Opinião
- 29 de dezembro de 2011
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De cabeça erguida em 2012!
Se não temos nada para esconder.
Se a mais recente maldade contra o próximo ou contra Deus já foi confessada e reparada.
Se não temos nem culpa nem remorso ainda alojados no fundo da consciência.
Se saímos de um ano e entramos em outro sem dever qualquer coisa.
Se não guardamos ira justa ou injusta contra aquele que nos causou algum mal.
Se andamos cuidadosamente no temor de Deus, evitando o mal e apegando-nos ao bem.
Se não nos sentimos mais santos nem mais importantes que os outros.
Se somos humildes e nos sentimos extremamente dependentes da graça e da misericórdia de Deus.
Se estamos olhando para cima, onde Deus está e não para baixo onde a miséria está.
Se estamos olhando para frente, onde as coisas podem acontecer, e não para trás, onde as coisas já aconteceram.
Se amamos os que nos amam e também os que nos aborrecem, com razão ou sem razão.
Se nos toleramos mutuamente e lidamos com aqueles que nos molestam ou nos incomodam com toda e verdadeira paciência.
Então...
Será possível caminharmos de cabeça erguida o ano bissexto, que começa neste domingo.
O próprio Deus é o agente da cabeça empinada como se vê na experiência do salmista: “O Senhor é o escudo que me protege, a minha glória, e me faz andar de cabeça erguida” (Salmos 3.3).
É verdade que, às vezes, a cabeça empinada é uma arrogância. O mesmo Deus que estimula a cabeça erguida, dobra o pescoço para baixo daqueles que têm a cerviz dura como o ferro ou bronze (Isaías 48.4).
Na época tumultuada do profeta Isaías (cerca de 700 a.C.), encontra-se esta passagem curiosa: “Vejam como as mulheres de Jerusalém são vaidosas! Andam com o nariz para cima, dão olhares atrevidos e caminham com passos curtos, fazendo barulho com os enfeites dos tornozelos. Por isso, eu, o Senhor, vou castigá-las: raparei a sua cabeça e as deixarei carecas” (Isaías 3.16-17).
Nessa época, quando a classe alta era extremamente consumista em prejuízo da classe miserável, as mulheres chiques de Jerusalém andavam com o nariz para cima, chamando a atenção de todos para a abundância de seus enfeites, que faziam barulho quando elas andavam, sempre com passos curtos, como se estivessem desfilando numa passarela. Para não deixar as coisas assim, o profeta avisou que o Senhor tiraria delas todos os enfeites que elas usavam na cabeça, no nariz, nos braços: colares, brincos, pulseiras, véus, chapéus, talismãs, anéis, argolas (de usar no nariz), vestidos luxuosos, mantas ou xales, saias transparentes, turbantes, mantilhas. A beleza dessas mulheres indevidamente empinadas vai virar uma feiura de dar vergonha! (Isaías 3.16-24).
Que o equilíbrio nos ajude a fugir da cabeça empinada pela arrogância, sem impedir que a graça do Senhor nos levante para enfrentar o novo ano que começa.
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Elben Magalhães Lenz César foi o fundador da Editora Ultimato e redator da revista Ultimato até a sua morte, em outubro de 2016. Fundador do Centro Evangélico de Missões e pastor emérito da Igreja Presbiteriana de Viçosa (IPV), é autor de, entre outros, Por Que (Sempre) Faço o Que Não Quero?, Refeições Diárias com Jesus, Mochila nas Costas e Diário na Mão, Para (Melhor) Enfrentar o Sofrimento, Conversas com Lutero, Refeições Diárias com os Profetas Menores, A Pessoa Mais Importante do Mundo, História da Evangelização do Brasil e Práticas Devocionais. Foi casado por sessenta anos com Djanira Momesso César, com quem teve cinco filhas, dez netos e quatro bisnetos.
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