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Opinião

O debate sobre religião e ciência -- uma introdução*

A ciência tem obtido seu grande sucesso devido à modéstia de sua ambição, restringindo-se ao encontro impessoal e limitando-se a descrever os processos naturais. O fato é que as redes lançadas por ela são muito grosseiras para capturar o todo da realidade. Sua compreensão da música, por exemplo, é estruturada em termos de respostas do sistema nervoso ao impacto de ondas de ar no tímpano. O profundo mistério da música -- como uma sequência temporal de sons é capaz de descrever uma esfera eterna de beleza? -- escapa totalmente à sua compreensão. Um elemento importante no debate contemporâneo entre ciência e religião é o reconhecimento da importância de “questões de limite”, referentes a assuntos que emergem da prática científica, mas que vão além dos limites postos pela própria ciência a seu potencial explanatório. Essas questões de limite têm sido a base para um novo tipo de teologia natural, largamente desenvolvida pelos próprios cientistas, alguns dos quais não aderem a nenhuma tradição religiosa.

Teologia Natural
A Teologia Natural é a tentativa de aprender algo sobre Deus a partir de considerações gerais tais como o exercício da razão e a investigação do mundo. Sua forma clássica é associada a pensadores como Tomás de Aquino (século 13) e William Paley (1743-1805). Eles falavam em termos de “provas” da existência de Deus e frequentemente buscavam explicações teológicas para a aptidão funcional dos seres vivos, compreendidos como havendo sido projetados pelo divino Artífice. A Teologia Natural contemporânea é mais modesta em seu caráter. Seu objetivo não é a inescapabilidade lógica, mas a compreensão iluminada, reivindicando que o teísmo explica mais do que o ateísmo. O relacionamento da Teologia Natural com a ciência é de complementaridade, em vez de rivalidade. Reconhecendo que as questões científicas devem receber respostas científicas, a nova Teologia Natural se concentra nas questões de limite que emergem da ciência, mas que escapam ao seu escopo explanatório. Duas dessas metaquestões têm se revelado particularmente importantes.

A primeira diz respeito à razão porque a ciência é possível, na forma profunda e extensiva que conhecemos. Obviamente a necessidade evolucionária de sobrevivência pode explicar porque os humanos são capazes de compreender grosso modo os fenômenos do dia-a-dia. Ainda assim é difícil crer que nossa habilidade para compreender o mundo subatômico da física quântica e o mundo cósmico da curvatura espaço temporal -- ambos os domínios remotamente distantes do impacto direto sobre eventos do dia-a-dia, e ambos requerendo, para a sua compreensão, modos altamente contra-intuitivos de pensamento -- seja meramente um bônus fortuito da necessidade de sobrevivência. Além disso, o mundo não é apenas racionalmente transparente em um grau profundo à inquirição científica, mas também é, em semelhante grau, racionalmente belo, concedendo repetidamente aos cientistas o senso de maravilha como uma recompensa pelo trabalho de pesquisa. Na física fundamental, uma técnica comprovada de descoberta é a busca por teorias cujas equações sejam matematicamente belas, desde que apenas estas teorias atingem a fertilidade de longo prazo capaz de nos persuadir de sua verossimilhança. Por que a ciência profunda é possível, e por que seus sucessos envolvem tão intimamente a disciplina aparentemente abstrata da matemática, são certamente questões significativas sobre a natureza do nosso mundo. A ciência, por si só, é incapaz de explicar este caráter profundo das leis da natureza. Ela é obrigada a tratá-lo simplesmente como a base inexplicável que tem de ser assumida para sua exposição dos detalhes do processo. Entretanto, parece intelectualmente insatisfatório abandonar a questão assim, como se a ciência fosse apenas um feliz acidente. Uma compreensão religiosa torna a própria inteligibilidade do universo inteligível, explicando que o mundo está cravejado de sinais de inteligência precisamente porque a Mente do seu Criador está por trás dessa ordem maravilhosa.
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