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Opinião

Cultivando o jardim digital

Reflexões para o uso responsável das mídias sociais
 
Por Kaiky Fernandez

Lidar com as redes sociais é algo complexo. Um caminho para isso é dar um passo atrás e pensar primeiro na questão da tecnologia. Geralmente, há duas visões distintas: uma delas acredita que a redenção está no desenvolvimento tecnológico, uma esperança quase escatológica de que tal desenvolvimento resolverá os problemas humanos – o que é incompatível com uma cosmovisão cristã. Redenção só é possível na obra de Cristo.
 
Por outro lado, há os avessos à tecnologia, como se ela fosse uma grande vilã da humanidade e a causa de todo o mal do mundo. Essa visão também é incompatível com a fé cristã. Deus nos ordena a cultivar o jardim (Gn 2.15).
 
Derek C. Schuurman diz que, “se a tecnologia é, de fato, uma atividade cultural distinta na qual os seres humanos exercem liberdade e responsabilidade para com Deus, então precisamos usar e desenvolver a tecnologia da computação de uma maneira que honre a Deus”.1 É importante perceber que a tecnologia não é uma força independente e autônoma, mas fruto da atividade cultural humana.
 
Destaco os dois termos colocados: liberdade e responsabilidade. Por um lado, temos liberdade diante de Deus para usar e desenvolver a tecnologia, como nossas redes sociais. No entanto, essa liberdade precisa ser acompanhada de responsabilidade. Isso significa que o desenvolvimento e o uso da tecnologia não acontecem no vácuo, mas diante de Deus. Respondemos a ele pelas nossas ações e escolhas.
 
Devemos nos lembrar de que “responsabilidade” significa responder a alguém pelos próprios atos e, portanto, implica um juízo, um julgamento. No contexto do uso das mídias sociais, podemos pensar nesse juízo em relação aos mandatos espiritual (em relação a Deus), social (em relação ao outro) e cultural (em relação à cultura).
 
Primeiro, o juízo em relação ao mandato espiritual. Anthony Hoekema afirma que “somos completamente responsáveis diante de Deus por tudo que fazemos”.2 Tudo! Se aquilo que temos – recursos financeiros, tempo, conhecimento, vontades – nos foi concedido por Deus, então prestaremos contas a ele pela forma como usamos cada um desses elementos, inclusive nas mídias sociais.
 
Em segundo lugar, o juízo em relação ao mandato social. Luís Mauro Sá Martino constata que as pessoas estão se conectando cada vez mais para fugir da solidão da vida contemporânea, mas, ao mesmo tempo, para evitar ter relações duradouras.3 É válido nos questionar: realmente estamos nos aproximando ou as mídias sociais são apenas um pretexto para nos isolarmos mais?
 
Por fim, o juízo em relação ao mandato cultural. São os efeitos que o uso acrítico e indiscriminado das mídias pode causar em nossas vidas e, de forma mais ampla, na nossa cultura. Pense nos impactos – muitas vezes negativos – que o uso das mídias tem nas escolhas políticas ou na economia.
 
Assim, conscientes de tudo isso, espero que possamos usufruir dos recursos que estão disponíveis para nós com responsabilidade, lembrando que não há neutralidade – seja na própria tecnologia, seja no uso que dela fazemos.
 
Notas
1. SCHUURMAN, Derek C. Moldando um mundo digital: fé, cultura e tecnologia computacional. Brasília: Editora Monergismo, 2019. Posição 571 (Kindle).
2. HOEKEMA, Anthony. Criados à imagem de Deus. São Paulo: Cultura Cristã, 2018. p. 92.
3. MARTINO, Luís Mauro Sá. Teoria das mídias digitais: linguagens, ambientes e redes. Petrópolis: Vozes, 2015. p. 123.
 
  • Kaiky Fernandez tem 26 anos, é casado com Bruna Rodrigues e serve na Igreja Cristã Farol Esperança, em Goiânia, GO. É graduado em design gráfico (UFG) e possui MBA em gestão de marketing e inteligência digital (ESPM-Rio). É coordenador estratégico do Invisible College, onde também leciona em cursos livres e pesquisa sobre a relação entre fé, arte, mídia e cultura.
Publicado originalmente na Revista Ultimato 398.
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