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Palavra do leitor

Breve meditação sobre o Deus crucificado

Nós, cristãos destes últimos séculos, quando expomos nossa crença raramente pensamos no quanto isso era embaraçoso para nossos irmãos do início do cristianismo, ou melhor, para os primeiros membros da Igreja. Naquela época a palavra cristianismo nem existia e ser pastor ou presbítero já era considerado uma vergonha, mas por motivos muito mais nobres e honrados dos que os de hoje em dia.

O fato é que nossos olhos podem sim ter se desviado do humilhante significado da cruz. Aquela cruz em que um homem pobre, do povo, de mãos calejadas e língua afiada pagou caro não por causa do que ele era, mas por causa do que nós somos (sim, porque se não fôssemos o que somos não haveria necessidade da Cruz). Deus escolheu vir assim e isso nos confunde até hoje.

Os primeiros cristãos que se converteram tinham certa dificuldade de serem compreendidos ao exporem a fé no Cristo crucificado. Na época deles a cruz era o exemplo máximo de humilhação. O símbolo de um perdedor. Como explicar que seu Deus e Salvador, Senhor de tudo, por alguns instantes teve seu trono naquele objeto de tortura destinado somente à escória e aos mais vis dentre os mais vis? Cidadãos civilizados não eram mortos de maneira tão dolorosa e aviltante (Roma era sinônimo de civilidade e, com exceção dos gregos, quem não era romano era facilmente considerado bárbaro).

Mas aprouve ao Deus de toda glória tomar sobre si toda a infâmia. Aprouve ao Vencedor de todas as batalhas mostrar-se ao mundo como um que é mortalmente ferido e de quem escondemos nosso rosto. Mas, como disse um escritor, quando quisermos saber o que Deus pensa sobre nossos pecados devemos voltar nossos olhos para o Calvário. Sim, é lá que está a resposta para a pergunta: O que Deus pensa acerca de meu pecado? O amor de Deus está estreitamente ligado à sua justiça e à sua agonia.

Ninguém jamais viu a Deus, mas o Filho Unigênito, que está junto do Pai, o tornou conhecido. Aí reside a mensagem que gera um desconforto em nossa geração: Um Deus que se revela na imagem de alguém pobre, cercado de maltrapilhos, de aparência desagradável, com aspecto que afasta ao invés de atrair, derrotado, pendurado no símbolo máximo de poder e opressão de um governo humano: A cruz.

Ninguém viu a Deus, e quando ele decide se revelar ele contraria as expectativas humanas e nos faz lembrar de quem somos e de que temos responsabilidades para com os que consideramos fracassados.

Mas a fraqueza de Deus revelada na cruz é mais forte que a força dos homens.

Ao invés de investirmos tempo e esforços, valorizados pela graça, para compreendermos a mensagem genuína daquele que se humilhou, nós tampamos olhos e ouvidos e nos enganamos para nos convencermos de que temos direito de ter nesta terra, nesta vida, neste tempo, tudo o que o Cristo não teve. E então, absurdo dos absurdos, exigimos de Deus que ele se submeta à nossa agenda.

Se esquecermos o teor dessa mensagem ou, pior, se deliberadamente a rejeitarmos em prol de uma mensagem mais light, faremos mais do que simplesmente cometer um equívoco de interpretação. Estaremos censurando o próprio Deus, exigindo-lhe silêncio. A mensagem da Cruz não deve ser constrangedora por causa de nossos gritos nem por causa de nosso fanatismo, mas por causa do significado que está em si mesma. Por causa da aparente injustiça que está diante de nossos olhos: não é justo que um inocente seja punido, não é justo que um inocente sofra por causa de injustos. Não é justo que Deus sofra por causa dos homens... homens que não merecem e jamais merecerão tal demonstração de compaixão.

Estamos longe daqueles tempos, mas a mensagem da Cruz só será mudada se nós a adulterarmos ou se consentirmos que ela seja adulterada, o que talvez seja o mesmo erro.
Paracambi - RJ
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