Opinião
16 de julho de 2025- Visualizações: 3868
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Um livro acima das perigosas convicções polarizadas
Como a Bíblia influenciou a vida pessoal e profissional de Freud, Jung, Pfister, Winnicott, Viktor Frankl, Juliano Moreira, entre outros
Por Rodrigo César Vieira
Desde o Iluminismo, a Europa e boa parte das culturas ocidentais foram expostas à possibilidade de ver a vida pela perspectiva da crítica: a partir dos olhares de uma ciência que mensura o conhecimento, recebemos como marca de conduta uma série de cultos à razão. Porém, essa mesma razão que trouxe luz para temáticas biopsicossociais também impôs amarras e, vez ou outra, tenta impedir que o Homo spiritualis experimente a glória de um Deus que se manifesta para além da ciência.
No livro Bíblia & Psique: marcas bíblicas na psicologia e na psiquiatria, dezesseis autores – teólogos, pastores, psiquiatras e psicólogos – demonstram como a Bíblia influenciou a vida pessoal e profissional de expoentes da psicologia e da psiquiatria: pensadores de diferentes épocas e culturas que expressam em suas ações e escritos uma fala uníssona acerca da necessidade de cuidado para com a saúde mental.
Algumas dessas personalidades são Agostinho de Hipona, Sigmund Freud, Carl G. Jung, Oskar Pfister, Frank Lake, Wilhelm Reich, Donald Winnicott, Carl Rogers, Viktor Frankl e B. F. Skinner, entre outras pessoas citadas, revisitadas e expostas para que o leitor conheça as marcas religiosas e bíblicas que tiveram.
Ao longo dos treze capítulos e 260 páginas, o livro nos leva a valorizar a metodologia científica sem limitar o sujeito ao cientificismo, nos auxilia a pensar métodos com respeito ao masculino, ao feminino e sua epigênese. Bíblia & Psique nos convida a olhar a alma e a enxergar a tendência que a natureza humana tem para a excessiva busca de controle implícita nos muitos mecanismos de defesa. Contudo, ao recebermos tal convite, o livro também desperta esperança ao nos fazer perceber a singularidade de cada pessoa e a possibilidade de construirmos uma vida baseada na ética, na alteridade e no amor.
Outro aspecto que precisa ser destacado é que a obra está acima das perigosas convicções polarizadas. Enquanto parte da sociedade constrói rivalidades e divisões em campos teológicos, políticos e acadêmicos, Bíblia & Psique leva o leitor a refletir que, no convívio social, questões secundárias conseguem unir as palavras “discordância” e “respeito” sempre que temáticas centrais – a exemplo da centralidade de Cristo – estiverem presentes em seus interlocutores. Um exemplo dessa afirmação pode ser visto ao lembrarmos que Freud e Jung discordaram entre si com relação a técnicas psicoterápicas e posturas do terapeuta na construção do setting. Porém, os dois se unem ao criticar pecados socialmente aceitos e ao convocar a humanidade para tomar consciência de que trabalhar o material de nossa pulsão de morte e, ou, sombra resgata a imago Dei.
Preparando o término deste texto, me vem à mente que, ainda que a psicologia tenha sido regulamentada como profissão no Brasil em 1962, em um contexto histórico no qual havia uma psiquiatria moderna simbolicamente fundada em 1792, na França, a precursora do cuidado para com a saúde mental tem sido, há muitos séculos, a Bíblia. E, nesse contexto, lembro-me de uma porção de Bíblia & Psique: “O homem religioso, nessa perspectiva de entendimento, é a condição humana em suas bases psíquicas mais profundas. Por mais que negue a religião, o homem não consegue negar sua base ontológica, que é religiosa”. Que a leitura de Bíblia & Psique nos ajude a aceitar essa base e a inspiração vinda da Palavra de Deus e de pessoas usadas por ele para conduzir a humanidade a uma vida de amor e cuidado: uma saúde mental e integral que nos aproxima do Pai das luzes!

REVISTA ULTIMATO – ADOLESCÊNCIA – ONLINE E OFFLINE
Muito já se falou da adolescência como uma fase crítica da vida, em que as dificuldades próprias da idade inspiram cuidados especiais – o que é ainda mais importante hoje.
Os adolescentes desta geração são o grupo mais impactado pelo ritmo acelerado das mudanças. A matéria dessa edição oferece subsídio para melhor conhecer e atuar com esse grupo. Nos depoimentos dos 12 adolescentes que participam eles pedem: “Acreditem em nós!”.
É disso que trata a edição 414 de Ultimato. Para assinar, clique aqui.
Saiba mais:
» Bíblia e Psiquê – Marcas bíblicas na psicologia e na psiquiatria. Ageu H. Lisboa / Deborah C. Esquarcio / Heliane A. L. Leitão
» Marcas bíblicas na psicologia e na psiquiatria, por Karin H. Kepler Wondracek
» A relevância do Livro de Jó para psicologia clínica e aconselhamento bíblico do sofrimento ressentido contra Deus, por Fernando Capovilla
Por Rodrigo César Vieira
Desde o Iluminismo, a Europa e boa parte das culturas ocidentais foram expostas à possibilidade de ver a vida pela perspectiva da crítica: a partir dos olhares de uma ciência que mensura o conhecimento, recebemos como marca de conduta uma série de cultos à razão. Porém, essa mesma razão que trouxe luz para temáticas biopsicossociais também impôs amarras e, vez ou outra, tenta impedir que o Homo spiritualis experimente a glória de um Deus que se manifesta para além da ciência.No livro Bíblia & Psique: marcas bíblicas na psicologia e na psiquiatria, dezesseis autores – teólogos, pastores, psiquiatras e psicólogos – demonstram como a Bíblia influenciou a vida pessoal e profissional de expoentes da psicologia e da psiquiatria: pensadores de diferentes épocas e culturas que expressam em suas ações e escritos uma fala uníssona acerca da necessidade de cuidado para com a saúde mental.
Algumas dessas personalidades são Agostinho de Hipona, Sigmund Freud, Carl G. Jung, Oskar Pfister, Frank Lake, Wilhelm Reich, Donald Winnicott, Carl Rogers, Viktor Frankl e B. F. Skinner, entre outras pessoas citadas, revisitadas e expostas para que o leitor conheça as marcas religiosas e bíblicas que tiveram.
Ao longo dos treze capítulos e 260 páginas, o livro nos leva a valorizar a metodologia científica sem limitar o sujeito ao cientificismo, nos auxilia a pensar métodos com respeito ao masculino, ao feminino e sua epigênese. Bíblia & Psique nos convida a olhar a alma e a enxergar a tendência que a natureza humana tem para a excessiva busca de controle implícita nos muitos mecanismos de defesa. Contudo, ao recebermos tal convite, o livro também desperta esperança ao nos fazer perceber a singularidade de cada pessoa e a possibilidade de construirmos uma vida baseada na ética, na alteridade e no amor.
Outro aspecto que precisa ser destacado é que a obra está acima das perigosas convicções polarizadas. Enquanto parte da sociedade constrói rivalidades e divisões em campos teológicos, políticos e acadêmicos, Bíblia & Psique leva o leitor a refletir que, no convívio social, questões secundárias conseguem unir as palavras “discordância” e “respeito” sempre que temáticas centrais – a exemplo da centralidade de Cristo – estiverem presentes em seus interlocutores. Um exemplo dessa afirmação pode ser visto ao lembrarmos que Freud e Jung discordaram entre si com relação a técnicas psicoterápicas e posturas do terapeuta na construção do setting. Porém, os dois se unem ao criticar pecados socialmente aceitos e ao convocar a humanidade para tomar consciência de que trabalhar o material de nossa pulsão de morte e, ou, sombra resgata a imago Dei.
Preparando o término deste texto, me vem à mente que, ainda que a psicologia tenha sido regulamentada como profissão no Brasil em 1962, em um contexto histórico no qual havia uma psiquiatria moderna simbolicamente fundada em 1792, na França, a precursora do cuidado para com a saúde mental tem sido, há muitos séculos, a Bíblia. E, nesse contexto, lembro-me de uma porção de Bíblia & Psique: “O homem religioso, nessa perspectiva de entendimento, é a condição humana em suas bases psíquicas mais profundas. Por mais que negue a religião, o homem não consegue negar sua base ontológica, que é religiosa”. Que a leitura de Bíblia & Psique nos ajude a aceitar essa base e a inspiração vinda da Palavra de Deus e de pessoas usadas por ele para conduzir a humanidade a uma vida de amor e cuidado: uma saúde mental e integral que nos aproxima do Pai das luzes!

- Rodrigo César Vieira, psicólogo clínico e pastor batista, é doutorando em estudos interculturais pela Columbia International University e membro pleno do Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos (CPPC). Casado com Gisele e pai de Benjamim, é amante da poesia e tem como interesse de pesquisa temas como psicopatologia e missões transculturais. @orodrigocvieira.
REVISTA ULTIMATO – ADOLESCÊNCIA – ONLINE E OFFLINEMuito já se falou da adolescência como uma fase crítica da vida, em que as dificuldades próprias da idade inspiram cuidados especiais – o que é ainda mais importante hoje.
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» Bíblia e Psiquê – Marcas bíblicas na psicologia e na psiquiatria. Ageu H. Lisboa / Deborah C. Esquarcio / Heliane A. L. Leitão
» Marcas bíblicas na psicologia e na psiquiatria, por Karin H. Kepler Wondracek
» A relevância do Livro de Jó para psicologia clínica e aconselhamento bíblico do sofrimento ressentido contra Deus, por Fernando Capovilla
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