Apoie com um cafezinho
Olá visitante!
Cadastre-se

Esqueci minha senha

  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.
Seja bem-vindo Visitante!
  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.

Opinião

10 dicas para ler “Até Que Tenhamos Rostos”, de C. S. Lewis

Por Paulo F. Ribeiro

1.
Até Que Tenhamos Rostos, a obra preferida de Lewis, examina o lugar da razão e da imaginação no seu pensamento e mostra uma mudança, não em termos de conceitos básicos, mas com ênfase no poder integrativo da imaginação, o qual se materializou a partir dos anos 50 com “As Crônicas de Nárnia”. O livro também revela a sensibilidade extraordinária de Lewis, pois reconta o mito da perspectiva de uma mulher, Orual.

2.
Lewis espera que o leitor seja conhecedor do conto original: “Cupido e Psique”, escrito por Apuleius em torno de 124 A.D. Portanto, para um melhor aproveitamento do livro é extremamente recomendado, pelo menos, uma leitura do sumário do mito (usar Google). Na versão original, Psique é uma princesa tão linda a ponto de provocar inveja em Afrodite, que ordena que seu filho, Cupido, a castigue.

3.
O livro começa e termina com paralelos ao livro de Jó. Começa protestando e tentando entender de Deus e termina com a resposta de Orual: “Senhor, sei por que não me respondes, pois tu és a resposta” – o que poderia bem ser a resposta de Jó, e a palavra final de Jó poderia ser as de Orual: “Por isso, falei do que não entendia; coisas que para mim eram maravilhosíssimas, e que eu não compreendia.” (Jó 42.3).

4.
Quem já leu “As Crônicas de Nárnia” ou “Planeta Silencioso” não pode esperar o mesmo tipo de estória e estilo de literatura de Até Que Tenhamos Rostos (AQTR). A obra é mais complexa e requer mais do leitor. Nela, Lewis traz novos significados e ideias ao contexto da estória, aprofundando vários aspectos na narrativa do plano geral.

5.
Desde 1922 Lewis pretendia reescrever este mito, o que seria uma estória diferente, pois Lewis ainda era influenciado pela supremacia da razão e ainda não tinha descoberto completamente o poder do mito para transmitir a verdade. Quando o livro foi publicado, em 1956, Lewis fez várias alterações. “A principal mudança na minha versão consiste em fazer o palácio de Psique invisível aos olhos mortais”, escreve Lewis. A outra mudança é que a estória é contada da perspectiva de Orual (o caráter mais bem desenvolvido por Lewis), a irmã mais velha de Psique, e que parece retratar um pouco de sua esposa, Joy Davidman.

6.
Lewis ficara frustrado, em parte, com algumas interpretações e simplificações da estória, porque achava que o autor original tinha falhado em elevar o livro ao nível de mito (senso do divino), que o mesmo merecia. Lewis também viu no conto original a incompletude e a insuficiência do paganismo.


7.
AQTR é o trabalho mais difícil e também o melhor de Lewis. Ninguém pode compreender ou apreciar completamente o pensamento de Lewis sem um entendimento deste livro. Orual fala sobre autoconhecimento, arrependimento, e redenção, mas a palavra “cristianismo” nunca é mencionada. AQTR aponta para além do sacrifício pagão para sua completa realização no sacrifico de Cristo.

8.
Este livro requer que o leitor esteja continuamente alerta e mais envolvido na narrativa. Desde que o livro atinge o nível de mito, não é sempre possível colocar todos os significados em sentenças explicitas. O próprio Lewis diz que até mesmo o autor não entende, necessariamente, o significado de sua própria estória melhor que outro leitor.


9.
Tanto AQTR como o livro de Jó lidam com injustiças no universo e protestos, mas ambos concordam que o caso não pode ser refutado pela razão, apenas, mas pela natureza de Deus. A resposta é universal: “Eu te conhecia de ouvir falar, mas agora meus olhos te veem” (Jó 42.5).

10.
Para C.S. Lewis – e Orual – a resposta para todas as questões é um encontro com o Divino. No fim de suas aventuras, Orual se conscientiza que diante de Deus todas as questões desaparecem; e até mesmo todas as palavras. Nós que podemos ler AQTR ainda não estamos no fim de nossas aventuras e questionamentos. Até lá podemos adquirir mais sabedoria com as profundas palavras de Lewis. Apreciem e desfrutem deste livro. Ele não os desapontará.
Leia mais
» C. S. Lewis: Ficção, alegorias e mitos podem fortalecer a fé cristã?

Doutor em Engenharia Elétrica pela Universidade de Manchester, na Inglaterra, foi Professor em Universidades nos Estados Unidos, Nova Zelândia e Holanda, e Pesquisador em Centros de Pesquisa (EPRI, NASA). Atualmente é Professor Titular Livre na Universidade Federal de Itajubá, MG. É originário do Vale do Pajeú e torcedor do Santa Cruz.
>> http://lattes.cnpq.br/2049448948386214
>> https://scholar.google.com/citations?user=38c88BoAAAAJ&hl=en&oi=ao

Pesquisa publicada recentemente aponta os cientistas destacados entre o “top” 2% dos pesquisadores de maior influência no mundo, nas diversas áreas do conhecimento. Destes, 600 cientistas são de Instituições Brasileiras. O Professor Paulo F. Ribeiro foi incluído nesta lista relacionado a área de Engenharia Elétrica.
  • Textos publicados: 68 [ver]

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.

Ultimato quer falar com você.

A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.

PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.


Leia mais em Opinião

Opinião do leitor

Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Ainda não há comentários sobre este texto. Seja o primeiro a comentar!
Escreva um artigo em resposta

Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.