanto às tensões e lutas de interesses econômicos que perpassam as questões ambientais, e reforçou, com a fala de Alberto Terena, a importância da defesa e proteção dos direitos dos povos originários como uma estratégia fundamental para a preservação da floresta e, consequentemente, mitigação das mudanças climáticas.
A força do coletivo, das comunidades e das juventudes
A segunda mesa do sábado, mediada pela advogada Simone Vieira, integrante do Movimento Renovar Nosso Mundo, apresentou aos participantes o que é a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, bem como as perspectivas e oportunidades de participação. A jovem ativista amapaense, Hannah Balieiro, diretora do Instituto Mapinguari, relatou suas experiências de participação na COP, descrevendo o que acontece, os eventos paralelos, e como se dá o processo de credenciamento para acessar os diferentes pavilhões da conferência.
A mesa contou ainda com as contribuições do antropólogo Leon Souza, coordenador de projetos da Casa Galileia, e do pastor Clemir Fernandes, pesquisador do Instituto de Estudos da Religião (Iser). Ambos destacaram que, embora a COP seja um importante espaço de decisões de enfrentamento às mudanças do clima global, a verdade é que a conferência possui suas limitações políticas e a crise climática vai muito além do evento. Essa constatação, portanto, exige uma atenção permanente na agenda das igrejas, grupos e coletivos evangélicos, de maneira que esses atores possam desenvolver um amplo programa de atuação socioambiental, para além da COP e com protagonismo dos grupos de base, populações tradicionais e originárias.

Já na manhã de sábado, o segundo dia de encontro, o grupo pode ouvir sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e iniciativas que buscam colocar em prática a justiça climática e a justiça socioambiental. A pastora Cassandra Figueiredo, da Igreja Graça e Paz, mediou a discussão que contou com a participação do professor Nonato Bouth, do Grupo de Pesquisa em Educação Ambiental na Amazônia (Geama), a professora Lourdes Brazil, economista, pesquisadora e diretora do Centro de Educação Ambiental Gênesis, no Rio de Janeiro, a ativista Dalethe Melissa, do Instituto Nós na Criação, e a assistente social Géssica Dias, representando o Instituto Solidare e Fórum Popular Rio Tejipió.
O professor Nonato falou sobre o papel da academia articulada com a sociedade e as comunidades para a promoção da educação ambiental popular. A professora Lourdes contou sua experiência de reflorestamento de um fragmento de Mata Atlântica em São Gonçalo, Rio de Janeiro. E Géssica Dias compartilhou a experiência de sua igreja local com a restauração do rio Tejipió, em Recife (PE). Já a jovem Dalethe Melissa fez uma fala em tom de protesto, relatando experiências de discriminação etária e de gênero que sofreu em seu trabalho de mobilização de pastores e igrejas, e enfatizou a importância do protagonismo juvenil e feminino nos espaços e nos debates quanto ao enfrentamento às mudanças climáticas. “As diferentes faixas-etárias enriquecem muito a nossa caminhada e a nossa luta. Por isso, eu convido as juventudes a somarmos forças e colocarmos todo o nosso potencial criativo à serviço dessa pauta que nos atravessa diariamente”, declarou Dalethe.
Propostas de cuidado socioambiental e incidência na COP 30
A coordenação do encontro organizou o evento de maneira que o grupo pudesse ter um momento específico para discutir e encontrar caminhos para ações de sensibilização das igrejas quanto ao cuidado da criação de Deus e maneiras de participação na COP 30, que acontecerá em 2025, em Belém (PA). Esse momento se deu com conversas em grupo pequenos, onde as pessoas puderam articular as informações, dados e iniciativas compartilhadas nas mesas, com suas próprias experiências e vivências em suas igrejas locais e comunidades.
Ivanilda Pontes, professora, advogada e membra da Assembleia de Deus em Belém, participou dos dois dias de encontro e falou da sua preocupação com a mineração ilegal e a falta de políticas públicas de saneamento básico em seu estado. Ela saiu do encontro animada para mobilizar pessoas em sua igreja e fazer mudas de espécies nativas para distribuir durante a COP 30, para incentivar a arborização na capital paraense. “A igreja precisa despertar, porque Deus criou a Terra para que nós pudéssemos habitar com responsabilidade e consciência, para zelarmos como verdadeiros mordomos.”, enfatizou a professora.
O ativista Leon Souza observou que as propostas sugeridas pelos grupos se concentraram em três grandes eixos de atuação: comunicação, promoção de tecnologias sociais e incidência política. O primeiro eixo consiste, por exemplo, em campanhas informativas nas redes sociais para sensibilizar as comunidades de fé e seus diferentes grupos etários quanto à temática climática e ambiental. O segundo eixo compreende iniciativas como hortas comunitárias em igrejas, projetos de formação e fortalecimento dos saberes tradicionais. Já o terceiro eixo diz respeito à importância da presença da comunidade e dos atores evangélicos nos espaços possíveis durante a COP 30 para pressionar os governos nos níveis local, nacional e internacional, para que acordos concretos sejam assumidos durante a conferência.
Os grupos também sugeriram outras propostas, como vigílias e campanhas de intercessão pelo planeta, pela COP e pela Amazônia, participação de membros das igrejas nos conselhos municipais de meio ambiente, realização de palestras e estudos bíblicos, encontros com lideranças para discutir o fundamento bíblico do cuidado da criação de Deus, dentre outras.
Devoção, comunhão e cultura
Além dos debates, partilha de boas práticas e os encaminhamentos práticos propostos pelo grupo, a programação contou ainda com momentos devocionais pela manhã e culto com louvores, sob a condução da Banda Renovo, e reflexões bíblico-teológicas sobre o cuidado da criação, com a participação do pastor Alberto Terena, do teólogo Timóteo Carriker e da biblista Tea Frigera.
No sábado à tarde, um momento marcante foi a ceia ministrada por Josias Vieira, pastor da IgrejaBatista em Coqueiral, Vladmir Monteiro, pastor da Igreja Graça e Paz, e por Marinez Bassotto, Bispa Diocesana da Igreja Anglicana da Amazônia. O cálice de vinho ou suco de uva, como de costume nas igrejas, deu lugar ao suco de cupuaçú (fruto típico da Amazônia), e o pão deu lugar ao beijú de tapioca (elemento feito à base de mandioca e muito presente na culinária regional). Deleitando-se nos sabores amazônicos, todos os presentes participaram desse momento simbólico, irmanados na fé evangélica, lembrando o sacrifício de Jesus Cristo, que reconcilia todas as coisas - inclusive a criação (Cl 1.20).
No encerramento do encontro, sábado à noite, os participantes ainda puderam ouvir as experiências da jornalista e ativista Aline Brelaz, como representante da Rede Ecoprofética em Defesa da Amazônia (Reda), da ativista e missionária Ana Beatriz, representando o projeto Reviva, do pastor Josias Vieira, representando o Nós na Criação, e da bióloga Raquel Arouca, representando o movimento Renovar Nosso Mundo.
Foram dois dias intensos com muitas informações e vozes para ouvir e processar. Ainda assim, os participantes se animaram no encerramento com a apresentação do Grupo Regional Iaça, da Igreja Luterana de Belém, que fez uma performance de carimbó (ritmo de música e dança regional paraense). Foi um momento de celebração, cantos, danças, sorrisos, abraços e despedidas, com a esperança de que cada pessoa tenha saído com o coração aquecido, inspirado e encorajado para perseverar na jornada de cuidar da criação, entendendo que “quem cuida da criação, honra a Deus”.
Siga Renovar Nosso Mundo no Instagram para ver depoimentos dos participantes e muitos outros conteúdos sobre cuidado da criação. @renovarnossomundo.

REVISTA ULTIMATO | GRATIDÃO – O QUE VOCÊ TEM QUE NÃ OTENHA RECEBIDO?
Reconhecer que é necessário dar graças pela igreja – a que é e a que será (“igreja triunfante”) – pode ser uma chave para nos aproximar da comunidade dos fiéis, nestes dias em que a confiança nas igrejas e a frequência nelas estão em baixa. Ter feito as pazes com Deus por meio de Jesus Cristo, ter a sua presença próxima, experimentar isso – este é o maior motivo de gratidão.
É disso que se trata a edição 406 da revista Ultimato. Para assinar, clique aqui.
Saiba mais:
» Jesus e a Terra – A ética ambiental nos evangelhos, James Jones
» Assim na Terra como no Céu – Experiências socioambientais na igreja local, Gínia César Bontempo (org.)
» O Teste da Fé – Os cientistas também creem, Ruth Bancewics, org.
» A ecoansiedade e a ecoesperança, por Tiago Pereira
Para alguns, a diferença representa muros, para outros se transforma em pontes, especialmente quando há uma causa comum no horizonte. A segunda conotação ilustra muito bem o encontro promovido pelo movimento Renovar Nosso Mundo e realizado nas dependências da Catedral Anglicana de Santa Maria, em Belém, capital do Pará, nos dias 15 e 16 de março do ano corrente. A causa comum é um assunto atual e urgente, que relaciona fé cristã, cuidado socioambiental, mudanças climáticas e COP 30. Costurando esses temas, vozes e ventos do norte ressoam e ecoam um ultimato: a crise climática é uma realidade e os seguidores de Jesus não podem cruzar os braços vendo a criação agonizar.O público, multifacetado e riquíssimo, foi formado por cerca de 50 pessoas de variados grupos socioculturais, diversas profissões e diferentes vertentes evangélicas. Estavam presentes ribeirinhos, indígenas e quilombolas; professoras, pesquisadores e pastores; advogados, evangelistas, missionários e ativistas; presbiterianos, anglicanos, luteranos, batistas e outras comunidades de fé.
Sobre a Amazônia, ouçam as vozes amazônicas
O tom da conversa do encontro veio logo na primeira dinâmica de apresentação dos participantes: “Para discutirmos sobre a Amazônia é preciso primeiro escutar o que nós, amazônidas, temos a dizer”, enfatizou a jornalista Aline Rodrigues Brelaz, paraense, membra da Segunda Igreja Batista da Cidade Nova 5, em Ananindeua (PA), e integrante da Rede Profética em Defesa da Amazônia (Reda). A afirmação da jornalista é uma crítica a debates que têm a Amazônia como foco, mas que privilegiam vozes estrangeiras, em detrimento das vozes e saberes dos que vivem no chão da Amazônia. A crítica da comunicadora combinou muito bem com a diversidade das mesas e painéis, compostos em sua maioria por pessoas da região amazônica.
Mediada por Marciele Diniz, pedagoga e presbítera da Igreja Luterana de Belém, a primeira mesa abordou a conjuntura sociopolítica e ambiental da Amazônia, e teve participação de José Guilherme Carvalho, da ONG Fase, de Belém (PA), Maria do Socorro Chaves, pesquisadora e professora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), e membra da Igreja Cristo para Todos, de Manaus (AM), e Alberto Terena, pastor e representante da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).
A discussão da manhã apresentou as características e os desafios sociopolíticos e ambientais da região, provocou os participantes quanto às tensões e lutas de interesses econômicos que perpassam as questões ambientais, e reforçou, com a fala de Alberto Terena, a importância da defesa e proteção dos direitos dos povos originários como uma estratégia fundamental para a preservação da floresta e, consequentemente, mitigação das mudanças climáticas.
A força do coletivo, das comunidades e das juventudes
A segunda mesa do sábado, mediada pela advogada Simone Vieira, integrante do Movimento Renovar Nosso Mundo, apresentou aos participantes o que é a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, bem como as perspectivas e oportunidades de participação. A jovem ativista amapaense, Hannah Balieiro, diretora do Instituto Mapinguari, relatou suas experiências de participação na COP, descrevendo o que acontece, os eventos paralelos, e como se dá o processo de credenciamento para acessar os diferentes pavilhões da conferência.
A mesa contou ainda com as contribuições do antropólogo Leon Souza, coordenador de projetos da Casa Galileia, e do pastor Clemir Fernandes, pesquisador do Instituto de Estudos da Religião (Iser). Ambos destacaram que, embora a COP seja um importante espaço de decisões de enfrentamento às mudanças do clima global, a verdade é que a conferência possui suas limitações políticas e a crise climática vai muito além do evento. Essa constatação, portanto, exige uma atenção permanente na agenda das igrejas, grupos e coletivos evangélicos, de maneira que esses atores possam desenvolver um amplo programa de atuação socioambiental, para além da COP e com protagonismo dos grupos de base, populações tradicionais e originárias.

Já na manhã de sábado, o segundo dia de encontro, o grupo pode ouvir sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e iniciativas que buscam colocar em prática a justiça climática e a justiça socioambiental. A pastora Cassandra Figueiredo, da Igreja Graça e Paz, mediou a discussão que contou com a participação do professor Nonato Bouth, do Grupo de Pesquisa em Educação Ambiental na Amazônia (Geama), a professora Lourdes Brazil, economista, pesquisadora e diretora do Centro de Educação Ambiental Gênesis, no Rio de Janeiro, a ativista Dalethe Melissa, do Instituto Nós na Criação, e a assistente social Géssica Dias, representando o Instituto Solidare e Fórum Popular Rio Tejipió.
O professor Nonato falou sobre o papel da academia articulada com a sociedade e as comunidades para a promoção da educação ambiental popular. A professora Lourdes contou sua experiência de reflorestamento de um fragmento de Mata Atlântica em São Gonçalo, Rio de Janeiro. E Géssica Dias compartilhou a experiência de sua igreja local com a restauração do rio Tejipió, em Recife (PE). Já a jovem Dalethe Melissa fez uma fala em tom de protesto, relatando experiências de discriminação etária e de gênero que sofreu em seu trabalho de mobilização de pastores e igrejas, e enfatizou a importância do protagonismo juvenil e feminino nos espaços e nos debates quanto ao enfrentamento às mudanças climáticas. “As diferentes faixas-etárias enriquecem muito a nossa caminhada e a nossa luta. Por isso, eu convido as juventudes a somarmos forças e colocarmos todo o nosso potencial criativo à serviço dessa pauta que nos atravessa diariamente”, declarou Dalethe.
Propostas de cuidado socioambiental e incidência na COP 30
A coordenação do encontro organizou o evento de maneira que o grupo pudesse ter um momento específico para discutir e encontrar caminhos para ações de sensibilização das igrejas quanto ao cuidado da criação de Deus e maneiras de participação na COP 30, que acontecerá em 2025, em Belém (PA). Esse momento se deu com conversas em grupo pequenos, onde as pessoas puderam articular as informações, dados e iniciativas compartilhadas nas mesas, com suas próprias experiências e vivências em suas igrejas locais e comunidades.
Ivanilda Pontes, professora, advogada e membra da Assembleia de Deus em Belém, participou dos dois dias de encontro e falou da sua preocupação com a mineração ilegal e a falta de políticas públicas de saneamento básico em seu estado. Ela saiu do encontro animada para mobilizar pessoas em sua igreja e fazer mudas de espécies nativas para distribuir durante a COP 30, para incentivar a arborização na capital paraense. “A igreja precisa despertar, porque Deus criou a Terra para que nós pudéssemos habitar com responsabilidade e consciência, para zelarmos como verdadeiros mordomos.”, enfatizou a professora.
O ativista Leon Souza observou que as propostas sugeridas pelos grupos se concentraram em três grandes eixos de atuação: comunicação, promoção de tecnologias sociais e incidência política. O primeiro eixo consiste, por exemplo, em campanhas informativas nas redes sociais para sensibilizar as comunidades de fé e seus diferentes grupos etários quanto à temática climática e ambiental. O segundo eixo compreende iniciativas como hortas comunitárias em igrejas, projetos de formação e fortalecimento dos saberes tradicionais. Já o terceiro eixo diz respeito à importância da presença da comunidade e dos atores evangélicos nos espaços possíveis durante a COP 30 para pressionar os governos nos níveis local, nacional e internacional, para que acordos concretos sejam assumidos durante a conferência.
Os grupos também sugeriram outras propostas, como vigílias e campanhas de intercessão pelo planeta, pela COP e pela Amazônia, participação de membros das igrejas nos conselhos municipais de meio ambiente, realização de palestras e estudos bíblicos, encontros com lideranças para discutir o fundamento bíblico do cuidado da criação de Deus, dentre outras.
Devoção, comunhão e cultura
Além dos debates, partilha de boas práticas e os encaminhamentos práticos propostos pelo grupo, a programação contou ainda com momentos devocionais pela manhã e culto com louvores, sob a condução da Banda Renovo, e reflexões bíblico-teológicas sobre o cuidado da criação, com a participação do pastor Alberto Terena, do teólogo Timóteo Carriker e da biblista Tea Frigera.
No encerramento do encontro, sábado à noite, os participantes ainda puderam ouvir as experiências da jornalista e ativista Aline Brelaz, como representante da Rede Ecoprofética em Defesa da Amazônia (Reda), da ativista e missionária Ana Beatriz, representando o projeto Reviva, do pastor Josias Vieira, representando o Nós na Criação, e da bióloga Raquel Arouca, representando o movimento Renovar Nosso Mundo.
Foram dois dias intensos com muitas informações e vozes para ouvir e processar. Ainda assim, os participantes se animaram no encerramento com a apresentação do Grupo Regional Iaça, da Igreja Luterana de Belém, que fez uma performance de carimbó (ritmo de música e dança regional paraense). Foi um momento de celebração, cantos, danças, sorrisos, abraços e despedidas, com a esperança de que cada pessoa tenha saído com o coração aquecido, inspirado e encorajado para perseverar na jornada de cuidar da criação, entendendo que “quem cuida da criação, honra a Deus”.
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REVISTA ULTIMATO | GRATIDÃO – O QUE VOCÊ TEM QUE NÃ OTENHA RECEBIDO?Reconhecer que é necessário dar graças pela igreja – a que é e a que será (“igreja triunfante”) – pode ser uma chave para nos aproximar da comunidade dos fiéis, nestes dias em que a confiança nas igrejas e a frequência nelas estão em baixa. Ter feito as pazes com Deus por meio de Jesus Cristo, ter a sua presença próxima, experimentar isso – este é o maior motivo de gratidão.
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» Jesus e a Terra – A ética ambiental nos evangelhos, James Jones
» Assim na Terra como no Céu – Experiências socioambientais na igreja local, Gínia César Bontempo (org.)
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» A ecoansiedade e a ecoesperança, por Tiago Pereira
É natural do Amazonas, casado com Luíze e pai da Elis e do Joaquim. Graduado em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e mestre em Missiologia no Centro Evangélico de Missões (CEM). É missionário e colaborador do Portal Ultimato.
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