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Opinião

Casual e divino: O encontro de Francis Schaeffer e Hans Rookmaaker em Amsterdã

Por Rodolfo Amorim Carlos de Souza
 
“Pode me falar sobre a música negra produzida em seu país?” O curioso jovem que fumava seu cachimbo enquanto elaborava a pergunta em um inglês carregado de sons guturais era o estudante de artes holandês Hans R. Rookmaaker. A pergunta fora feita a Francis Schaeffer, que participava como um dos organizadores do evento de fundação do Conselho Internacional de Igrejas Cristãs. Era agosto de 1948. No contexto europeu pós 2ª Guerra Mundial grande parte dos cristãos de tendência teológica conservadora se movimentavam contra as novas articulações teológicas e eclesiásticas de tendências modernas que desafiavam a fé cristã tradicional no ocidente. Este era o tema central das conversas daquele evento. Porém, o que uniu imediatamente aqueles dois desconhecidos foi o interesse peculiar em discernir os movimentos mais amplos da cultura, principalmente nas artes, e traçar suas relações com a fé e a expressão do senhorio de Cristo sobre todas as coisas.
 
Apesar de terem em comum uma influência da teologia e espiritualidade representadas pelo holandês Abraham Kuyper, que enfatizava a importância de uma fé que se expresse na totalidade da vida, Schaeffer e Rookmaaker tinham diferenças profundas. Schaeffer, casado com Edith Schaeffer e pai, era um pastor formado no contexto teológico do fundamentalismo norte-americano que fazia missão pela Europa. Rookmaaker era um estudante de doutorado em artes que havia se convertido em um campo de prisioneiros alemão da Segunda Guerra, e que passara no evento apenas para acompanhar sua namorada, Anky Ruitker, até sua casa. Porém, o interesse comum pelas questões mais amplas do clima espiritual pós-Segunda Guerra e seus reflexos culturais foi o gatilho que desencadeou uma amizade que durou por décadas.

 
Schaeffer acabou se tornando um mentor e guia espiritual para Hans, este reconhecendo que a fé pessoal e a caminhada com o Senhor de Schaeffer o inspirou profundamente, levando-o a reconhecer a deficiência desta realidade em seu círculo de cristãos holandeses. Por sua vez, Rookmaaker se tornou de muitas formas uma referência para Schaeffer na compreensão de como as artes se relacionam profundamente com a fé e as orientações últimas da cultura, o que impactou profundamente a forma de Schaeffer apresentar a fé aos contextos culturais mais amplos de sua geração.
 
Após aquela pergunta inusitada de Hans a Schaeffer, feita em torno de 19:00 hs, os dois saíram caminhando pelas ruas e canais de Amsterdã compartilhando sobre os mais diversos temas até às 04:00 hs da madrugada. Anos mais tarde, Rookmaaker se tornaria o fundador do ministério L’Abri na Holanda, permanecendo como um amigo pessoal e de ministério de Francis Schaeffer. Schaeffer, por sua vez, integraria os vários insights de Rookmaaker em suas penetrantes análises culturais, como refletido em suas obras A Morte da Razão e O Deus Que Intervém. Esta amizade que rendeu tantos frutos à espiritualidade cristã ocidental nos faz recordar como Deus em sua providência pode iniciar importantes e ricas conexões a partir de eventos meramente “casuais”.
 

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