Palavra do leitor
- 20 de novembro de 2020
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Nunca comemorei aniversário
Nunca comemorei aniversário. Aceito parabéns, se alguém me der, um presente eu aceito e agradeço, mas não comemoro aniversário. A vida, eu entendo, pode e deve ser comemorada todo os dias e em todos os momentos. Cada dia é um livramento, uma bênção recebida, uma flor colhida no jardim da existência. Eu não ignoro quem comemoro aniversário, faz festa, faz bolo, corta o bolo, come o bolo, ganha presentes, dança, canta, tira fotos e faz filmagens, posta tudo nas redes sociais. Costumo dizer que cada um é cada um. Conheço gente que nem tira fotos e evita aparecer em público. É como dizem: "Cada louco com a sua mania". Eu aprendi a respeitar esses modos, esses costumes porque também tenho os meus. Sou meio arredio, acho que jamais seria político ou humorista, ou mesmo cantor, sou escritor, brinco com as palavras e elas às vezes dão risada do meu jeito meio estorvado de brincar. Gosto de viajar, conhecer lugares e pessoas, mas evito certas liberdades, prefiro ficar meio de lado.
Me defino como um estudioso, um observador discreto, mas não sou perigoso e procuro ser correto. Nunca comemorei aniversário, recebo parabéns e agradeço educadamente pra não perder o freguês, nem o parente. O meu negócio é escrever, quando eu me for desta isto será a única riqueza que eu vou deixar. Nunca fui ambicioso e sempre vivi bem com o pouco que eu tenho. Para mim, o prazer de escrever está acima de tudo. Eu descobri que quem escreve hoje é uma pessoa rara, uma cabeça privilegiada, alguém que diz tudo e não diz nada. Sou leitor do Drummond que me influenciou pelo seu jeito estranho de tratar as coisas e de falar sobre a vida e o mundo. Hoje sou capaz de criar versos e prosas dentro de uma linha que foge ao trivial e até mesmo ao normal. Mas eu falava de aniversário, de calendário e de festas. Sou muito arisco com essas coisas. O cara que me abraça e às vezes até me beija no rosto pode, com gosto, estar armando alguma coisa contra mim, como um novo Judas que entregou Jesus com um beijo, provavelmente no tosto, ele disse: "Aquele que eu beijar é ele". Judas não sabia que Jesus sabia de tudo e durante tanto tempo cuidou dele, lhe deu uma chance de ouro, lhe deu até um cargo importante no seu ministério. Mas Judas só pensava em dinheiro e traiu o Mestre por alguns trocados. E os judas estão por aí nos dando abraços e presentes tentando assim comprar a nossa consciência e a nossa confiança. Hoje é o dia do meu aniversário e, propositalmente, deixei para escrever hoje. Eu até fiz uma poesia sobre essa data: Nunca comemorei aniversário
Nunca comemorei aniversário,
eu comemoro a vida todo dia
a cada instante, a cada respiração,
a cada batida do coração,
a cada olhar fixado,
a cada verso recebido ou ofertado,
eu comemoro o meu aniversário
a cada palavra que escrevo no meu diário,
a cada pingo de chuva,
a cada gole de suco de uva,
a cada lua no céu,
a cada colher de mel,
a cada olhar de criança,
a cada sorriso que me traz esperança,
a cada palavra de carinho,
a cada momento que estou com alguém,
ou que estou sozinho,
a cada instante da vida,
a cada chegada, a cada partida,
a cada sonho sonhado,
a cada passo dado
por esses duros caminhos...
Nunca comemorei aniversário,
já joguei fora o meu calendário.
20-11-2020.
Mas deve ser bom comemorar aniversário, ganhar um abraço, ouvir uma música, ouvir um discurso, ganhar presentes e se sentir o centro de tudo. Deve ser o máximo, colocar a melhor roupa, perfume, se preparar física e psicologicamente para o grande momento. Isto faz parte da vida e muitas vezes enche de alegria o coração, mas eu não tive esse privilégio. Quando eu queria isto, no tempo de criança e de adolescente, eu não tive e hoje não vejo nenhuma necessidade e não tenho mais nenhum prazer nisto. Hoje, me satisfaço com pouca coisa, com os meus momentos, meus versos, minhas ideias materializadas no papel, ou na tela do computador. Na verdade o que eu gosto mesmo é de me sentir bem, sentir que há alguém que gosta muito de mim. Sentir que esse alguém está sempre do meu lado, cuidando de mim, me fazendo agrado e dizendo: "Filho, eu te amo e perdoo o teu pecado". É bom sentir feliz, amparado e andando na luz. Se sentir feliz com Jesus.
Me defino como um estudioso, um observador discreto, mas não sou perigoso e procuro ser correto. Nunca comemorei aniversário, recebo parabéns e agradeço educadamente pra não perder o freguês, nem o parente. O meu negócio é escrever, quando eu me for desta isto será a única riqueza que eu vou deixar. Nunca fui ambicioso e sempre vivi bem com o pouco que eu tenho. Para mim, o prazer de escrever está acima de tudo. Eu descobri que quem escreve hoje é uma pessoa rara, uma cabeça privilegiada, alguém que diz tudo e não diz nada. Sou leitor do Drummond que me influenciou pelo seu jeito estranho de tratar as coisas e de falar sobre a vida e o mundo. Hoje sou capaz de criar versos e prosas dentro de uma linha que foge ao trivial e até mesmo ao normal. Mas eu falava de aniversário, de calendário e de festas. Sou muito arisco com essas coisas. O cara que me abraça e às vezes até me beija no rosto pode, com gosto, estar armando alguma coisa contra mim, como um novo Judas que entregou Jesus com um beijo, provavelmente no tosto, ele disse: "Aquele que eu beijar é ele". Judas não sabia que Jesus sabia de tudo e durante tanto tempo cuidou dele, lhe deu uma chance de ouro, lhe deu até um cargo importante no seu ministério. Mas Judas só pensava em dinheiro e traiu o Mestre por alguns trocados. E os judas estão por aí nos dando abraços e presentes tentando assim comprar a nossa consciência e a nossa confiança. Hoje é o dia do meu aniversário e, propositalmente, deixei para escrever hoje. Eu até fiz uma poesia sobre essa data: Nunca comemorei aniversário
Nunca comemorei aniversário,
eu comemoro a vida todo dia
a cada instante, a cada respiração,
a cada batida do coração,
a cada olhar fixado,
a cada verso recebido ou ofertado,
eu comemoro o meu aniversário
a cada palavra que escrevo no meu diário,
a cada pingo de chuva,
a cada gole de suco de uva,
a cada lua no céu,
a cada colher de mel,
a cada olhar de criança,
a cada sorriso que me traz esperança,
a cada palavra de carinho,
a cada momento que estou com alguém,
ou que estou sozinho,
a cada instante da vida,
a cada chegada, a cada partida,
a cada sonho sonhado,
a cada passo dado
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Nunca comemorei aniversário,
já joguei fora o meu calendário.
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Mas deve ser bom comemorar aniversário, ganhar um abraço, ouvir uma música, ouvir um discurso, ganhar presentes e se sentir o centro de tudo. Deve ser o máximo, colocar a melhor roupa, perfume, se preparar física e psicologicamente para o grande momento. Isto faz parte da vida e muitas vezes enche de alegria o coração, mas eu não tive esse privilégio. Quando eu queria isto, no tempo de criança e de adolescente, eu não tive e hoje não vejo nenhuma necessidade e não tenho mais nenhum prazer nisto. Hoje, me satisfaço com pouca coisa, com os meus momentos, meus versos, minhas ideias materializadas no papel, ou na tela do computador. Na verdade o que eu gosto mesmo é de me sentir bem, sentir que há alguém que gosta muito de mim. Sentir que esse alguém está sempre do meu lado, cuidando de mim, me fazendo agrado e dizendo: "Filho, eu te amo e perdoo o teu pecado". É bom sentir feliz, amparado e andando na luz. Se sentir feliz com Jesus.
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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