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Opinião

Por que amo celebrar o Natal

Por Erica Neves
 
Desde criança, dezembro é para mim o mês mais alegre do ano. Eu aprecio e desfruto o clima de preparação para o Natal e tudo o que ele carrega consigo: os filmes natalinos, os especiais da TV, os preparativos das festividades e as dezenas de luzes acesas pela cidade exclusivamente nesta época ano. A chuva que começa a cair com maior frequência aliviando o calor do verão goianiense é um bônus especial e um convite a dias contemplativos.
 
O convite à contemplação, todavia, encontra vários obstáculos em meio à correria frenética para zerar a lista de afazeres antes da última semana do ano. A tentação, para mim, é correr convulsivamente até o badalar da última hora quando, ouvindo os fogos anunciando a chegada do novo ano, entrego à Providência o que não foi completado na esperança - sempre renovada - de que no ano vindouro tudo será diferente. Projetos empoeirados sairão do papel, as crianças farão as tarefas em dia, comeremos menos açúcar e serei assídua na academia.
 
“Vaidade é vaidade. Tudo é como correr atrás do vento”.1
 
O refrão do livro de Eclesiastes, contudo, é um lembrete de que nada à parte da esperança em Cristo possui sentido para além da temporalidade. Os dias passam rapidamente e nós voamos. A correria da juventude não tarda a dar lugar ao enfado da velhice2 enquanto a morte paira sobre tudo e todos como a única certeza inexorável. Antes que se rompa o fio de prata3 tenho desejado viver uma vida frutífera para, no fim, ter “combatido o bom combate, guardado a fé”4 e ouvir  do meu senhor as tão preciosas palavras: “Muito bem, serva boa e fiel”.5
 
Uma indagação, porém, teima em permanecer em meu coração:
 
O que, afinal, significa uma vida frutífera?
 
Em uma carta escrita às vésperas do seu centésimo aniversário, James Houston elucidou o assunto:
 
“O apóstolo Paulo, escrevendo sua carta aos Gálatas, descreve o que são esses frutos. Eles são: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade e domínio próprio. Para que quando estivermos na presença dos outros, a nossa “presença” se torne “uma presença terapêutica” para os outros. Os pais da Igreja viram os frutos como sendo a cura de nossas almas, que Jesus Cristo se tornou nosso Médico Eterno e através de Sua cura dispensada a nós, nos tornamos portadores do fruto de Seu Espírito. Nenhum de nós ainda está totalmente 'curado', mas a jornada para a 'saúde da alma' está agora em andamento, até que na presença eterna de Sua glória, seremos como Ele, totalmente curados, totalmente frutíferos. Então seremos restaurados para ser o deleite de Deus, como seu Filho Amado, que em seu batismo foi aclamado como agradável a Seu Pai.”6
 
Quando medito sobre o que significa estar totalmente curada e me tornar uma presença terapêutica lembro-me da palavra shalom e, em meio ao turbilhão de uma rotina caótica,  antecipo o gozo de um estado de florescimento, completude e satisfação.7
 
“O Natal celebra a vinda de Deus ao nosso mundo. A entrada da Luz na escuridão. E quando Deus vem, nada mais fica como antes”.8 Amo celebrar o Natal porque essa época do ano me dá a oportunidade de refletir sobre o mistério assombroso da encarnação do Verbo enquanto aguardo o retorno do Rei. E, à medida em que adoto um ritmo mais contemplativo e menos frenético percebo uma mudança, ainda que minúscula, em meu coração. A despedida do ano que se encerra e a expectativa pelo ano que se inicia ganham novos contornos e a vida ordinária – com tudo o que lhe é mais prosaico e frustrante – passa a ser intencionalmente vivida à luz das realidades não visíveis do presente e do futuro. A saber: Cristo reina sobre todas as coisas e um dia seu reinado será consumado.
 
Enquanto ouço canções de Advento cantarolando “Come Thou Long Expected Jesus”9  meu coração, tão cansado das agruras do ano que se encerra e ansioso frente às incertezas do ano que começa, encontra em uma memória da infância a expressão que coloca em palavras o meu maior anseio: “Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz”.10
 
Maranatha, vem Senhor Jesus! 
  • Erica Neves é formada em jornalismo e trabalha como assessora de comunicação na Tearfund, agência humanitária cristã presente em mais de 50 países. Atualmente, é estudante de teologia e professora convidada no Invisible College nos cursos Sabedoria no Caos, Teologia pro Cotidiano e Mulheres em Missão. Erica é casada com Fred e eles são pais do Pedro e da Mariana. Eles frequentam a Igreja Presbiteriana Bereia, em Goiânia. Instagram: erica_mrneves

Notas:

1. Eclesiastes 1:2; 2:11
2. Salmo 90:10
3. Eclesiastes 2:6
4. 2 Timóteo 4:7
5. Mateus 25:21
7. Cornelios Plantiga Jr. apud Goheen, Michael W; Bartholomew Craig. Introdução à Cosmovisão Cristã, Vida Nova, 2016.
9. Come, thou long expected Jesus! Born to set thy people free, Charles Wesley
10. Antoine de Saint-Exupéry, O Pequeno Príncipe 

LEMBRE-SE SEMPRE DE JESUS | REVISTA ULTIMATO
Um dos pronunciamentos mais felizes do Papa Francisco aparece na capa dos 32 mil exemplares do “Jornal São Judas”, da Paróquia Santuário São Judas Tadeu, no bairro Jabaquara, em São Paulo: “Bote Cristo em sua vida!”. Todavia, o pastor luterano Ismar Lambrecht Pinz, de Pelotas, RJ, teme que o sistema de salvação por meio de obras e dos méritos dos santos continue acima da obra de Jesus na doutrina católica. A propósito, vale a pena ler e reler a passagem da Carta aos Hebreus: “Porque Jesus Cristo fez o que Deus quis, nós somos purificados do pecado pela oferta que ele fez” (Hb 10.10).

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