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Palavra do leitor

Do lixo à Reciclagem - Parte I

Há histórias de vida que emocionam e são grandes exemplos de coragem em meio as lutas e dificuldades que muitos passam acreditando que um dia vencerão pela firmeza e serenidade que desenvolvem na sua luta por uma vida melhor.

Donizete Custódio Rodrigues é um exemplo dessas histórias: um homem de 46 anos de idade que foi abandonado pela família num orfanato ainda recém nascido, vivendo momentos de terror inimagináveis que só outro ser humano seria capaz de impingir ao outro (quer um exemplo básico dessa capacidade humana? A crucificaçao de nosso Senhor Jesus Cristo). A história abaixo também provoca arrepios.

Imagine um recém nascido, abandonado no lixo, com supeita de uma doença contagiosa, crescido sem amor de mãe, rejeitado humilhado...Imaginou? Duvido que por mais fértil que seja nossa imaginação poderíamos sentir o que esse homem sentiu. Somente o amor maravilhoso de Deus é capaz de apagar nossas amarguras, dores e rejeições e nos dar uma nova vida. E foi isso que aconteceu com esse guerreiro, na verdade um guerreiro da fé e da superação.Vale a pena conhecer mais esta história como uma grande lição que nos faz acreditar que ainda é possivel mudar o mundo e acreditar no amanhã.

Donizete Custódio Rodrigues, casado, pai de três filhos, nasceu em Betim, MG, na colônia Santa Isabel, em 23 de julho de 1964.Sua mãe chamava-se Teresinha Rodrigues Pereira, portadora de tuberculose e hanseníase. Internou-se na colônia Santa Isabel em 1963. No ano de 1964, no mês de julho, nascia o menino Donizete, enquanto isso, a família de sua mãe planejava e consumava a rejeição da criança, autorizando o médico que fizera o parto a jogar a criança no lixo. Fato esse, consumado e confirmado no Sanatório Santa Isabel.

Alguém encontrou o bebê no lixo, levou-o para um hospital para ser cuidado, ali foi constatado que o recém nascido estava com sérios problemas nos pés e auditivos. Depois levaram a criança para um lugar chamado preventório na cidade de Mario Campos, MG, onde ela ficou até os quatro anos de idade, depois foi transferida para Belo Horizonte, no bairro Pindorama, rua guararapes, onde era a socidade Eunice Waver, hoje, escola estadual Dr. Lucas Monteiro.

Tal era na época a pressão, preconceito e a perseguição aos doentes de hanseníase através da polícia sanitária que muitos pais se suicidaram, mães tiveram seus filhos arrancados com violência de seus braços.

"Éramos tratados como impuros, doentes perigosos e mortíferos. Minha mãe, creio eu, ficou transtornada, sem saber realmente o que de fato estava acontecendo naquele dia.

Amargurada, na solidão, no preconceito, na tortura desses lugares, a familia de minha mãe abandona-a secretamente e eu não existi para ela. Segundo depoimento de meu amigo Abel, todos os hanseníases, inclusive eu, foram encaminhados violentamente e sem defesa para os preventórios, educandários e orfanatos pela polícia sanitária da épóca, onde éramos tratados como lixo, descartados. A nossa assistência era parcial, não tínhamos acompanhamento psicólogico nem espiritual. Ficávamos confinados e com escassez de tudo, de remédio, comida, agasalhos, e outras coisas. As pessoas que cuidavam de nós eram pessoas desconfiadas, cruéis, não nos oferecia um tratamento digno, apenas tortura, desprezo e medo por causa da terrível doença que assolava e matava naquela época. Nem todos conseguiam lidar com a rejeição, com a falta de convívio familiar, abandonados ali com medo das autoridades que tinham o aval das outras autoridades municipais, estaduais e federais.

Dos quatro aos trezes anos de idade morei em um orfanato. Ali a pressão ainda continuava grande, prevalecia a tortura, a rejeição, o preconceito, a injustiça, a falta. Não tínhamos o direito de ter direito, de saber realmente o que nos aconteceu, fomos manipulados, deram nomes falsos aos nossos pais e a nós. Nossa infância foi roubada. Nossa adolescência foi usurpada. Fomos obrigados a trabalhar com oito, nove, dez anos de idade, sem direitos humanos, sem direitos de sermos gente, era comum sermos toturados todos os dias. Quando alguma criança urinava na cama, era colocada de castigo de joelhos com tampinhas de ferro de coca-cola debaixo dos joelhos por duas horas.

Outra injustiça sofrida era a religiosa. Sem opção, éramos obrigados a cumprir todas as obrigações religiosas sem a nossa vontade. Aos quatorze anos comecei a trabalhar de carteira assinada e exerci a profissão de sapateiro durante dez anos de minha vida. Depois fui morar com D. Enedina e seu esposo, Sr. João que tiveram um coração de mãe e pai para mim, me ensinaram o restante que eu precisava aprender. Trabalhei como faxineiro, porteiro, zelador, operador, garçom, hoje, exerço a profissão de Cozinheiro industrial, na qual estou há dez anos. A essa altura, muita coisa mudou em minha vida em convivência com essa família; aos poucos, fui me acostumando, me tornando independente humanamente falando, pois antes vivia em uma tristeza crônica...(final próxima edição)
Contagem - MG
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