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Opinião

Senhor, quando te vimos com fome e não te servimos?

Por Christian Gillis
 
A fome vem aumentando no Brasil nos últimos anos.
 
Há diversos modos de constatar essa triste realidade. Um modo é observar o número crescente de gente revirando o lixo domiciliar colocado nas ruas para a coleta, seja em busca de restos de alimentos ou de resíduos recicláveis para serem vendidos. Provavelmente tenha aumentado também o número de pessoas pedindo comida na porta da sua residência. O número de pedintes nas ruas e semáforos, bem como a população vivendo em situação de rua, aumentou a olhos vistos.
 
Outro modo de enxergar o aumento da insegurança alimentar é verificar as estatísticas a respeito. Conforme informado pelo IBGE, milhões de pessoas experimentam insegurança alimentar. Segundo a “Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017-2018: Análise da Segurança Alimentar no Brasil”, recentemente divulgada pelo órgão (setembro, 2020), cerca de 25 milhões de domicílios (36,7% do total de 69 milhões de domicílios) estavam em algum grau de insegurança alimentar (leve, moderada ou grave).
 
A insegurança alimentar grave assola mais de 3 milhões de domicílios, onde vivem 10, 3 milhões de pessoas. A insegurança alimentar grave, segundo essa pesquisa, aumentou cerca de 43% em relação à pesquisa anterior (2013). De acordo com o IBGE, a insegurança alimentar no Brasil está relacionada às despesas elevadas dos grupos familiares com aluguéis e transportes, o que diminui a possibilidade de compra de alimentos.
 
Talvez haja outros modos de enxergar a realidade do aumento da fome. Seja pela observação do que ocorre nas ruas ou pelo estudo dos dados e estatísticas é possível constatar esse fato. O que não pode acontecer, como seguidores de Jesus, é fechar os olhos e o coração e negar o crescimento da insegurança alimentar.
 
A crise econômica latente se tornou explícita com a pandemia e agrava a tendência de falta adequada de distribuição de alimentos detectada em 2018. É terrível imaginar que haja crianças subnutridas no Brasil hoje, ou pessoas desenvolvendo enfermidades e problemas decorrentes da falta de nutrição necessária, ou pior, gente morrendo de fome.
 
Urge avaliar as razões da ausência de segurança alimentar plena num país que bate recordes na produção e exportação de alimento e agir, primeiro, para assistir os necessitados e, segundo, para mudar essa dura e triste situação. Tal contradição ofende ao Céu e é preciso trabalhar nas causas que produzem a falta de comida suficiente na mesa de toda a população.
 
O cristão, a partir da inspiração bíblica, e principalmente a partir do exemplo e instruções de Jesus, deve estar atento e se engajar na causa da distribuição justa de alimento para todos.
 
Considerando o paradigma da ordem criada, conforme narrado no Gênesis, Deus concedeu ao homem e a mulher, a ambos igualmente e em conjunto, o mandato de se multiplicarem e cuidarem de toda criação. Junto com o mandato Deus também presenteou a humanidade com o alimento necessário para a realização da tarefa.
 
Ou seja, a questão da alimentação é essencial à vida humana e básica para a realização da missão dada por Deus. Mas o ideal criado e ordenado por Deus foi corrompido pela postura alienada e rebelde da humanidade, tanto em relação a Deus como na distribuição justa de alimento e de terras necessárias para a produção equitativa de alimento. 
 
Como o ideal divino expresso na ordem da criação permanece noutros aspectos, permanece também na área econômica, isto é, na produção e distribuição de alimentos e terra agricultáveis, de modo que haja suprimento das necessidades nutricionais da população.
 
Jesus reafirmou o paradigma estabelecido no mandato cultural ao abordar diversas vezes as temáticas relacionadas à fome, a sede e a alimentação. Além de aliviar a fome de seus seguidores, Jesus instruiu seus discípulos sobre o dever de alimentar os famintos.
 
A história da igreja nascente integra intrinsecamente a proclamação do Evangelho e o serviço aos necessitados de todo tipo. As comunidades primevas conciliavam harmonicamente o anúncio da presença do reinado de Deus e o dever de fazer o bem. O livro de Atos dos Apóstolos e as cartas apostólicas estão repletas de evidências a respeito do envolvimento dos primeiros cristãos em ações para atenuar especialmente a fome.
 
Jesus alertou seus seguidores para que cada um estivesse atento e pronto para socorrer às necessidades básicas das pessoas, carentes do essencial à sobrevivência, que estivessem no caminho de um discípulo: “Então os justos perguntarão: ‘Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber?’... O Rei responderá: ‘Digo-lhes a verdade: o que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram’” (Mt 25.37 e 40).
 
• Christian Gillis é pastor na Igreja Batista da Redenção, em Belo Horizonte, MG.

 

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